Países Baixos 2-2 Argentina (3-4 G.P.): Voo para as meias-finais

A CRÓNICA: WEGHORST NÃO BASTOU AOS NEERLANDESES

Num Lusail Stadium vestido a rigor, jogou-se o segundo jogo dos quartos de final do Mundial 2022 entre duas rivais históricas: Países Baixos e Argentina.

Após 120 minutos de jogo, o encontro foi resolvido apenas com os penáltis, que no fim viram a Argentina ganhar por 4-3 e apurar-se para as meias finais, onde defrontará a Croácia.

Provavelmente, visto o andamento da primeira parte da partida, ninguém esperava que o encontro pudesse prolongar-se até às grandes penalidades, também porque nos primeiros 45 minutos assistimos a um jogo bastante amarrado e com os dois plantéis a controlarem-se reciprocamente.

Tivemos que esperar até à passagem do minuto 35 para ter finalmente alguma emoção, que de facto quase chegou de forma inesperada. Uma vez mais, foi a grande visão de jogo de Lionel Messi a conduzir a Argentina à vantagem, através de um grande passe para a grande área neerlandesa, que desmarcou Molina e, a partir da direita, este bateu Noppert para o 1-0. A equipa de Scaloni conseguiu passar para a frente com o mínimo dos esforços, com os Países Baixos, por outro lado, demasiado preocupados em defender e pouco criativos para chegar à fase de finalização.

A segunda parte parecia querer ir pela mesma toada da primeira, tanto que o jogo continuou ‘morno’, mas com uma predisposição diferente dos Países Baixos, claramente à procura do golo do empate. Porém, à passagem do minuto 73, foi a equipa celeste que apontou o segundo no marcador graças a um penálti convertido por Messi, depois de Acuña ter sofrido falta de Dumfries na grande área.

A 10 minutos do fim, quando todos pensavam que o jogo já não puderia oferecer mais emoções, eis que a equipa europeia conseguiu mudar completamente a cara e alcançou o impensável: o empate. Primeiro, aos 83 minutos, através de um cabeceamento, e depois, aos 90+10 minutos, com um remate à boca da baliza, na sequência de um livre indireto à entrada da área argentina, Weghorst foi o grande protagonista dos dois golos que deram a volta à partida.

No prolongamento, foi a Argentina que mais se aproximou de um possível terceiro golo, mas sem acertar na baliza defendida por Noppert. Assim, foi só após os penáltis, com um super Emiliano Martínez, que parou os primeiros dois remates neerlandeses, que a equipa de Scaloni fechou as contas com o penálti decisivo, marcado por Lautaro Martinez, e apurando-se para as meias finais do Mundial.

 

A FIGURA

Emiliano Martínez – Até aos 73 minutos, a escolha teria sido Lionel Messi, dado o golo e a assistência que ofereceu ao longo do jogo, mas depois de ter chegado aos penáltis, não há dúvida nenhuma que o guarda-redes argentino foi o herói da noite, visto que condicionou irreversivelmente o caminho do jogo, bloqueando os primeiros dois remates da equipa laranja.

 

O FORA DE JOGO

Louis Van Gaal – Foi muito difícil escolher um fora de jogo hoje, também porque o jogo não teve grandes momentos de brilhantismo, e porque as duas equipas contribuíram para um jogo muito amarrado. Verdade seja dita, os Países Baixos conseguiram empatar ao jogo só nos últimos minutos, prolongando o sofrimento dos adeptos até aos penáltis.

Vista a prestação da equipa neerlandesa, provavelmente o maior culpado desta derrota é o próprio Van Gaal, que não abordou bem o jogo, e que ao longo da partida mudou constantemente de sistema tático, o que deu instabilidade à equipa. Talvez devesse ter sido mais corajoso e ter apostado num sistema mais ofensivo.

 

ANÁLISE TÁTICA – PAÍSES BAIXOS

Van Gaal apostou, novamente, num 3-4-1-2, reutilizando 10 dos 11 jogadores que venceram os Estados Unidos, nos oitavos de final. A única alteração foi o regresso de Bergwijn na linha da frente, com Depay, recuando Gakpo para o apoio aos atacantes.

