Desde a eliminação da Dinamarca ao apuramento da Ucrânia, a última jornada do Euro Sub-19 2024 mostrou ser um verdadeiro mar de emoções, com dezassete golos em quatro partidas.
1.
A Ucrânia que nunca baixou os braços – A Ucrânia até marcou primeiro e cedo (7’), mas a reviravolta foi consumada logo no início do segundo tempo (52’). Aí pensar-se-ia que a seleção Zhovto-Blakytni já não teria forças para discutir o resultado e se resignaria à derrota, mas o desfecho esteve longe de ser este. A reação foi imediata (54’) e a nova cambalhota, que lançaria a Ucrânia de novo para a frente, surgiu de grande penalidade (74’).
Os principais intervenientes desta bela exibição foram o guarda-redes Vladyslav Krapyvtsov, o médio Danylo Krevsun, os extremos Hennadiy Synchuk e Andrii Matkevych e, principalmente, o avançado Matvii Ponomarenko.
O guardião do Dnipro agarrou a equipa quando ela mais precisou tendo efetuado seis defesas, já o médio do Borussia Dortmund é um rematador exímio de meia distância, que faturou o segundo tento ucraniano.
O primeiro dos extremos marcou o golo inaugural e é um jogador mais criativo e vertical, ao contrário do segundo que é mais irreverente e gosta mais de sair em drible para cima dos adversários, como no lance da grande penalidade.
O principal destaque da Ucrânia neste Euro Sub-19 vai para o ponta de lança do Dínamo Kiev. Apesar da envergadura, é tecnicamente evoluído, consegue trabalhar de pivô e sair de espaços curtos com o seu reportório técnico, tendo marcado um e assistido para outro.
2.
Daniel B(is)raut – Daniel Braut protagonizou uma das melhores exibições individuais do Euro Sub-19, até então. Movimentação soberba, normalmente em diagonais nas costas da defesa e muita frieza na finalização, tendo bisado (com muita classe) e ainda enviado duas bolas aos ferros norte-irlandeses.
É ainda justo destacar a exibição de Sondre Milian Granaas, como médio rompedor a assumir o drible e a queimar linhas através do drible para contra-atacar.
3.
Saïmon Bouabré, talento generacional – A França organizou-se em 3-4-3 e a complementaridade de Bouabré com Amougou na dupla de médios foi visível a léguas (jogam juntos desde os sub-17), tendo dominado o tridente espanhol.
Ainda assim, o maior destaque tem que ir para Bouabré, jogador do Mónaco, sobredotado em todas as ações com bola, no drible em espaços curtos, na decisão ou na relação com a baliza. Fez um golo de uma execução técnica ao nível dos melhores parecer fácil. No plano defensivo faz uma partida deveras interessante com dez duelos vencidos em quinze possíveis e com quatro desarmes.
4.
O festival de golos (6) do Turquia – Dinamarca – Num jogo que, a certa altura, passou de ser uma luta para chegar às meias-finais da prova para ser “apenas” uma luta pelo terceiro lugar e consequente playoff de qualificação para o Campeonato do Mundo sub-20, onde nenhuma das equipas conseguiu estar em vantagem por mais de 11 minutos.
Apesar das boas exibições de Emil Bars e de Mikel Gogorza, os maiores destaques vão para os coletivos que nunca deram o jogo como perdido e lutaram até à última gota de suor num jogo que teve seis golos, sendo quatro deles fora da área. Um verdadeiro espetáculo de futebol neste Euro Sub-19.