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Jogadores que Admiro #37 – Lionel Messi

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Vi o meu primeiro mundial em 1974 e desse tempo ficou-me a forte impressão causada pelo guarda-redes Alemão Sepp Mayer. De tal forma que, quando quis ser jogador de futebol, escolhi aquele sitio amaldiçoado entre ferros a que se chama baliza e onde até a relva hesita em crescer.

O normal seria ter ficado impressionado pela forma como Beckenbauer lia o jogo antes de este acontecer, ou pelos desenhos imprevisiveis de Johan Cruijff contornando os defesas como se fossem pinos.

Ainda fui a tempo de ver a última sombra de Eusébio nos relvados Portugueses. E de ver soçobrar o talento e imprevisibilidade de Sócrates e Falcão ante a frieza e cinismo de Paolo Rossi e companhia. Essa seria a última vez que a presença de um argentino baixinho passaria despercebida.

Diego Armando Maradona ainda estava guardado na margem sul do oceano Atlântico, num tempo em que a globalização era apenas ficção científica. Mas era impossível guardar por muito mais tempo tamanho segredo. A consagração definitiva de El Pibe chegaria em 1986 e logo com a célebre ajuda da mão de um deus efémero. Infelizmente o talento incomensurável não encontraria o suporte interior necessário para reinar mais do que de forma fugaz. Em 1994 um controlo positivo de efedrina retirá-lo-ia definitivamente da ribalta. Isto já depois de, na passagem por Nápoles, ceder aos prazeres da “dolce vita”, de todo incompatível com a alta competição.

Nessa altura pensei que não teria tempo de vida suficiente para voltar a ver tal concentração de talento em apenas um jogador. Maradona fazia coisas que mais ninguém parecia capaz de algum dia imitar. Dizer isto pode ser profundamente injusto perante a magia de Ronaldo, Ronaldinho ou Zidane, por exemplo. Mas creio que também é justo afirmar que a retirada prematura do astro argentino ajudou a que tivessem trajectória e iluminação próprias ao invés de poderem ficar condenados a gravitar à sua volta.

O aparecimento de Messi contraria todas as probabilidades. Incluindo as do próprio jogador. Messi não era apenas mais pequeno que os demais, apesar de não ser difícil reconhecer-lhe as qualidades.

Era também um miúdo com problemas de saúde que requeriam tratamentos demasiado onerosos para as posses dos pais. Um acaso aparentemente infeliz que no entanto seria fundamental para o fazer viajar até Lérida, onde seria descoberto pelos olheiros do Barcelona. O trabalho de meticulosa filigrana de La Masia – onde chegou a jogar um escalão abaixo para poder estar ao lado de alguém do seu tamanho – foi determinante na metamorfose de um miúdo de 13 anos com apenas 1,40m para o atleta de alta competição que hoje todos conhecem.

O responsável pela sua contratação, Carlos Rexach, disse, então: “contratei-o ao fim de 30 segundos. Com mais de 40 anos de futebol, nunca havia visto nada assim. Em 4 oportunidades, converteu 3.” No último mundial do Brasil, Thiery Henry, seu antigo colega no Barcelona, testemunhou no mesmo sentido: “conheci grandes jogadores mas nunca vi ninguém fazer o que ele fazia. Em espaços reduzidíssimos pedia-nos a bola e desaparecia a serpentear, como se a bola estivesse colada aos seus pés.”

O toque de bola de Messi é inconfundível  Fonte: Facebook oficial de Leo Messi
O toque de bola de Messi é inconfundível
Fonte: Facebook Oficial de Leo Messi

Agora julgo que é definitivo: demorará muito para aparecer alguém que se lhe assemelhe. Leo Messi é de longe o melhor jogador que alguma vez vi jogar. A forma como entende o jogo, como conduz a bola, como define, como inventa espaços, finaliza e reinventa o jogo é absolutamente genial. Só uma má condição física o aproxima dos mortais.

Elogiar Messi é também reconhecer o enorme talento e as qualidades de Ronaldo. É preciso ter muita sorte para podermos desfrutar na mesma vida de jogadores deste quilate. O que o “nosso” jogador tem conseguido no tempo de Messi é absolutamente notável e creio que também ele é, pela sua abnegação, corresponsável pelo contínuo derrubar de barreiras e limites pelo argentino.

 Foto de Capa: Facebook Oficial de Leo Messi

José Duarte
José Duarte
Adepto do Sporting Clube de Portugal e de desporto em geral, especialmente de futebol.                                                                                                                                                 O José não escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.

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