Estamos a meio do caminho | Sporting CP 

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Estamos a meio do caminho. Agora é persistir e lutar até ao fim.

Um cronista e poeta brasileiro chamado Carlos Drummond de Andrade escreveu um dia que “No meio do caminho tinha uma pedra. Tinha uma pedra no meio do caminho…”, e o enfatizar dos obstáculos que nos vão aparecendo pelo caminho é a melhor forma de descrever a temporada de futebol da equipa do Sporting.

Estamos a meio do caminho para chegarmos ao fim desta etapa, e já que estamos aqui, não vale a pena voltar para trás. Uma vez que a distância seria a mesma, mais vale seguir em frente em direção ao fim da jornada, continuando a encontrar pedras e aprendendo a sobreposição das mesmas. E se alguma delas nos voltar a fazer cair teremos de nos levantar, lamber as feridas, sacudir a poeira e continuar o caminho, identificando o porquê daquele obstáculo nos ter feito atrasar, interrompendo a nossa marcha.

Uma das melhores formas de cairmos menos vezes é fazendo um bom planeamento, tentando antecipar as dificuldades, porque já o meu avô dizia “Antes de começares, primeiro arregaça as mangas e vê se tens as ferramentas certas para o trabalho que vais começar.”

O Sporting e os Sportinguistas já sabiam, como sabem todos os anos, que o seu caminho tem sempre mais pedras que os de outros e por isso tem de ter um planeamento ainda mais assertivo. O problema é quando quem planeia ou o deveria fazer é o primeiro a deixar cair um pedregulho no ponto de partida.

Palhinha / Palha
Fonte: Carlos Silva / Bola na Rede

Se a época desportiva da equipa de futebol do Sporting ia ser difícil, como normalmente todas são para os lados de Alvalade, por todas as condicionantes inerentes aos esquemas sobejamente conhecidos do futebol português, pelas limitações financeiras relativamente a determinados concorrentes, e depois de saber que a equipa tinha ficado sem, possivelmente, a peça mais determinante no meio-campo (PALHINHA), mais difícil ficou quando se deixa sair o segundo elemento mais determinante quando já nem o treinador esperava –  Falta de planeamento.

Com isso, o tombo foi tão grande que a equipa ficou a cambalear até à paragem para o Mundial. E juntando a isso o facto da falta de eficácia de todos os avançados do plantel (já nem vou falar da falta de um ponta de lança) fica fácil de explicar a primeira volta tão pouco consistente. Tentar criar rotinas de um setor tão importante como o meio-campo, e deste com o resto da equipa, com a época já a decorrer, faz com que a equipa seja menos consistente atrás, e com maior dificuldade em chegar à frente.

O facto de ter vendido um elemento como Matheus Nunes da forma que o fizeram fez ainda com que fossem procurar uma alternativa à pressa que resultou na contratação de um jogador que ainda não se conseguiu impor na equipa. E podem dizer que o jogador estaria já referenciado, mas havendo tempo e planeamento para uma boa negociação, podia ter vindo outro jogador (porque hoje em dia a antecipação é a melhor jogada de mercado), ou o mesmo jogador a um preço mais baixo. Mas como se costuma dizer, o que está feito, está feito. Temos é que aprender com as pedras do caminho.

Sporting x Benfica
Fonte: Carlos Silva / Bola na Rede

A perceber pelas movimentações de mercado, o mais certo é chegarmos ao fim de janeiro e aparecer-nos mais um calhau porque a insistência na venda de Porro faz transparecer que vai mesmo sair, e mais uma vez continuamos sem antecipar a jogada porque não temos um substituto que consiga sequer fazer concorrência ao espanhol. Sem esquecer que vamos continuar a contar com os mesmos avançados que parecem ter os dedos dos pés em ferida quando se chega o momento de rematar à baliza. Devem ser pedras nas chuteiras.

Portanto, o caminho até aqui foi difícil e não o será mais fácil daqui para a frente. E não é que não tenhamos qualidade no plantel porque se percebeu que no confronto direto não somos inferiores a nenhum dos mais diretos concorrentes ao título, mas falta-nos consistência e um plantel curto que não tem alternativas aos que jogam mais vezes. É por isso que é nas competições a eliminar que costumamos ter mais sucesso, no jogo a jogo.

Assim sendo, antevejo que o Sporting possa fazer um bom resultado na Taça da Liga, uma boa campanha na Liga Europa, mas convenhamos, que ambicionar mais que o segundo lugar se tornou utópico. Agora é lutar até ao fim, fazendo por, pelo menos, honrar a camisola em todos os jogos, tentando evitar uma derrocada.

E não é falta de ambição. É realismo e conhecimento de quem já viu este caminho e as pedras do mesmo. (A ver se arranjam forma de alcatroar a via, para próximas viagens).

Nuno Almeida
Nuno Almeidahttp://www.bolanarede.pt
Nascido no seio de uma família adepta de um clube rival, criou ligação ao Sporting através de amigos. Ainda que de um meio rural, onde era muito difícil ver jogos ao vivo do clube de coração, e em tempos de menos pujança futebolística, a vontade de ser Sporting foi crescendo, passando a defender com garras e dentes o Sporting Clube de Portugal.

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