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Jeff Green é o mais recente membro dos Grizzlies. Estava difícil, mas a troca entre Grizzlies, Celtics e Pelicans é finalmente oficial. A equipa de Memphis envia Tayshaun Prince (e uma futura 1.ª ronda) para Boston (os Pelicans enviam também Austin Rivers para Boston), Quincy Pondexter (e uma 2ª ronda em 2015) para New Orleans e recebe Jeff Green e Russ Smith.

Com a corrida no Oeste mais aberta que nunca (e com adversários directos como os Mavs e os Rockets a reforçarem-se), os Grizzlies tentam não ficar atrás e reforçar a candidatura ao topo da conferência. Será que conseguiram?

Podemos partir das palavras do Vice-presidente para o Basquetebol dos Grizzlies, John Hollinger. Não as de hoje, mas as que ele escreveu em 2012, quando era analista da ESPN (e quando os Celtics renovaram com Green por 4 anos):

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Uau! Parece que em 2012 ele não era o maior fã do Jeff Green. O que terá mudado entretanto?

Na verdade, algumas das questões que Hollinger levantou em 2012, embora hiperbolizadas no artigo (“sem dúvida, o pior contrato do verão” parece-nos exagerado), não eram descabidas:

Green tinha perdido uma temporada inteira, tinha realizado uma cirurgia complexa para corrigir um problema no coração e não era seguro que voltasse a jogar como antes ou que não voltasse a ter problemas de saúde no futuro. Podia não ser um tiro no escuro, mas era, pelo menos, um tiro num sítio pouco iluminado. Por isso, foi arriscado para uma equipa em reconstrução hipotecar tanto dinheiro num jogador nessas circunstâncias.

O que mudou? Os Grizzlies não estão em reconstrução. A aposta é no presente e, com Marc Gasol a ser free agent este Verão e Zach Randolph a caminho dos 34 anos, Jeff Green é um investimento de curto prazo e um all in nesta época (e na próxima, no máximo).

Depois, a questão da qualidade como jogador. Mais uma vez, Hollinger pode ter exagerado, mas existiam razões genuínas para preocupação. Em 2012, Jeff Green era basicamente um marcador de pontos (e um não muito eficiente). Não era bom ressaltador (para a sua altura e posição), as assistências eram mínimas, a defesa tremida e os pontos eram o seu único contributo visível.

O que mudou aqui? Pouca coisa. E os números dos Celtics com Green e sem Green são aterradores:

Fonte: Ricardo Brito Reis
Fonte: Ricardo Brito Reis

Mas em Memphis é dos seus pontos que mais precisam. E em Memphis irá sair do banco e terá um papel mais reduzido do que nos Celtics. O que poderá potenciar os seus pontos fortes (os Grizzlies querem pontos para a segunda unidade e, se/quando precisarem, para a primeira unidade) e reduzir algumas das lacunas. Contra os titulares das outras equipas as suas deficiências eram mais notadas (e isso pode ajudar a explica aqueles números atrozes nos +/-), contra os suplentes de outras equipas serão muito menos graves.

Jeff Green pode não ser o marcador de pontos mais eficiente, mas nestes dois últimos anos em Boston também tinha mais responsabilidade de criar lançamentos para si, o que piorou as suas percentagens. Nas duas primeiras temporadas em Boston (com Paul Pierce e Kevin Garnett ainda na equipa e com Green num papel complementar), mais de metade dos seus triplos (66% e 57%) eram do canto. E com uma óptima percentagem de acerto de 45%.

Nas duas últimas temporadas (sem Pierce e Garnett; sem Rondo, em grande parte desse período; e com a responsabilidade de criar os seus lançamentos), apenas 24% dos seus triplos foram do canto.

Por isso, se for bem utilizado (como marcador de pontos na segunda unidade e como atirador aberto no canto na primeira unidade) e num papel secundário e complementar, pode ser muito útil nesta equipa. Jeff Green pode não ser uma estrela, mas pode dar um contributo decisivo naqueles momentos de “seca ofensiva” que às vezes assolam os Grizzlies. E ter um jogador como ele a sair do banco é um luxo que poucas equipas têm.

Independentemente do que John Hollinger pensava dele em 2012, agora não deve ter tido dúvidas que ele pode mudar o destino da equipa para melhor.

Fotografia de Capa: @NBA

Márcio Martins
Márcio Martinshttp://www.bolanarede.pt
Ex-jogador. Ex-treinador. Ex-dirigente. Fã para sempre. Autor do SeteVinteCinco.                                                                                                                                                 O Márcio não escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.

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