Joias marroquinas – El Khannouss e Richardson brilham em Paris

    Os souks marroquinos transcendem a mera definição de mercados. São autênticos labirintos de cultura, história e comércio que representam perfeitamente a essência vibrante do país. Tecidos luxuosos, peças de cerâmica, especiarias e joias artesanais compõem as ruas estreitas e coloridas dos souks de cidades como Fez e Marrakech. As joias artesanais dos mercados marroquinos são verdadeiras obras de arte que refletem a rica herança cultural e as habilidades meticulosas dos artesãos locais.  

    No entanto, no cenário atual, as joias não se encontram apenas nos souks. O país tem assistido a um crescimento notável em termos de talento futebolístico, com o surgimento de vários jovens valores capazes de atuar na elite do futebol mundial. A seleção nacional marroquina tem colhido os frutos deste incremento de talento, alcançando um histórico quarto lugar no Campeonato do Mundo do Catar.

    Contudo, na Taça das Nações Africanas, Marrocos ficou aquém das expectativas, não conseguindo replicar o sucesso obtido no Mundial. Apesar da imensa qualidade à disposição do técnico Walid Regragui, a equipa não foi capaz de alcançar as fases mais avançadas da competição. Apesar da imensa qualidade à disposição do técnico Walid Regragui, a equipa não conseguiu alcançar as fases mais avançadas da competição.

    Agora, nos Jogos Olímpicos de Paris, a seleção marroquina surge como um dos conjuntos que agrupa mais talento e é dos mais interessantes de seguir. A equipa africana é capitaneada pela sua principal figura, Achraf Hakimi, e conta com o avançado Soufiane Rahimi, que brilhou na Liga dos Campeões asiática. Junta ainda a qualidade técnica e irreverência de jovens jogadores como Ilias Akhomach, Eliesse Ben Seghir, Bilal El Khannouss e Amir Richardson. Os dois últimos, que representam Genk e Stade Reims, respetivamente, têm sido dos elementos em maior destaque no coletivo treinado por Tarik Sektioui e deverão, brevemente, rumar a campeonatos de competitividade superior.

    Bilal El Khannouss

    Bilal El Khannouss atua como médio, geralmente como um criador de jogo em zonas avançadas, mas também pode desempenhar o papel de número 8 devido ao seu excecional conhecimento tático. O jogador de 20 anos é dotado de uma técnica bastante apurada e uma grande agilidade, sendo capaz de mudar de direção com tremenda facilidade. Combina criatividade e inteligência, possuindo a capacidade de ver o jogo de uma maneira diferente da maioria.

    O jovem talento do Genk destaca-se pela sua visão e alcance do passe, demonstrando ser imensamente perigoso e eficaz no último terço do campo. Sendo um passador de alto nível, quebra linhas com passes verticais ou torna-se decisivo no último passe. A velocidade com que pensa o jogo é encantadora. El Khannouss é extremamente resistente à pressão, em virtude do seu elevado recorte técnico e à calma que revela. 

    O marroquino é um driblador nato, com uma capacidade superlativa em espaços curtos. Apesar da sua pouca desenvoltura física, consegue proteger a bola de forma astuta. A imprevisibilidade que confere ao jogo ofensivo da sua equipa é verdadeiramente notável, sendo que a sua capacidade de jogar com ambos os pés amplifica consideravelmente essa qualidade. No capítulo defensivo, é muito responsável, trabalhando incansavelmente, na procura pela recuperação da bola.

     Amir Richardson

    Amir Richardson pode atuar como um seis puro ou num duplo pivô. Alinhando ao lado de um médio de cariz mais defensivo, o seu perfil alinha-se com os de Fabián Ruiz e Mikel Merino. O médio do Stade Reims aproxima-se dos espanhóis em termos físicos, apresentando ainda algumas semelhanças com bola.

    O jogador de 22 anos denota inteligência e uma boa perceção dos momentos do jogo, operando como um construtor em zonas recuados do campo. Possui uma bela qualidade de passe, tanto curto quanto longo, tentando maioritariamente o passe vertical que quebra as linhas defensivas adversárias. O marroquino manifesta uma tremenda capacidade na condução de bola, revelando competência ao nível do drible e fazendo uso da sua estrutura física para proteger o esférico. Com isto, exibe demasiados argumentos que o tornam resistente à pressão efetuado pelos seus adversários.

    O aspeto defensivo é aquilo onde Richardson mais se notabiliza. Prioriza a inteligência ao invés da agressividade. Tem uma capacidade incomum na ocupação dos espaços, é bastante atlético e as suas pernas longas permitem-lhe recuperar diversas bolas. Com 1.97m não é de estranhar que o jogo aéreo seja uma das suas armas primordiais.

    Próximo capítulo

    El Khannouss e Richardson destacam-se nos contextos em que atualmente se encontram, todavia para que possam continuar a progredir e alcançar o pináculo do seu potencial, é imperativo que ambos façam a transição para um nível competitivo mais elevado.

    Na minha opinião, El Khannouss poderia encaixar otimamente no Girona, o terceiro classificado da última edição da La Liga. O conjunto espanhol é orientado por Michel que promove um jogo de posse e de combinações, dando asas aos criativos. Pablo Torré que detém características idênticas às do marroquino cresceu muito na temporada que passou por empréstimo no Montilivi. O técnico é ainda um especialista em potenciar jovens jogadores. Savinho, Yan Couto e Miguel Gutiérrez são outros excelentes exemplos disso mesmo.

    A possibilidade de se desenvolver num ambiente de competitividade, com a Liga dos Campeões como novidade e sem a grande pressão dos resultados, poderia ser benéfico para o craque do Genk. Financeiramente, o valor desejado pelo emblema belga pode ser um obstáculo.

    A meu ver, Richardson poderia ser uma enorme mais-valia para o meio-campo do Newcastle. Os Magpies necessitam de um centro campista capaz de atuar como um seis puro.

     As suas habilidades em termos ofensivos, não privam os Geordies na construção e o seu poderio defensivo, retira responsabilidades no momento de defender a Bruno Guimarães. Com isso, o brasileiro pode ter mais influência perto da área adversária, onde é um jogador preponderante. Mantendo Eddie Howe a sua ideia de pressão e posicionamento em organização defensiva, um jogador como Richardson torna-se vital pela sua abrangência.

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