Japão 1-1 Croácia (1-3 após g.p.): Fim de sonho para nipónicos que (mais uma vez) conquistaram o mundo

A CRÓNICA: QUANDO HÁ MEDO DE ARRISCAR, AS GRANDES PENALIDADES APARECEM PARA DESEMPATAR

Quinto jogo dos oitavos de final do Campeonato do Mundo e a classificação nos respetivos grupos ditou que Japão e Croácia se defrontariam num duelo onde só um poderia seguir em frente. De um lado o super Japão, que se superiorizou a Espanha e a Alemanha, deixando mesmo os germânicos de fora da fase a eliminar. Do outro a Croácia que, ainda que sem grande brilhantismo, se conseguiu qualificar num grupo com Marrocos, Canadá e Bélgica, onde os africanos foram a grande surpresa, alcançando o primeiro lugar.

Por tudo o que estas duas equipas nos têm dado, esperava-se um jogo onde a Croácia assumiria a posse de bola, com os nipónicos a procurarem os tão letais contra-ataques que até aqui foram tendo muito sucesso. Não aconteceu exatamente dessa forma, e os asiáticos tiveram um pouco mais de bola do que se expectava, sem nunca descurar a ideia de procurar ataques mais rápidos e objetivos. Os croatas, por sua vez, sempre com um jogo mais pausado, pensado e cauteloso, mostrando muito respeito pelo adversário que se tem mostrado digno disso mesmo.

O jogo estava morno e a equipa mais perigosa estava a ser a do Japão. Mais oportunidades perigosas e mais aproximações à baliza adversária, ainda que sem obrigarem o guarda-redes croata a grandes trabalhos. No entanto, aos 43 minutos isso viria a mudar. Num lance de bola parada, Yoshida conseguiu ganhar na área e, com um toque algo fortuito, conseguiu assistir Maeda, o ponta de lança que não perdoou e colocou o Japão na frente do marcador por 1-0, algo que até então ainda não tinha acontecido durante a prova.

Na segunda parte os croatas teriam de trazer algo diferente, principalmente uma energia mais positiva, e apesar de isso não ter acontecido, conseguiram chegar ao golo num lance também ele sem grande qualidade. Lovren deu uns passos à frente, cruzou para a área sem grande sentido e por lá apareceu Perisic que, ainda de longe, colocou a bola no fundo das redes com uma bela cabeçada. 55 minutos e tudo estava novamente empatado.

Até ao fim dos 90 minutos pouco ou nada de interessante aconteceu, pelo que o prolongamento foi uma realidade inevitável. Na verdade, foram mais 30 minutos de futebol que passaram muito devagar, bem à imagem daquilo que foi a restante partida. As duas equipas ficaram claramente à espera dos penáltis, dando assim as primeiras emoções das grandes penalidades aos adeptos de todo o mundo.

Nas grandes penalidades, desde cedo se percebeu que a Croácia era superior. Os nipónicos falharam três de quatro marcações e, falhando apenas uma, a Croácia seguiu em frente para a fase seguinte da competição. Brasil ou Coreia do Sul será o próximo adversário dos vice-campeões do mundo, que terão de dar mais se quiserem repetir o feito alcançado em 2018.

A FIGURA

Livakovic – Num jogo sem grande brilhantismo e decidido nas grandes penalidades, seria um dos guarda-redes a brilhar e a ajudar a sua equipa a seguir em frente. O talento e capacidade de Livakovic superiorizaram-se no momento decisivo e o guarda-redes defendeu, ainda que sem grande dificuldade, três das quatro grandes penalidades cobradas pelos japoneses. Apareceu quando foi chamado, e é por isso o homem do jogo

 

O FORA DE JOGO

Tomiyasu – A equipa não perdeu por sua culpa, longe disso, mas durante os 120 minutos Tomiyasu acabou por ser um elemento de pouca segurança na defesa nipónica. Apareceu no 11 inicial pela primeira vez, mas esteve uns furos abaixo do que tem mostrado no Arsenal FC, e despede-se assim desta competição com uma exibição menos bem conseguida.

 

 

ANÁLISE TÁTICA – JAPÃO

Hajime Moriyasu já mostrou ser o grande mestre da tática e para esta partida dispôs a sua equipa num 5-4-1 com Tomiyasu, Yoshida e Taniguchi a serem a tripla de centrais, com Nagatomo a atuar pela esquerda e Ito pela direita. No meio-campo apareceram Endo e Morita mais centrais, enquanto que Kamada fazia mais movimentos de centro para a esquerda e Doan de centro para a direita. Maeda foi o ponta de lança e homem mais avançado, responsável por dar muito trabalho à defesa contrária e aparecer na área nos momentos de cruzamento que o Japão muitas vezes procurou. A dinâmica Nagatomo/Ito também é interessante de analisar, uma vez que o lateral pela direita raramente sobe no terreno, ficando mais fixo à linha defensiva, euquanto que Ito tem mais responsabilidades ofensivas, libertando Doan para zonas mais interirores, próximas de Maeda.

 

11 INICIAL E PONTUAÇÕES

Gonda (7)

Ito (7)

Tomiyasu (5)

Yoshida (7)

Taniguchi (6)

Nagatomo (7)

Doan (7)

Endo (8)

Morita (6)

Kamada (7)

Maeda (8)

SUBS UTILIZADOS

Mitoma (6)

Asano (6)

Sakai (6)

Minamino (5)

Tanaka (5)

 

 

ANÁLISE TÁTICA – CROÁCIA

Os vice-campeões mundiais não têm grandes segredos. Voltaram a utilizar um 4-3-3 mais clássico, com uma linha mais recuada formada por Juranovic à direita, Barisic. À esquerda e Gvardiol e Lovren no centro. Brozovic é o médio mais defensivo, com Modric e Kovacic a assumirem o papel de criadores do jogo ofensivo da equipa. Na linha da frente jogou Perisic pela esquerda, Kramaric pela direita e Petkovic no centro, como homem de referência da seleção europeia. Kramaric, que normalmente atua como avançado no seu clube, está muitas vezes no centro do terreno junto a Petkovic, enquanto que Perisic è deliberadamente um jogador que aparece mais encostado à linha, procurando explorar a qualidade do seu cruzamento e das suas incursões com bola.

 

11 INICIAL E PONTUAÇÕES 

Livakovic (9)

Juranovic (7)

Lovren (8)

Gvardiol (7)

Barisic (7)

Brozovic (7)

Modric (5)

Kovacic (5)

Kramaric (6)

Perisic (8)

Petkovic (6)

SUBS UTILIZADOS

Budimir (6)

Pasalic (6)

Vlasic (6)

Majer (7)

Livaja (6)

Orsic (5)

 

Guilherme Vilabril Rodrigues
Guilherme Vilabril Rodrigueshttp://www.bolanarede.pt
O Guilherme estuda Jornalismo na Escola Superior de Comunicação de Comunicação Social e é um apaixonado pelo futebol. Praticante desde os três anos, desde cedo que foi rodeado por bola e por treinadores de bancada. Quer ser jornalista desportivo, e viu no Bola na Rede uma excelente oportunidade para começar a dar os primeiros toques.

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