A sina de Pepê | FC Porto 4-0 Cardiff City

O relógio apontava as 19 horas e o termómetro 29 graus. Halim Shirzad, árbitro do Afeganistão, apitou para o início da partida que opôs FC Porto e Cardiff City FC, num estádio do Algarve que contou com menos de “meia casa” a assistir. O resultado e a exibição não deixaram espaços para dúvidas – FC Porto 4-0 Cardiff City FC, golos de Toni Martinez (2), Taremi e do reforço Fran Navarro, num jogo em que a equipa vice-campeã nacional foi claramente superior, controladora e eficaz.

Mas este jogo teve mais temas de interesse que não o resultado. Naquele que foi o primeiro teste do FC Porto 23/24 à porta aberta, Sérgio Conceição fez alinhar de início uma equipa que se espera ser a base do elenco azul e branco no decorrer da época com, por exemplo, Diogo Costa na baliza, o capitão Pepe em dupla com Marcano, Gujic no meio campo, e Taremi jogadores de ataque. Estes seis são quase indiscutivelmente jogadores que terão preponderância na equipa durante os próximos dez meses de temporada futebolística, mas o que me chama à atenção neste onze inicial é Pepê

Pepê FC Porto
Fonte: Carlos Silva / Bola na Rede

Apresenta-se à direita, numa defesa a quatro. Não surpreende, porque vimos esta adaptação ganhar vida e acontecer com muita (!) regularidade no decorrer da época transata. As questões que se colocam são – É o plano A para a ala direita do FC Porto este ano? Com o regresso de João Mário, Pepê poderá ter protagonismo noutra posição? Darão estes dois jogadores (um adaptado à posição, outro a voltar de lesão prolongada) as garantias necessárias para enfrentar todos os desafios que a temporada proporciona?

Num FC Porto que utiliza o famoso 4-4-2 como sistema tático, muitas das dinâmicas da equipa parecem estar influenciadas por esta posição de lateral direito. Passo a explicar – neste jogo os médios de corredor central foram, de início, Gujic e Romário Baró, sendo que André Franco alinhou descaído para o corredor direito nessa linha de quatro médios. Esta posição de Franco, muitas vezes ocupada por Otávio (jogador que, quando os jogos forem “a sério” entrará de certeza no onze dos dragões) envolve sobretudo movimentações de corredor central, isto é – com bola, o Porto jogou com Franco sempre descaído para o corredor central deixando toda a lateral direita ao cuidado de Pepê que em momento ofensivo se envolve com muita largura e profundidade em zonas atacantes.

Este posicionamento com bola proporciona aos adversários do Porto uma oportunidade a explorar – as costas do lateral Pepê. Não só o Porto está constantemente exposto no seu corredor direito no momento em que perde bola, como as constantes acelerações do brasileiro (ora para se colocar em soluções ofensivas, ora para recuperar terreno quando a equipa adversária recupera a bola) não lhe permitem ter a frescura necessária em momentos em que podia ser decisivo com dribles e/ou finalizações.

Fica a ideia de que o jogador, apesar do notório crescimento e adaptação ao lugar, não dá as totais garantias defensivas que uma equipa deste calibre necessita nesta posição e, ao mesmo tempo, não explora todas as suas capacidades ofensivas, uma vez que qualidade técnica e velocidade são armas de desequilíbrio que Pepê utiliza com grande propriedade em zonas mais adiantadas do terreno de jogo. Poderia, nesta 3ª época de dragão ao peito, completamente adaptado ao futebol europeu, ao clube e ao campeonato português, jogando em zonas mais avançadas, ter o impacto (golos + assistências) que teve, por exemplo, Galeno na temporada anterior? Na segunda parte, já com o internacional português Otávio em campo, a ocupar a posição que há pouco entregávamos a André Franco, as mesmas dinâmicas pareceram mais bem oleadas, ainda que as questões se mantenham à tona. O que não levanta nenhuma questão é a qualidade inegável de Diogo Costa – duas enormes defesas, uma delas a remate fora da área de Sheyi Ojo, momento do jogo!

Artigo da autoria de Pedro Belo, redator do Bola na Rede

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