Nas fases em que a equipa neerlandesa não tinha bola, Dumfries recuava para dar apoio ao tridente defensivo que, temos que ser honestos, esteve pouco atento no lance do golo de Molina.

Até à desvantagem, os Países Baixos mantiveram uma boa postura na área defensiva, sendo uma equipa ordenada e cínica, conseguindo até conduzir boas transições ofensivas, sobretudo nas laterais, mas sendo pouco eficazes nas conclusões.

Na segunda parte, Van Gaal mudou para um 3-5-2, inserindo no meio-campo Koopmeiners no lugar de De Roon, e Berghuis por Bergwijn (pouco incisivo), avançando Gakpo para uma dupla com Depay, com a clara intenção de impulsionar a subida da equipa.

Aos 65 minutos, com a entrada do ponta de lança Luke de Jong no lugar de Blind, os neerlandeses mudaram novamente sistema tático, desta feita para um 4-2-3-1, com Aké a assumir o papel de lateral esquerdo, e com Berghuis a formar uma linha de três com Depay e Gakpo, no apoio a de Jong.

No prolongamento, o plantel europeu ficou disposto num 4-4-2, com a clara intenção de manter a baliza inviolada e chegar aos penáltis.

11 INICIAL E PONTUAÇÕES

Noppert (5)

Timber (5)

Van Dijk (6)

Aké (5)

Dumfries (6)

De Roon (5)

De Jong (5)

Blind (5)

Gakpo (5)

Depay (5)

Bergwijn (5)

SUBS UTILIZADOS

de Jong (5)

Koopmeiners (5)

Berghuis (7)

Weghorst (7)

Lang (5)

 

ANÁLISE TÁTICA – ARGENTINA

Scaloni orientou a equipa num 3-5-2, colocando Lisandro Martínez no eixo defensivo e apostando num meio-campo mais robusto, com Molina e Acuña mais avançados nas laterais.

O selecionador argentino utilizou Enzo Fernández desde o primeiro minuto, ele que teve o papel de pivô em frente da defesa, desenvolvendo um jogo de grande sacrifício, e só pôde libertar-se da tarefa defensiva com a entrada de Paredes, no segundo tempo, para o lugar de De Paul.

Na segunda parte, o treinador argentino manteve o sistema tático inalterado até ao fim dos 120 minutos, inserindo Lautaro Martinez por um apagado Álvarez, que raramente acompanhou as (poucas) transições ofensivas. Foi próprio o avançado do FC Internazionale Milano a marcar o penálti decisivo, que deu o apuramento à seleção sul-americana.

11 INICIAL E PONTUAÇÕES

Martínez (7)

Molina (6)

Romero (6)

Otamendi (6)

Lisandro Martínez (6)

Acuña (6)

De Paul (6)

Enzo Fernández (6)

Mac Allister (6)

Álvarez (5)

Messi (7)

SUBS UTILIZADOS

Paredes (5)

Tagliafico (6)

Pezzella (5)

Martínez (5)

Di Maria (5)

Montiel (6)

Artigo revisto por Gonçalo Tristão Santos

Paola Amore
Paola Amorehttp://www.bolanarede.pt
A Paola nasceu e cresceu na Itália, mas há seis anos foi “adotada” por Lisboa, onde atualmente reside. Formou-se em Comunicação e Jornalismo na Sapienza - Universitá degli Studi di Roma, e atualmente está a tirar uma Pós-Graduação na Universidade Católica Portuguesa em Comunicação e Marketing de Conteúdos. Viu a sua primeira partida de futebol com seis anos e nunca mais parou, decidindo que um dia ia tornar jornalista de desporto, sonho que concretizou aos 21 anos, quando adquiri a sua carteira profissional. Adora ouvir os jogos de futebol no rádio, sobretudo Liga Serie A e Liga Portugal, e adora visceralmente o Alessandro Del Piero. É mais fácil encontrá-la em qualquer estádio ou pavilhão - porque também gosta de vólei e futsal – que não na sua casa!

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