O fim da segunda jornada marca a chegada a metade do Euro Sub-19 de 2024, oito de dezesseis jogos, no entanto, já existem algumas certezas. No grupo A, a Itália já assegurou não só a passagem à próxima fase, como também o primeiro lugar. Ucrânia soma dois pontos, Noruega e Irlanda do Norte somam um. A anfitriã defrontará a Itália, podendo por isso qualquer seleção qualificar-se, em segundo lugar, para a final four.
No grupo B, a França (6 pontos) já tem a passagem assegurada, mas o primeiro lugar ainda não. Defrontará a Espanha (4 pontos), necessitando por isso de um empate apenas, para passar como primeira classificada. A Dinamarca (zero pontos), já sem hipóteses de passagem, enfrentará uma Turquia (um ponto) que, não dependendo apenas de si própria, ver-se-á obrigada a ganhar para manter o sonho vivo.
De recordar que existe ainda um playoff entre os terceiros classificados em que a seleção vencedora obterá passagem direta para o Campeonato do Mundo sub-20 2025.
1.
A defensivamente organizada Noruega de Luís Pimenta – Luís Berkemeier Pimenta está na Noruega há cerca de dez anos e está ligado às seleções jovens do país desde 2020.
É verdade que não foi além de um empate a zeros, mas apresentou uma organização defensiva coriácea. Rasmus Holten, fisicamente transcendente, fez uma bela exibição no centro da defesa e Elvind Helland é um dos melhores médios defensivos do torneio pela sua ocupação de espaços e capacidade de desarme diferenciada. Apesar de tudo, o grande destaque vai para a exibição do lateral esquerdo Aleksander Andresen, muito sóbrio nos lances defensivos e com várias incursões ofensivas pelo espaço interior, sempre com um excelente uso do seu físico.
2.
A Itália Rossonera – A Itália venceu de forma tranquila a Irlanda do Norte por três bola a zero neste Euro Sub-19, tendo todos os golos sido marcados por jogadores do AC Milan.
Francesco Camarda (16 anos feitos em março), já se tinha evidenciado no Europeu sub-17 onde foi o MVP e na sua primeira titularidade na prova voltou a fazê-lo, bisando. É um talento generacional, que se já estreou na equipa principal rossonera, dada a sua eficácia e posicionamento fora do comum, para a tenra idade.
É certo que a conjugação com elementos que estão habituados a coexistir juntos, fortalece a dinâmica coletiva e por isso é preciso destacar as exibições de Kevin Zeroli e Davide Bartesaghi. O médio ofensivo demonstra-se cada vez mais como um jogador que não precisa de tocar muitas vezes na bola para decidir um jogo, numa função quase de avançado sombra. Já o lateral esquerdo é uma autêntica locomotiva naquela asa esquerda e demonstrou um belo entendimento com Camarda, principalmente.
3.
A inevitabilidade de destacar Bernard Diomède – O selecionador francês de Sub-19 foi meritocrático e face às exibições de Lucas Michal e Jean-Mattéo Bahoya frente à Turquia, ofereceu-lhes a titularidade.
A aposta no jogador do Frankfurt foi bem-sucedida, protagonizando um golo e uma assistência. Não olhando a estatutos, retirou Senny Mayulu das quatro linhas e lançou Dehmaine Assoumani para uma posição mais interior, face à primeira partida, que ofereceu coisas diferentes ao jogo gaulês. Mais uma vez a entrada de Saïmon Bouabré na partida foi excelente e voltou a ser influente para o resultado.
4.
Berkay Yilmaz e Ali Turap Bülbül, a dupla de laterais turcos e Fahri Ay – Apesar de serem laterais com características completamente opostas, Yilmaz e Bülbül vão ganhando destaque neste torneio.
Berkay Yilmaz, o lateral esquerdo do Friburgo, é mais ofensivo e mais instintivo. Gosta de pisar terrenos interiores e combinar em jogadas de ataque com o extremo do seu lado e com Poyraz Yildirim. Já, Ali Turap Bulbul é um lateral mais ponderado, também por ser capitão de equipa. É exímio em organização defensiva e em situações de um para um. Fahri Ay entrou e nem um minuto demorou a deixar a sua marca. Marcou o golo (merecido) que deu o empate à Turquia, com um belo gesto técnico.