A noite de sábado do Fim de Semana All Star valeu sempre mais pelos momentos e performances individuais do que pelo nível ou competitividade dos concursos. Se descontarmos as raras (muito raras) vezes em que um concurso de triplos ou de afundanços é recordado na sua totalidade, pela competição e pelo despique entre dois ou mais participantes (o duelo entre Jordan e Dominique no Concurso de Afundanços de 88 ou o duelo entre Dominique e Spud Webb no de 86, por exemplo), aquilo que fica para a posteridade são as participações e as exibições extraordinárias de determinados jogadores.
Mais do que o Concurso de Afundanços de 2000, o que ficou para a história foi a performance de Vince Carter no Concurso de Afundanços de 2000. Não ficou para a história o Concurso de Triplos de 1991, mas sim a participação de Craig Hodges e os seus 19 triplos consecutivos no Concurso de Triplos de 1991. Ninguém se lembra do Concurso de Afundanços de 1991 ou do de 1992, mas todos nos lembramos de Dee Brown a insuflar as suas Reebok Pump e a afundar de olhos fechados e de Cedric Ceballos a afundar com os olhos vendados.
São as imagens e os momentos que ficam na memória colectiva e que se tornam parte do imaginário da NBA que fazem (e sempre fizeram) a história do All Star Saturday Night. E a noite de ontem acrescentou mais dois momentos a essa história. Este:
E Este:
No mais antecipado concurso de Triplos de sempre, tivemos algumas desilusões (Korver e Redick), várias boas prestações na primeira ronda (Matthews, – que foi eliminado com 21 -, Thompson, Irving e Curry) e uma final anti-climática, com Klay Thompson e Kyrie Irving a perderem a mão quente da primeira ronda e a nem ficarem perto do vencedor. Mas para a história fica a ronda final de Stephen Curry e os seus 13 triplos seguidos (a segunda melhor marca de sempre, a seguir aos 19 de Hodges):
E no Concurso de Afundanços, Zach LaVine deslumbrou. Começou com dois afundanços que fez o mundo inteiro saltar da cadeira e depois na final nem precisou de suar ou de sacar nenhum truque da manga para vencer. Quando percebeu que o concurso estava ganho, começou já a pensar no próximo concurso e guardou alguns dos seus truques para 2016 (foi o próprio que confessou na entrevista pós-concurso que tinha mais afundanços na gaveta e que no próximo ano tem mais para mostrar; e basta ir ao Youtube ver alguns dos afundanços dele para ver que é verdade).
De resto, Oladipo começou bem e fez um bom primeiro afundanço, mas foi perdendo confiança com cada afundanço de LaVine. Teve algumas boas ideias, mas não as conseguiu executar da melhor forma. E Antetokounmpo e Plumlee foram uma desilusão. Mas nada disso importará daqui a uns anos. A noite foi de LaVinesinity e é isso que vamos recordar. Conquistou milhões de fãs em todo o mundo, deixou-nos com água na boca para o ano que vem e salvou o concurso de afundanços (e tudo isso the old school way, sem teatro e sem adereços; o miúdo de 19 anos, o segundo vencedor mais novo de sempre, chegou lá, fez grandes afundanços e pronto).
Tivemos ainda, nos dois concursos que iniciam as festividades – os dois concursos para aquecer e divertir-nos um pouco enquanto esperamos pelos triplos e afundanços -: um Skills Challenge um bocadinho mais picadinho que o habitual e um formato que criou mais emoção e competitividade; e um threepeat de Chris Bosh – que nasceu para acertar lançamentos de meio campo neste concurso -, Dominique Wilkins e Swin Cash no Shooting Stars.
Foto de Capa: @NBA