Findado o maior evento à escala global , eis que a Taça do Mundo de Saltos de Esqui fazia o seu regresso, e logo num palco histórico da modalidade, o Salpausselka de Lahti. Refira-se que ausentes desta tripla jornada, estavam o técnico principal dos austríacos e o responsável maior dos noruegueses, com as respetivas nações a ficarem com os adjuntos ao leme.
The Olympics are history, it’s time for the World Cup again. To get in the mood for this weekend in Finland, here are the last three winners in #Lahti!#skijumping #FISskijumping pic.twitter.com/BMZF63zRAm
— FIS Ski Jumping (@FISskijumping) February 23, 2022
De evidenciar ainda, e numa fase em que a COVID-19 parece finalmente dar tréguas, que as bancadas da estrutura estavam repletas de público como faz muito tempo não via. O trampolim de 130m cujo K-Point se situava nos 116 possuía um record fixado em 2017 pelo norueguês Forfang, 138m. De reforçar ainda que, e tendo em conta se tratar de uma das estruturas mais pequenas do campeonato, a técnica poderia ser algo fundamental na obtenção de um grande resultado.
DA SEGUNDA PARA A PRIMEIRA E EM GRANDE ESTILO
Fruto de um intensíssimo nevão e de um fortíssimo vento, a organização não teve outra solução que não fosse cancelar a qualificação agendada para a manhã de sexta. Desta forma, as dantescas condições acabariam por conferir uma oportunidade a caras habitualmente menos mediáticas numa primeira ronda composta por 67 atletas em defesa de 17 nações que teriam por missão fintar as desafiantes condições, embora, agora com menor intensidade o manto branco poderia atrapalhar devido à muita acumulação nas calhas do trampolim dificultando a aderência dos esquis.
Quem percorrida a primeira metade de contenda liderava surpreendentemente era o comandante da II divisão a nível mundial, a Taça Continental, o austríaco Wohlgenannt, assegurando 126m. A três décimas de ponto e rubricando marca em metro e meio inferior encontrava-mos o baixinho Kraft, com a terceira posição a ser ocupada por Eisenbichler, que embora assinando 127m era extremamente penalizado no capítulo técnico.
Granerud voando mais meio metro e Klimov executando meio metro abaixo dos 120 eram os restantes militantes dos melhores cinco.
Ainda dentro do Top dez, figuravam por esta ordem: Zyla, Geiger, Kobayashi, Hoerl e Nousiainen, ele que ia defendendo com brio uma nação que embora atuasse entre portas, sabia não poder ambicionar a muito mais que ser uma mera “figurante”! Isto num dia em que Lindvik e Stoch, arredados dos 20 melhores registos hipotecavam as chances de um bom resultado e em que: Forfang, Fettner e Huber se despediam precocemente, “apontando” agulhas para os restantes eventos.
A EXPERIÊNCIA FOI MESMO UM POSTO
Era com o vento a soprar de forma assaz irregular, bem como com a neve a subir de tom que se dava início a uma ronda final na qual e confirmando as minhas espectativas os anfitriões acabariam por baixar o nível: Aalto era o melhor deles concluindo em 17.º , um posto melhor que Nousiainen.
Kubacki era mesmo quem mais ascendia, com o medalhado de bronze em trampolim normal em Pequim a fazer um agridoce 13.º posto, dois atrás de Lindvik que parecia ter gasto as “pilhas” exibidas em território chinês. Um dos melhores registos de toda a tarde era pertença de Deschwanden, que mesmo apesar dos 130.5m não iria além da nona posição, em igualdade com o mais velho do clã Prevc, enquanto o mais jovem Cene fecharia em décimo.
A vitória sorriria ao duas vezes vencedor do grande globo de cristal, detentor de uma águia dourada e campeão do mundo de voos de esqui, Kraft, que voando um metro mais que o tamanho do trampolim garantiu a segunda da temporada e a 23.ª da carreira.
Congratulations on yesterday’s win to Stefan Kraft!#skijumping #fisskijumping pic.twitter.com/DEK67l6u0Y
— FIS Ski Jumping (@FISskijumping) February 26, 2022
O campeão discreto, Granerud, somava novo pódio ao passo que a terceira posição era entregue a Zyla, sendo que o veterano era novidade em postos medalháveis na presente época. Eisenbichler e Geiger fechando por esta ordem os cinco mais abriam boas perspetivas à Mannschaft quanto a um, eventual, bom resultado coletivo.
A vantagem de Geiger seria mesmo ampliada, ainda que não muito, dado que Ryoyu quedava-se pela sétima posição, uma atrás de Wohlgenannt que não aguentando a pressão “caía” para uma sexta posição, consequência dos escassos 116m rubricados, algo que mesmo assim representavam o melhor resultado do saltador entre a elite. Digna ainda de menção a primeira pontuação da temporada por parte do estoniano Aigro.