Filipa Patão responde ao BnR: «Preocupámo-nos muito com as laterais e não com o que fazer quando ganhávamos a bola»

Filipa Patão e Mariana Cabral responderam às questões do Bola na Rede em conferência de imprensa. Benfica venceu Sporting na final da Taça da Liga Feminina.

Filipa Patão, treinadora do Benfica, e Mariana Cabral, técnica do Sporting, analisaram a final da Taça da Liga Feminina. O Benfica venceu o Sporting por 1-0 no Estádio do Restelo e as treinadoras de Benfica e Sporting responderam à questão do Bola na Rede na conferência de imprensa.

BnR: Com bola uma das estratégias do Benfica para superar a pressão do Sporting foi acionar a Nicole Raysla em apoio, mas raramente houve um contramovimento por dentro a atacar o espaço. Sente que ter a Jéssica Silva mais aberta e a Alidou como ala impediu saídas mais rápidas ou mais que a transição, o objetivo era guardar bola?

Filipa Patão: Estrategicamente o que nós quisemos com a Nicole foi ter uma jogadora que conseguisse fazer a posição de falsa 10, mas que tivesse o raio de ação e a capacidade de dividir o espaço entre as duas centrais. Por isso optámos pela Nicole, porque sabíamos que em apoio é uma jogadora com muita qualidade, também consegue aproveitar a rutura e ao mesmo tempo tem um raio de ação muito grande para conseguir dividir o espaço entre as duas jogadoras. Sabíamos que íamos precisar dessa divisão do espaço para manter a superioridade por trás e mantermos a igualdade por dentro. O que não resultou, para aquilo que trabalhámos e precisávamos, era a proximidade, como disse, das jogadoras que poderiam beneficiar desse baixar em apoio da Nicole. Tivemos muito pouca agressão ao último terço e às costas da linha defensiva do Sporting pela “preocupação” que as nossas jogadoras tiveram em conter as centrais do Sporting do que propriamente em conseguir ferir através daquele espaço que era criado. Foi isso que falámos ao intervalo, perceber que tínhamos de estar mais próximas, que tínhamos de ter mais ruturas e mais gente a agredir. As substituições também ajudaram a conseguir esse propósito. Sabíamos que a Jéssica [Silva] vinha de uma paragem e que fisicamente não estava a 100%. Estava a 100% no que toca a não estar lesionada, mas não traz a rotina para conseguir andar constantemente em acelerações. Lá está, e volto a repetir, preocupámo-nos muito com as laterais e não com o que fazer quando ganhávamos a bola. Modificámos isso, ganhámos um pouco mais de critério nas nossas saídas na segunda parte, onde críamos mais perigo. Ainda assim numa primeira parte não tão bem conseguida como desejávamos, conseguimos ter duas oportunidades claras para fazer golo. Na segunda parte voltámos a falar do que precisávamos de fazer, trocámos algumas peças, demos “sangue fresco” no jogo e conseguimos ter o ataque à profundidade que desejávamos e estar mais vezes em criação como gostaríamos. Deixar também um apontamento à capacidade de sofrimento e de resiliência que estas jogadoras tiveram porque um plantel que leva mais 13 jogos que o adversário conseguir fazer o que elas fizeram aqui e manter a intensidade é de louvar e dar os parabéns. Elas e nós sabemos o que está a custar esta fase final de época, temos muitos jogos, muita acumulação de cansaço mental e físico, mas isso não serve de desculpa e serve sim para nos reorganizarmos e para definir a estratégia ideal para este momento para termos sucesso. Elas estão de parabéns. Filipa Patão

BnR: Ofensivamente o Sporting procurou uma dinâmica assimétrica com a Fátima Dutra a projetar-se à esquerda e a Olivia Smith a infiltrar de fora para dentro, arrastando permanente uma defesa do Benfica. Qual a importância de ter a norte-americana por dentro e qual o impacto desta dinâmica no volume ofensivo do Sporting?

Mariana Cabral: Sabíamos que o Benfica marcaria individualmente as nossas médias, como faz sempre, e se não nos permite ter tanta bola elas têm de se movimentar muito para ter bola. A Olivia [Smith] é uma jogadora de excelente qualidade e que é marcada individualmente pela [Christy] Ucheibe. Se a Olivia for para a esquerda a Ucheibe vai para a esquerda, se for para a direita a Ucheibe vai para a direita, se for para o meio a Ucheibe vai para o meio, se for à casa de banho a Ucheibe vai com ela. Portanto, sabíamos que isso ia acontecer e efetivamente tínhamos a [Fátima] Dutra a subir pelo corredor para ganhar essa vantagem. Acho que a conseguimos aproveitar algumas vezes, mas não conseguimos chegar ao golo. Na segunda parte a Dutra já estava com algumas dificuldades físicas e tentámos aguentar ao máximo porque já tínhamos feito uma paragem devido à lesão da Jacynta Gala no início do jogo e só tínhamos duas paragens na segunda parte. Chegando a uma altura em que podíamos ir para prolongamento, e não podendo fazer mais uma substituição no prolongamento, tínhamos de controlar um bocadinho as substituições. Depois acabámos por tirar a Dutra, mas sim, era efetivamente isso que estávamos a tentar fazer.

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Diogo Ribeiro
Diogo Ribeirohttp://www.bolanarede.pt
O Diogo é licenciado em Ciências da Comunicação, está a terminar o mestrado em Jornalismo e tem o coração doutorado pelo futebol. Acredita que nem tudo gira à volta do futebol, mas que o mundo fica muito mais bonito quando a bola começa a girar.

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