Em julho escrevi aqui para o Bola na Rede que o Diogo Gago era um dos pilotos em quem os portugueses mais podiam depositar esperanças, no futuro. O tempo vai passando e as certezas neste sentido vão aumentando. No passado fim de semana o piloto de São Brás de Alportel sagrou-se campeão junior da 208 Cup, o que lhe permite fazer quatro provas no europeu de ralis (ERC) com o 208 R2 ao serviço da Peugeot Sport.
O europeu júnior em 2015 vai ter seis provas, e quatro estão garantidas ao piloto pela marca do leão. O SATA Rallye Açores, que o piloto fez nos últimos dois anos, pode dar-lhe grandes possibilidades de discutir este troféu – se for feito por sua própria conta -, pese embora os grandes pilotos que irá defrontar. O vencedor de 2014 desta competição é Stéphane Lefebvre, que ao título europeu juntou o WRC3 e o JWRC no campeonato mundial. E porque é que é importante reforçar os títulos conquistados por este piloto francês? Porque foi precisamente o segundo classificado nesta prova, ganha pelo português, e foi o vencedor dos dois anos anteriores; no entanto, é preciso realçar que o piloto não fez o campeonato todo (realizou apenas três provas), enquanto Gago fez cinco provas do campeonato (o que também não corresponde à totalidade da competição).
Na classificação geral deste troféu Diogo Gago foi quarto, com 43 pontos, mas muito longe do vencedor (Charles Martin), que teve 100 pontos e que como prémio tem a possibilidade de correr num 208 T16 em algumas provas da próxima temporada do ERC.
Se no artigo de julho defendi que “(…) para a época de 2015 o piloto deveria continuar a apostar em carros ‘R2’ e de preferência num carro melhor do que o C2 com que corre no nosso país; mas em vez de correr em três campeonatos nacionais, devia, na minha opinião, correr ou no europeu ou no mundial (…)”, com este resultado a parte do europeu já está, de certa forma, cumprida e o ideal seria conseguir apoios para as duas provas que não fará para o campeonato júnior na equipa da Peugeot Sport, e assim poder lutar por este troféu com todas as condições e ganhar mais experiência a nível europeu, quer de provas, quer de competitividade. Com esta parte do ERC cumpre uma parte do que defendi como ideal, e com isto penso que deve manter-se no campeonato francês, na competição dos 208, e escolher entre o campeonato português e o espanhol. Seja qual for a opção, será sempre o campeonato menos importante para o seu desenvolvimento enquanto piloto.
Mais para a frente – provavelmente só em 2015 – saberemos ao certo o que vai ser a temporada de ralis de Diogo Gago. O que sabemos para já? O algarvio em 2015 tem uma oportunidade de ouro para melhorar ainda mais enquanto piloto.
Todas as fotos foram retiradas do Facebook de Diogo Gago