Pote foi uma das figuras da conquista do título nacional da época transata. Chegou do FC Famalicão como o 8 de ligação entre o meio-campo e o ataque, mas cedo revelou a sua veia goleadora, algo que levou Rúben Amorim a colocá-lo entre os três homens da frente de ataque.
Porém, a verdade é que a época 2021/2022 não lhe correu tão bem. Desde aquele mês de novembro em que fez golos em quatro partidas seguidas (dois deles frente ao BVB Borussia Dortmund), o seu rendimento baixou consideravelmente.
Pote 2020/2021 vs. Pote 2021/2022 em números
Pedro Gonçalves era o autêntico “Pote de golos” da equipa de Alvalade. Não é por acaso que foi o melhor marcador do campeonato português, na época em que o Sporting CP quebrou o jejum de 19 anos sem se tornar campeão nacional, com 23 golos marcados.
Na ainda presente temporada, a história escreveu-se por linhas mais tortas. Na Liga, apontou apenas oito golos, sendo que no total da temporada fez 15. Apesar de o balanço geral não ter sido tão negativo como parece, a segunda metade da época de Pedro Gonçalves revela uma queda de rendimento: no presente ano civil, Pote fez o gosto ao pé apenas por quatro ocasiões.
A grande diferença desta temporada que está prestes a terminar e a anterior está nas assistências. Na época de 2020/2021, Pedro Gonçalves assistiu apenas três golos, sendo que esta temporada o fez por 11 vezes. Curiosamente, se falarmos em contribuições diretas de golo (golos + assistências), Pote tem exatamente o mesmo número nas duas épocas: 26.
Bem sei que é injusto avaliar um atleta apenas pelos golos e assistências. Apesar de acreditar que os números não mentem, a verdade é que quem vê os jogos do Sporting CP sabe que Pedro Gonçalves sempre teve mais influência pelos golos que marca do que propriamente no jogo com bola. O que é que quero dizer com isto? Que as grandes exibições que ele fez de leão ao peito foram fruto da veia goleadora que cedo demonstrou. Quando não marca, normalmente passa despercebido do jogo.
A verdade é que Rúben Amorim continua a priorizar a titularidade do atleta de 23 anos. Acredito que as razões sejam as movimentações sem bola que desempenha ou a esperança que faça um golo a qualquer momento. Porém, devido às suas recentes exibições medíocres, Pedro Gonçalves tem sido consecutivamente substituído na segunda parte.
Tal como Paulinho, Pote acabou por ser ultrapassado ao nível exibicional por Sarabia, Edwards e Tabata. Isto é revelador da qualidade que existe nas opções do Sporting CP para o ataque, mas também de alguma quebra exibicional dos dois atletas em questão.
Que futuro?
Amorim poderá estar a preparar o regresso às suas origens na próxima temporada. Alegadamente, Pote poderá vir a ser utilizado na dupla de meio-campo do 3-4-3, se as saídas de João Palhinha e Matheus Nunes se vierem a concretizar. Poderá ser o “sangue novo” de que precisa no seu jogo para voltar à boa forma, mas dependeria de algumas mudanças no seu jogo – teria de ter bastante mais influência com bola do que aquela que tem atualmente, e mais proatividade na construção de jogo.
O seu valor de mercado acabou por descer apenas três milhões (atualmente, segundo o site Transfermarkt, está avaliado em 35M), mas também não acredito que a prioridade da direção leonina passe por vender um atleta do qual só é detentor de 50% do passe.
Seja na zona mais avançada do terreno ou no meio-campo, espera-se um rendimento mais ativo por parte de Pedro Gonçalves na próxima temporada. Nível este que o eleve, mais uma vez, ao patamar de seleção nacional que, anteriormente, já atingiu.