Real Madrid 0-0 AC Milan (10-9 após g.p.): Muitos artistas, pouco espectáculo

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Depois de ter ganho a International Champions Cup australiana, o Real de Benítez apresentou-se na partida decisiva desta competição, agora na China, com Navas na baliza, Danilo, Arbeloa, Varane e Pepe (capitão) na defesa, Casemiro e Modric no meio campo e Ronaldo, Bale e Lucas Vázquez no apoio ao avançado Benzema. O seu adversário, o Milan de Mihajlović, optou por fazer alinhar um onze constituído por Diego López, De Sciglio, Antonelli, Ely e Alex no quarteto defensivo, Poli, De Jong (capitão) e Bertolacci no meio campo e um tridente atacante composto por Suso, Niang e Cerci.

Em teoria a partida prometia, pois tínhamos frente-a-frente dois dos maiores nomes do futebol europeu, e, apesar de o Milan já ter visto melhores dias e estar em fase de reconstrução, a adição de jogadores como Bacca (30 milhões), Luiz Adriano (8 milhões) ou Bertolacci (20 milhões) é prova de que o clube quer sair da poça de mediocridade onde mergulhou nos últimos anos. Infelizmente, rapidamente se percebeu que estávamos mesmo perante um jogo de pré-temporada, e de um particularmente desapontante.

O Milan começou melhor o jogo, tendo-se superiorizado ao Real no primeiro tempo, entrando mais agressivo e disponibilizando, de forma surpreendente, muitos jogadores na frente, o que obrigou o Real a jogar mais na expectativa e em contra-ataque.

A superioridade do Milan deveu-se muito à sua vantagem numérica na zona de construção e recuperação de bola, evidenciada pelo não participação de Ronaldo, Bale e Benzema no processo defensivo da equipa, o que obrigou a tripla Modric-Casemiro-Vásquez a cobrir não só os médios da equipa italiana mas também a tentar conter a subida dos laterais. Antonelli, principalmente, esteve bastante interventivo e teve sempre espaço para subir na primeira parte.

Tirando alguns pormenores técnicos mais interessantes de jogadores como Niang, Vásquez ou Modric, a primeira parte foi um deserto de ideias. O Real Madrid foi uma nulidade no ataque e o Milan, depois da sua boa entrada, rapidamente acalmou, o que baixou consideravelmente a já baixa intensidade de jogo e diminuiu ainda mais a qualidade da partida.

O novo Milan ainda tem muito que melhorar Fonte: Facebook do AC Milan
O novo Milan ainda tem muito que melhorar
Fonte: Facebook do AC Milan

A única ocorrência digna de registo na primeira parte foi mesmo a pausa para as equipas se refrescarem aos 30 minutos de jogo. Muito pouco futebol, muitos passes e cruzamentos falhados. Apesar de estarmos na pré-época, parecia que estávamos perante o primeiro jogo de preparação das duas equipas, quando era já o quarto para ambas. Curiosamente, para a semana voltam a participar num torneio de pré-época juntas, desta vez a Audi Cup, que tem também o Bayern e o Tottenham.

A segunda parte trouxe bastantes alterações. Do lado dos espanhóis entraram o guarda-redes Casilla, Jesé, Ramos, Isco e Kroos para os lugares de Navas, Benzema, Varane, Vásquez e Modric, enquanto que nos italianos Bacca, Honda, Luiz Adriano, Mauri, Montolivo, Mexès e Zapata substituíram Niang, Suso, Cerci, Bertolacci, Poli, Alex e Ely.

Os treinadores tentaram agitar o jogo e evitar que o público adormecesse e logo aos 51 minutos Kroos vê o seu remate, que ia direitinho para o fundo da baliza. ser desviado por Zapata para canto. Tínhamos, então, a primeira grande oportunidade de golo do jogo e o primeiro ataque “a sério” do Real.

Aos 57 minutos, Isco brinda-nos com um pouco da sua magia. Depois de uma recepção deliciosa, senta o defesa adversário e cruza perfeitamente para Ronaldo, que cabeceia com perigo para boa defesa de López. O Real estava finalmente a aparecer e a começar a tomar conta do jogo, como se esperava desde início. Aos 60 minutos temos o primeiro sinal de vida do Milan nesta segunda parte, com um remate quase perfeito e de difícil execução de Bacca com a bola no ar, que resulta numa excelente defesa de Casilla. Aos 62 minutos, Ronaldo aparece finalmente numa jogada individual, deixando o seu marcador directo para trás e cruzando com perigo para Bale, que não consegue chegar à bola, acabando por sobrar para Isco, que desperdiça uma oportunidade clara de golo.

Cumpre referir que Ronaldo passou a primeira parte toda a jogar na direita e Bale na esquerda, tendo trocado de posição na segunda parte. O português tornou-se mais interventivo mas o galês manteve a sua anonimidade no jogo, não conseguindo ter qualquer tipo de influência no movimento ofensivo dos espanhóis.

Fomos premiados com mais uma onda de substituições por volta dos 70 minutos, antes da segunda pausa para os jogadores se refrescarem, aos 75, com a entrada de Marcelo, Carvajal, James, Nacho e Cheryshev para os lugares de Arbeloa, Danilo, Ronaldo, Pepe e Bale do lado do Real; no Milan, Paletta, Donnarumma e Calabria substituíram Antonelli, Diego López e De Sciglio. Até ao fim do tempo regulamentar pouco ou nada se passou, sendo apenas de registar a entrada de Matri aos 93 minutos, apenas para a marcação das grandes penalidades.

Nos penaltis, James, Marcelo, Casemiro, Ramos, Carvajal, Nacho, Cheryschev, Isco, Jesé e Casilla marcaram e Kroos falhou para o Real; no Milan, De Jong, Matri, Honda, Luiz Adriano, Montolivo, Zapata, Mauri, Calabria e Paletta marcaram e Bacca e o guarda redes de 16 anos Donnarumma acabaram por falhar, ganhando o Real por 10-9.

Depois de o Milan ter controlado a primeira parte, foi a vez do Real fazer o mesmo na segunda, mas mais uma vez esperava-se mais. Não sei se foi da elevada temperatura e humidade, da irregularidade do relvado ou da ainda notória falta de ritmo, mas o espectáculo deixou muito a desejar, e depois de um frustrante empate a zero o jogo acabou por ser resolvido apenas na marcação de grandes penalidades, onde o Real Madrid triunfou por 10-9, tendo levantado também a International Champions Cup chinesa, juntando-a assim à australiana (a norte-americana foi conquistada pelo PSG). Pouco ritmo e ainda menos ideias de ambos os lados. Felizmente as respectivas ligas só recomeçam em finais de Agosto, havendo ainda muito trabalho para ser feito.

Foto de Capa: Facebook do Real Madrid

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O João defende que o Porto devia acabar e o Sporting nunca devia ter existido. Carrega, Benfica! Fora de brincadeiras, para além desta paixão cega pelo clube da Luz, venera Mourinho, despreza Villas-Boas e é fã dos Boston Celtics e dos New England Patriots.                                                                                                                                               O João não escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.

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