Força da Tática | “Di Magia” e o plano com Musa

SL Benfica e FC Porto encontraram-se em Aveiro para a disputar a Supertaça Cândido de Oliveira que, após alguns momentos estranhos no final da partida, a equipa das águias acaba por vencer a sua nona supertaça. Di Maria e Musa apontaram os únicos golos, numa partida com vários amarelados e duas expulsões.

De qualquer das formas, o Porto inicia bem a partida imediatamente com 5 remates dentro da área nos primeiros 15 minutos de jogo. Quando se esperava que a equipa do Benfica, após perder a posse da bola, recuperasse imediatamente, acabou-se por se observar coberturas ofensivas distantes e os jogadores, que compunham a última linha defensiva das águias, a preferirem retirar profundidade e a temporizar o ataque portista do que saírem em contenção ao portador da bola. Após alguns ataques rápidos, liderados muitas vezes por Galeno, e algumas situações com a defesa desposicionada, o Benfica acaba por apresentar uma organização defensiva mais baixa no terreno.

Mesmo com ascendente no jogo, o ataque do Porto parecia desconfortável…

Vários ataques pelos corredores laterais, vários cruzamentos para a área a mostrar que o Porto estava melhor nos duelos aéreos, mostrava também poucas opções (ou quase nenhuma) para progredir no corredor central.

Falando novamente da dupla Taremi e Namaso, deu para entender que Taremi vinha mais em apoio do que Namaso. No entanto, Namaso por vezes não mostrava disponibilidade ofensiva e mesmo quando mostrava (e até era a melhor opção) não era solicitado.

Sem as palavras de Sérgio Conceição ficam as dúvidas:

  1. Porquê Namaso e não Toni?
  2. Qual era o objetivo ofensivo do Porto?
  3. Existe alguma falta de entendimento entre Namaso e os seus colegas de equipa?

Já Schmidt, para além de justificar quais eram os objetivos do Benfica, também referiu os objetivos com as alterações da segunda parte “As alterações, para mim, foi que nós precisávamos de um jogador forte no centro do ataque, que nos dê também a opção de colocar bolas longas e depois disputar as segundas bolas”.

O amarelado Ristić sai para dar entrada a Jurasék, que para Schmidt esta alteração só aconteceu porque “não queria arriscar” o 2º amarelo, e João Mário sai para dar a entrada a Musa que assume e não dá mais a ninguém o papel de “homem alvo” da equipa encarnada!

NOTA: Musa ganhou 4 duelos aéreos dos 7 totalizados pela sua equipa na segunda parte.

A verdade é que as águias não necessitavam só de ganharem os duelos, ou ganharem as segundas bolas, a equipa precisava de:

  1. Apresentar um maior número de coberturas ofensivas (e mais próximas!) do portador da bola;
  2. Caso perdesse a bola, mudar rapidamente a mentalidade e recuperar o mais rápido possível;
  3. (Mais importante de tudo) Toda a equipa assumir com o plano estratégico e que todos se comportavam de acordo com esse plano. 

Desde o início da segunda parte, ao contrário do início da primeira, observamos os elementos da última linha defensiva a posicionarem-se mais à frente, com muito mais confiança e proatividade, acabando por ganhar várias bolas em antecipação. 

Para além disso observou-se também uma maior variabilidade de posicionamentos e relações dentro de campo. Rafa com mais liberdade para sair do corredor central, Di Maria não só recebia fora e conduzia para dentro (tal como fez na primeira parte) como também chegou a receber em vários momentos por dentro, …, um Benfica com mais liberdade!

No entanto, o objetivo ofensivo do Benfica na segunda parte, foi igual ao da primeira parte!

O objetivo continuou a ser explorar as costas da última linha defensiva, mas não um espaço qualquer… O espaço que Zaidu iria oferecer!

E Zaidu ofereceu muito espaço na 1ª parte, até porque é difícil um jogador com projeção no ataque conseguir recuperar imediatamente a sua posição defensiva e é quase impossível defender esse espaço se não existir um ala, um médio centro ou um central a compensar muito bem o seu lugar.

NOTA: Entre o início da segunda parte e o primeiro golo do Benfica, 90% dos ataques encarnados chegaram ao último terço pelo lado direito (lado de Zaidu).

Para além disso, Zaidu era facilmente arrastado por adversários diretos, que se movimentavam para dentro, deixando espaços que na segunda parte, principalmente por Musa e Rafa, foram muito bem explorados.

E quando Zaidu acabou por ajustar o seu posicionamento defensivo, um outro momento em que ele parecia também com dificuldades era na transição.

Quando o FC Porto recuperava a bola Zaidu, sem qualquer avaliação do risco, movimentava-se imediatamente para fora e até nos duelos aéreos, onde a posse da bola está a ser disputada pelas duas equipas, Zaidu não se mostrava muito disponível para realizar coberturas aos colegas que lutavam pela primeira bola que, após perder o duelo, fica difícil ganhar a segunda bola.

Artigo da autoria de João Eira.

Redação BnR
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