
A Volta a França já começou e a todo o gás. A primeira semana apenas tem uma amostra da dureza das seguintes, apesar de não ter sido nada fácil.
O início inédito em Itália permitiu descobrir percursos diferentes que levaram dificuldades diferentes aos protagonistas.
O que parece certo é que Jonas Vindegaard terá maiores dificuldades este ano para revalidar a camisola amarela final porque o lote de candidatos está mais forte.
O Bola na Rede descreve os cinco maiores destaques dos primeiros dias da prova mais reputada do ciclismo mundial.
Romain Bardet
Na sua derradeira participação, o francês da equipa Team dsm-firmenich PostNL conseguiu o que nunca alcançado nas dez edições anteriores do Tour. Bardet conseguiu na etapa inaugural a vitória na etapa e o feito de vestir, pela primeira vez, a camisola amarela.
O segundo classificado do Tour 2016 contou com a ajuda do colega de equipa, Van der Broeck, para que a fuga ao pelotão tivesse sucesso na chegada a Rimini e Bardet fizesse o que nunca tinha feito. O ciclista da antiga Ag2R conseguiu a quarta vitória em etapas na Volta a França. A última tinha sido já em 2017.
Biniam Girmay
O ciclista da Wanty Intermarché conseguiu-se estrear a vencer no Tour e não contente foi o único a fazer o bis, na primeira semana do Tour.
No ano passado, o sprinter estreou-se na prova e o melhor que conseguiu foi um terceiro lugar na sétima etapa, na chegada a Bordéus. Aos 24 anos, Girmay conseguiu ser o primeiro ciclista do seu país, a Eritreia, e o primeiro africano negro a vencer uma etapa no Tour.
Teremos sprinter para os próximos anos? Parece que sim, mas para este ano, as oportunidades de se destacar irão contar-se pelos dedos porque a montanha irá dominar na maioria das etapas. Contudo, Biniam Girmay tem uma vantagem importante na camisola verde dos pontos, de quase 100 pontos para Philipsen e tem oportunidade de alcançar mais um marco histórico.
Tadej Pogačar
O esloveno parece vir com energias renovadas para alcançar a camisola amarela final que lhe escapa desde 2022 para Jonas Vindegaard.
A UAE Team Emirates parece ter uma estrutura montada mais forte do que nos últimos anos, em que Pogačar não tinha gregários que o protegiam nas grandes montanhas, quando o pelotão ficava reduzido aos principais candidatos.
No Col du Galibrer, o vencedor das edições 2020 e 2021 atacou e ninguém conseguiu parar o ciclista que já venceu este ano o Giro d´Itália.
Nota menos positiva no contrarrelógio da sétima etapa em que Remco Evenepoel ganhou 12 segundos a Pogačar que ficou em segundo no crono. No entanto, o camisola amarela conseguiu juntar mais 25 segundos de vantagem de Vindegaard e 22 de Roglič.
À partida para a segunda semana de competição, o líder da UAE Team Emirates tem 33 segundos de vantagem para o belga da Soudek Quick-Step e mais de um minuto para o vencedor em título da Team Visma e o compatriota da Red Bull – Bora – hansgrohe.
João Almeida
O português está a fazer a sonhar os portugueses no Tour, como já não se via desde as primeiras temporadas de Rui Costa na prova.
O companheiro de Pogačar conseguiu um oitavo lugar na etapa que atirou o líder da UAE Team Emirates para a camisola amarela e desde aí se fixou no top 10 geral.
João Almeida ainda alcançou mais um oitavo lugar no crono e parte para a segunda semana na sexta posição. O ciclista é uma alternativa na equipa, caso haja algum percalço a Pogačar e Ayuso, mas é um sério candidato a alcançar o top 10 final da geral. A rivalidade com o espanhol é bem visível e é algo que não o deve desconcentrar da corrida propriamente dita.
Só Alves Barbosa, Joaquim Agostinho e José Azevedo conseguiram esse feito.
Caso consiga acabar nos dez primeiros da geral, João Almeida será também o primeiro português a fazer top10 na geral das três principais grandes voltas, Tour, Giro e Vuelta.
Remco Evenepoel
Na sua estreia no Tour, o belga da Soudek Quick-Step tem demonstrado as qualidades que já tinha revelado noutras grandes provas.
O ciclista de 24 anos lidera a camisola da juventude e é o segundo da geral a quase meio minuto de distância do líder da geral. Apesar de ter boa qualidade enquanto trepador, é no contrarrelógio que se destacou.
Não deixando o crédito em mãos alheiros, o vencedor de três Voltas ao Algarve, 2020, 2022 e 2024, ganhou a sétima etapa no crono individual que ligou Nuits-Saint-Georges a Gevrey-Chambertin.
Vindegaard não tem, por isso, “só” Pogačar pela frente, na luta pela camisola amarela final.