Se em criança o seu ídolo era Franco Cervi, o extremo português mudou de ares em Lisboa e vai agora surgindo como a próxima figura a observar pela nova geração. Com apenas 17 anos, Geovany Quenda tem dado os primeiros passos na equipa principal dos leões e promete dar muito que falar nos corredores de Alvalade. Face à ascensão que o jovem tem vindo a ter nestes últimos tempos, tentemos conhecer um pouco mais daquela que é nova esperança verde e branca.
Nascido a 30 de abril de 2007 na Guiné-Bissau, Geovany Tcherno Quenda começou o seu percurso no futebol português ao serviço do SF Damaiense em 2016. Depois dos primeiros passos na equipa lisboeta, Quenda mudou-se para aquele que viria a ser o seu segundo clube, o Benfica, em 2017. Já com um campeonato distrital no currículo, mudou-se para a sua atual casa, o Sporting, em 2019.
O início do percurso em Alvalade não foi fácil uma vez que, devido à pandemia, Quenda pode apenas mostrar o seu futebol dois anos depois. Ainda assim, no seu primeiro ano de leão ao peito dentro dos relvados, sagrou-se campeão nacional de sub-15, atuando também no escalão de sub-17.
Escalão esse, que o deu a conhecer melhor o futebol do jovem face aos 20 golos marcados no mesmo. Tendo em conta o rendimento que apresentou, em 2023/2024 subiu dois escalões, tendo atuado pelos sub-23 na Liga Revelação, onde anotou 14 golos e assistências em 24 jogos, e pelo Sporting B, onde marcou por duas vezes e assistiu por outras duas em nove jogos.
Já nas camadas jovens da seleção nacional, o seu nome foi-se fazendo ouvir cada vez mais depois das brilhantes exibições que foi anotando em fases de qualificação e nos Campeonatos da Europa de sub-17 em 2023 e 2024, ao registar seis golos e quatro assistências em 15 jogos.
Depois de ter sido chamado ocasionalmente ao banco da equipa principal na temporada passada, Quenda foi chamado definitivamente por Rúben Amorim esta temporada e vai, aos poucos, vincando o seu lugar no plantel que se vai constituindo.
A chamada, para além de merecida, acontece também por se tornar útil para o próprio treinador que pode contar agora com mais uma excelente opção para a ala direita dos leões. E porque é que é uma excelente opção? Em Quenda, Rúben Amorim tem um jogador de características diferenciadas e que se vai mostrando também um jogador polivalente. Podendo atuar tanto como ala ou extremo direito, à semelhança de Geny, faz uso da sua boa capacidade de drible para se estabelecer como mais um elemento desequilibrador nas costas de Edwards ou Trincão. Além disso, sendo esquerdino, procura movimentos interiores e concede mais opções na procura por boas ocasiões de perigo.
Tal como aconteceu com Geny Catamo na temporada passada, Ruben Amorim procura uma opção que se possa distinguir de Ricardo Esgaio ou Fresneda e que se estabeleça como mais um elemento do ataque, principalmente frente a equipas que jogam em bloco baixo.
Pelo facto de ter apenas 17 anos e também pelo facto de possuir forte concorrência, não se pode esperar que o jovem se estabeleça já como uma estrela ou uma peça crucial da equipa. No entanto, a verdade é que as exibições frente ao Athletic de Bilbau e frente ao FC Porto podem ir traçando um caminho inesperado para o jogador.
Tendo feito o gosto ao pé na Supertaça, Quenda tornou-se no jogador mais jovem de sempre a marcar na estreia absoluta, e como titular, pelo Sporting aos 17 anos, 3 meses e 5 dias.
Uma história que ainda terá muito que escrever no futuro, mas que, já vai encantando quem a lê.