Benfica 2-3 PSG: Quem quiser entrar… Vai ter muito que melhorar

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Foi com uma derrota que o Benfica deu início aos jogos de preparação para a época 2015/16 frente ao PSG, em partida a contar para a International Champions Cup, competição que reúne algumas das principais equipas europeias e americanas. 3-2 foi o resultado que favoreceu os franceses, com o golo da vitória a surgir bem perto do fim.

Embora o resultado seja sempre o que mais conta num jogo de futebol, nesta fase importa analisar a performance coletiva de cada equipa e a capacidade dos reforços. Ora, de reforços a primeira parte nada trouxe, já que Rui Vitória, em estreia no banco encarnado, optou por manter um elenco muito próximo do que tornou o Benfica de JJ campeão nacional. Sílvio surgiu no lugar de Maxi e Talisca no de Salvio, remodelando assim a asa direita dos encarnados.

O sistema também não mudou e o Benfica beneficiou disso para se impor no jogo e se superiorizar a um PSG bastante desfalcado, sem Ibra, Cavani, Lavezzi, David Luiz ou Thiago Silva. Os jogadores já se conhecem de olhos fechados e foram fazendo boas combinações, mostraram grande mobilidade e foram cercando a área dos franceses. A única grande diferença em relação ao esquema de JJ estava em Talisca, que, ao contrário de Salvio, pisava muito os terrenos centrais, tal como Gaitán. Os dois eram os organizadores de jogo e iam abrindo espaços na defensiva parisiense. A ala direita ficava, quase exclusivamente, a cargo de Sílvio.

11 Benfica
Este foi o primeiro 11 de Rui Vitória ao serviço do Benfica
Fonte: Facebook do Sport Lisboa e Benfica

Se ofensivamente o Benfica, com os principais protagonistas, parecia bem oleado, defensivamente as coisas mudam de figura. Jardel e Luisão não estiveram muito felizes e os espaços entre lateral e central foram frequentemente aproveitados pelos atacantes franceses. A carga física da pré-época foi, certamente, um dos motivos para este desacerto, já que foi visível o cansaço em Luisão e Sílvio.

E foi precisamente de uma má abordagem de Jardel que surgiu o golo inaugural. O central tentou antecipar-se a Augustin, mas o avançado foi mais esperto e com um toque tirou-o do caminho. Surgiu Luisão, mas o camisola 29, descaído para o lado direito, não hesitou e atirou a contar.

Estavam corridos 29 minutos de jogo e o golo acontecia um bocadinho contra a corrente. Talisca encarregou-se de repor a justiça e empatar o jogo aos 33’ com um remate fora da área, que surpreendeu Trapp, e Jonas completaria a reviravolta aos 42’ na melhor jogada do encontro. Gaitán recuperou no miolo, Lima recebeu, de costas para a baliza, deu a Pizzi, que dominou, levantou a cabeça e isolou Gaitán. O maestro argentino sentou o guardião Trapp e deu a Jonas para este encostar.

O intervalo chegaria e os benfiquistas ficariam com a certeza de que o melhor reforço para esta época se chama Nico Gaitán. Para além disso, é de registar a excelente exibição de Talisca, muito influente na manobra coletiva da equipa e o homem de maior perigo para as redes adversárias, e para a continuação do esquema por parte de Rui Vitória.

Na segunda parte, os reforços. Carcela e João Teixeira acompanharam André Almeida nas entradas ao intervalo e mais tarde Nelson Oliveira, Paulo Lopes, Lisandro, Marçal, Ola John, Lindelof, Gonçalo Guedes e Cristante tiveram a sua oportunidade. Esta roda viva das substituições quebrou a qualidade de jogo do Benfica e, com a utilização de jogadores que nunca jogaram juntos, a fluidez e a ligação entre setores foi-se perdendo.

Do lote de jogadores que não figuraram no anterior plantel, João Teixeira foi o elemento mais em foco, mostrando uma boa qualidade de passe, boa leitura de jogo e ocupação de espaços e uma excelente maturidade. Não teve problemas em assumir a bola, jogando no meio dos grandes como se um jogo de equipas B se tratasse. Já na pré-época passada mostrou ser um jogador acima da média e esperemos que este ano tenha mais oportunidades.

Carcela acanhou-se no início, mas com o passar do tempo foi ganhando confiança e procurando o jogo. A toada lenta e as paragens não permitiram ver muito mais, mas notou-se que é jogador para rasgar o jogo e fazer muitas diagonais da direita para o centro. Precisa de confiança e de ganhar entrosamento com os colegas.

Os restantes “reforços” tiveram pouco tempo. É de salientar só a infelicidade de Lindelof no terceiro golo. O sueco escorregou e permitiu ao avançado francês ir na direção da área benfiquista e servir Digne, que rematou fortemente à figura de Paulo Lopes. Aparentemente fácil, o lance, só que o guardião português complicou e meteu a bola na baliza. Antes já Lucas tinha convertido uma penalidade, cometida por Samaris.

Nem um minuto para Taarabt, o reforço mais sonante até ao momento Fonte: Facebook do Sport Lisboa e Benfica
Nem um minuto para Taarabt, o reforço mais sonante até ao momento
Fonte: Facebook do Sport Lisboa e Benfica

Guedes várias vezes tentou a jogada individual, sempre sem efeito; Marçal esforçou-se e tentou sair para o ataque sempre que pôde, e Nelson Oliveira foi quase uma nulidade. Precisa de mais esforço, mais confiança e rotinas. Talvez com um avançado como Jonas ao lado consiga ser mais eficaz e mais útil no coletivo, já que não tem características de ponta-de-lança fixo. Mesmo assim, aos 87’ tentou dar um chapéu ao guarda-redes recém-entrado, Sirigu, mas o italiano brilhou. No canto, Lisandro atirou de cabeça à figura do habitual titular na baliza do PSG.

Assistimos a uma segunda parte desconcertada, com muitos erros individuais e coletivos, muitos passes errados e muitas alterações, que custaram a derrota ao Benfica, depois de ter saído a vencer para o intervalo, após uma primeira parte com nota positiva. Há ainda muito trabalho a ser feito e Rui Vitória já leva daqui muitos pontos para trabalhar. Uma nota para Taarabt, o reforço mais sonante, que neste primeiro jogo nem sequer foi utilizado: o que se passará com o marroquino?

As Figuras: Talisca e Gaitán – O argentino apareceu como se nem férias tivesse tido. A bola com ele é sempre bem tratada e, quando chega a si, a probabilidade de existir perigo aumenta. É um mágico e por isso não admira tanta cobiça. Talisca regressou das férias, recarregado e parecido com aquele que desatou a marcar golos no início da última época. É um talento puro que motivado é difícil de parar, mas precisa ainda de ser moldado. Bom início para já.

O Fora-de-jogo: Segunda parte – Mal jogada pelo Benfica, que sentiu muito as alterações e perdeu o fio do jogo. Os que entraram nada acrescentaram e a falta de entrosamento entre os vários jogadores foi por demais evidente. Precisam de melhorar caso aspirem a roubar o lugar a algum titular.

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Luís Martins
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A mãe diz-lhe que começou a ler aos 4 anos, por causa dos jornais desportivos. Nessa idade já ia com o pai para todo o lado no futebol e como sua primeira memória tem o França x Brasil do Mundial 1998. Desde aí que Zidane é o seu maior ídolo mas, para ele, Deus só há UM: Pablito Aimar.                                                                                                                                                 O Luís não escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.

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