No dia 13 de setembro, o Sporting Clube de Portugal alcançava a segunda vitória na Liga dos Campeões – duas vitórias em dois jogos, cinco golos marcados e zero sofridos, colocava-se, assim, na liderança isolada do grupo D. Um início de sonho na caminhada europeia. Mas tudo mudou. 49 dias depois, pela Europa continuará, mas pela 34.ª vez na Liga Europa (um recorde de presenças na segunda competição da UEFA).
O sorteio
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⏰ 17h00
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A 25 de agosto os leões ficaram a conhecer os seus adversários da fase de grupos da Liga dos Campeões – Eintracht Frankfurt (o mais acessível do pote 1), Tottenham Hotspur FC (um dos mais simpáticos do pote 2), e Olympique de Marselha (talvez o mais forte do pote 4). Um grupo equilibrado, mas claramente acessível para o conjunto verde e branco. Das três equipas portuguesas na liga milionária, somente o SL Benfica tinha um grupo com dois tubarões, sendo as perspetivas iniciais de FC Porto e Sporting CP prometedoras.
Do quase apuramento madrugador ao tombo para a liga secundária
1.ª jornada – vitória madura da formação leonina ao menos experiente do grupo Frankfurt. À semelhança do que tinha acontecido com os comandados de Rúben Amorim na época passada frente ao AFC Ajax em Alvalade, onde receberam um choque de realidade, a equipa de Oliver Glasner foi também vítima do mesmo, e logo pela mão de quem o tinha sofrido (parece que tal abre olhos pode ser um bom presságio).
Na receção ao Tottenham, a turma de Alvalade conseguiu conter o ímpeto dos visitantes e ao cair do pano a formação londrina caiu com Paulinho a mostrar os dentes. Arthur Gomes ainda teve tempo para sacar um coelho da cartola, pondo um ponto final no resultado e colocando o Sporting no topo do grupo – a irregularidade dos leões a serenar com as exibições na mais árdua prova de clubes.

A França em êxtase chegou. Trincão cedo adiantou os verdes e brancos no marcador, mas ninguém fez saltar das bancadas. Campeões à porta fechada, mas foi sem adeptos que concederam a primeira derrota. Uma noite para esquecer para António Adán e consequentemente para os leões.
Em Alvalade a história foi semelhante – parecia um déjá vu. Ricardo Esgaio cedo arruinou a noite. Expulsão e penálti. Guendouzi não falhou no momento da conversão e deu o mote para o resto do encontro. O início de sonho depressa se desmoronou.
A deslocação a Londres podia ter corrido pior, mas o golo marcado por Harry Kane aos 96 minutos foi invalidado por fora de jogo, mantendo o Sporting dono do seu próprio destino – bastando o empate para rumar aos oitavos de final.
Na hora da decisão não conseguiu ser o Sporting que tem sido desde a chegada de Rúben Amorim, parecendo mais aquele da era pré-Amorim. Na frente da partida até ao minuto 62 quando um penálti foi marcado a favor dos alemães após Coates tocar a bola com a mão. A passar uma fase de baixíssimos níveis de confiança, acusaram a pressão e 10 minutos depois já estavam em desvantagem. Apesar do muito espaço que tiveram nos 20 minutos seguintes, nunca foram capazes de o aproveitar, tendo a única ocasião real de perigo chegado no penúltimo lance do encontro por intermédio de um canto – mas a estrelinha que já os iluminou tem estado há muito apagada.
A derrota era o único resultado que impedia a continuação na prova e foi mesmo esse o desfecho.
A despromoção à liga secundária
Previa-se que fosse o grupo mais renhido e assim foi. Todas as equipas chegaram a estar, nesta última jornada, nos lugares de passagem.
Mas depois de um início tão prometedor, chegando ao final do primeiro terço dos jogos em primeiro lugar do grupo, creio que eram poucos aqueles que diziam que a formação leonina não iria passar à fase seguinte da Liga dos Campeões.

A verdade é que o Sporting chegou mesmo a estar fora das competições europeias, até que, ao minuto 95, Hojbjerg serviu um balde de água fria à formação francesa, passando o conjunto verde e branco para o terceiro lugar do grupo, seguindo, assim, para a Liga Europa.
Não estão fora da Europa, mas estão fora da maior prova de clubes de futebol. O objetivo era seguir em frente, mas à semelhança do que tem sido a época internamente, a nível europeu o desenlace acabou por ser o mesmo, uma desilusão.
Por mais baixo que tenham batido, têm que, daqui para a frente, procurar fazer o melhor naquilo que resta da época, que não é assim tão pouco. Há ainda a Taça da Liga por disputar, o 2.º lugar no campeonato (que dá acesso direto à Liga dos Campeões) ainda não está fora de plano e a Liga Europa de desonroso nada tem. Vai ser sempre uma época que ficou aquém das expectativas, mas não está, de modo nenhum, completamente perdida.