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A anarquia de Guardiola

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Desilusão: a palavra com que poderia definir o trabalho apresentado, até ao momento, por Pep Guardiola na liderança dos destinos do Bayern. Na segunda época à frente dos bávaros, o suposto, esperado e obrigatório era que, no mínimo, a equipa se apresentasse melhor do que na época de estreia do catalão. Puro engano, até ver. É certo que a herança de Guardiola era muito pesada: Juup Heynckes fez um trabalho soberbo na equipa alemã, conduzindo-a a duas finais da Liga dos Campeões consecutivas. Tudo isto baseado num futebol vertiginoso, implacável e esfomeado de golos. Uma máquina de golos com todas as peças no devido lugar. Na primeira época, o cinismo de Di Matteo roubou-lhe a merecida vitória em casa. Perdeu o campeonato para um Dortmund que havia saído da Champions na fase de grupos e, com isso, pôde concentrar-se exclusivamente na Bundesliga.

Percebendo que apenas e só o azar foi o  inimigo do conjunto alemão nessa temporada de 2011/12, a direcção do clube bávaro manteve o alemão no banco, reforçou a equipa cirurgicamente (Dante, Javi Martínez, Mandzukic, Shaqiri e Pizarro) e desfez-se dos pesos mortos como Olic ou Pranjic. Resultado no final da época? Triplete com a conquista da Bundesliga, Taça e Liga dos Campeões. Juup Heynckes abandonaria o clube no verão de 2013 e entregava uma super-equipa e perfeitamente mecanizada às mãos de Guardiola. Cedo se percebeu que o catalão, como já se esperaria, queria impor as suas ideias. Despachou Luís Gustavo (um dos pilares da máquina de Heynckes) e Mário Gómez por não encaixarem no futebol de posse que queria implementar e Emre Can sem justificação compreensível. Chegaram Gotze, dito um dos maiores mundiais, e Thiago Alcântara, este com o selo do “tiki-taka” de Barcelona.

Na Bundesliga, o mínimo exigível era vencê-la sem grandes problemas e o objectivo foi largamente conseguido, tal a superioridade e diferença de recursos e investimento para os restantes clubes. Na Champions, a fase de grupos foi um passeio até chegarem os quartos-de-final. Perante um Manchester United patético de David Moyes, o Bayern já havia sentido alguns problemas em ultrapassar a eliminatória. O problema maior estava para chegar: na meia-final, o Real Madrid limpou o Bayern de forma cabal com 5-0 no total da eliminatória e um humilhante 0-4 em Munique, que deixava a nu todas as fragilidades defensivas do clube da Baviera. A adaptação de Lahm a trinco, a embirração com Mandzukic e a incapacidade de retirar o que Shaqiri e Gotze tinham para dar eram, também, sinais preocupantes.

Matraquilhos? Não. O onze do Bayern no jogo frente ao Shakhtar
Matraquilhos? Não. O onze do Bayern no jogo frente ao Shakhtar

Com a época de estreia para errar e adaptar-se às exigências do gigante da Alemanha, a segunda época de Guardiola era (e é) a prova de fogo. Que tem corrido mal. Senão vejamos: Kroos e Manduzkic saíram (dois elementos importantíssimos na máquina de Heynckes) no verão e Shaqiri no mercado de inverno. Bernat chegou para concorrer com Alaba, Xabi Alonso foi gozar a reforma para Munique, Benatia foi um luxo que Heynckes nunca teve e Lewandowski foi o capricho para substituir Mandzukic e dar (mais uma) bicada no Dortmund.

Até ver, Pep Guardiola ainda não conseguiu encontrar a ideia de jogo e o onze-base ideais para o Bayern e as experimentações tácticas têm sido mais do que muitas. Alaba, um dos melhores laterais-esquerdos do mundo, passou a jogar a 10, a central e a 8 para dar espaço a Bernat. O meio-campo, base principal da dita melhor equipa de sempre de Guardiola no Barcelona, apresenta-se totalmente estático e incapaz de oferecer criatividade à equipa – a dupla Xabi Alonso – Schweinsteiger arrasta-se em campo – e apenas o génio de Robben, Ribery e Muller vai disfarçando as enormes deficiências do fio de jogo da equipa. É certo que o grande número de lesões em jogadores fundamentais (Lahm, Alaba, Javi Martínez, …) não tem ajudado mas não é justificação para tão pobre futebol.

Guardiola matou todo o trabalho feito por Juup Heynckes para tentar impor as suas ideias e descaracterizou totalmente a ideia de jogo dos alemães. Até ver, tem sido um fracasso. Talvez  seja cedo para retirar conclusões e este Bayern ainda se torne avassalador nesta temporada mas, neste momento, é uma sombra do que foi há dois ou três anos.

Francisco Vaz de Miranda
Francisco Vaz de Miranda
Apoia o Sport Lisboa e Benfica (nunca o Benfas ou derivados) e, dos últimos 125 jogos na Luz, deve ter estado em 150. Kelvin ou Ivanovic não são suficientes para beliscar o seu fervor benfiquista.                                                                                                                                                 O Francisco não escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.

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