Riccardo Calafiori, “Ricky” para muitos dentro de campo, é o nome do momento. Com apenas 22 anos de idade, o jovem defesa central do Bolonha de Itália foi a grande sensação deste campeonato da Europa de 2024.
Com o número cinco nas costas, argolas em ambas as orelhas e cabelo molhado, sustentado apenas pelo poder elástico de uma fita branca, Calafiori inundou o país germânico de elegância, irreverência e talento, muito talento.
Dono de um pé esquerdo fabuloso, recorte fino e um “savoir-faire” diferente de todos os outros, no que toca a um defesa central, Ricky já encantou qualquer adepto de futebol por este mundo fora, fazendo-nos recuar alguns anos, onde a seleção transalpina ostentava no seu onze dois nomes míticos do futebol: Alessandro Nesta e Paolo Maldini.
Inevitavelmente comparado com o antigo capitão “rossoneri”, o central italiano tem, de verdade, uma “aura” diferente da linhagem genérica de um jogador duro, trapalhão e que não possui nenhum talento com a bola nos pés. O antigo lateral esquerdo italiano, entretanto convertido a central, está preparado para assumir um lugar num dos grandes colossos do futebol europeu, e não me causa qualquer tipo de espanto, devido às suas características diferenciadoras.
Hoje em dia pede-se, cada vez mais, que os defesas sejam hábeis, que saibam onde colocar a bola, que deem largura e profundidade a partir de trás e que estejam preparados para simplificar ações que parecem demasiado complexas.
Riccardo tem tudo isto, tudo isto e muito mais, e faz juz às comparações que têm sido feitas recentemente com Nesta e Maldini, claro que com a devida distância. Para mim Maldini é o melhor defesa de sempre, e Nesta está bem lá em cima também, no entanto, e numa altura em que equipas como o Inter de Milão e a Juventus apostam em três centrais, e necessitam de refrescar a sua linha mais recuada, Calafiori é um “must have” para qualquer clube italiano.
Segundo a imprensa mundial, é o Arsenal que está na pole position para levar a joia italiana até Londres, o que provaria a forte aposta contínua dos “gunners” no potencial de jovens jogadores estrangeiros, e também o grande campeonato da Europa que Calafiori protagonizou.
Se há jogador que me entusiasma neste momento, esse jogador é mesmo Calafiori. A forma como entra dentro de campo, os seus movimentos, os seus níveis de concentração e a sua elegância, comprovam que estamos na presença de um grande jogador de futebol, que prova mais uma vez que podemos ser elegantes a jogar futebol, independentemente da posição que ocupamos em campo, e faz-me voltar vários anos atrás para relembrar todos os predicados físicos e técnicos que um central italiano tinha de ter.
A palavra “aura” está muito na moda, no que há caracterização de profissionais de futebol diz respeito, e assenta na perfeição no jovem italiano. A aura está lá, a qualidade também, o futuro, só os deuses do futebol o dirão… Senhoras e senhores, apaixonem-se pela nova pérola do “Calcio”, Riccardo “Maldini” Calafiori.