
O número um nacional volta a somar boas prestações no primeiro Grand Slam da temporada. Já o tenista da nova geração do Ténis português, Jaime Faria, começou no qualificador do Open da Austrália e acabou apenas, de pé, contra o tenista com mais Grand Slams do mundo.
Portugal demostra cada vez mais que tem uma geração, cheia de talento, para triunfar nos grandes palcos. Melhor começo de época para os tenistas portugueses era quase impossível.
Na primeira ronda, do quadro principal, Nuno Borges defrontou o francês, Alexandre Muller, que vinha numa grande campanha no ATP 250 Hong Kong, onde se sagrou campeão. Nuno Borges, na melhor fase da sua carreira, venceu 3-1, com os parciais 7-6 (2), 3-6, 2-6 e 5-7. Num bom duelo, foi o português a passar à próxima ronda ao fim de quase três horas de encontro. 20 ases e 54 winners descrevem a exibição de luxo do tenista da maia.
Na segunda ronda, defrontou um dos tenistas da casa, Jordan Thompson. O australiano, número 28 do mundo. Contra a maior parte das expectativas, Nuno Borges provou ser um osso duro de roer ao arrasar o australiano por 3-0. Num encontro disputado na John Cain Arena, Nuno Borges precisou de menos de duas horas para despachar Thompson. 6-3, 6-2 e 6-4 foi o parcial do encontro.
Em busca dos oitavos de final, o tenista da maia tinha uma missão, digamos, quase impossível de ultrapassar. Nada mais nada menos que Carlos Alcaraz pela frente na Rod Laver Arena.
Num encontro com grandes pontos, Nuno Borges perdeu 1-3 com o tenista de Múrcia, com o parcial de 6-2, 6-4, 6-7(3) e 6-3. Um set ganho pelo português, que até ao momento, ninguém o tinha conseguido fazer. Alcaraz ainda não tinha perdido qualquer set na competição.
Espera-se mais uma temporada de bom nível para o número um nacional.
Uma das surpresas da competição, foi a prestação de Jaime Faria. É a primeira vez que consegue a entrada num quadro principal de um Grand Slam. Tudo começou num qualificador onde o nível que o português apresentou foi altíssimo.
No primeiro jogo defrontou Gijs Brouwer. O português venceu, sem margem para dúvidas, por 2-0, com os parciais 4-6 e 3-6. No segundo encontro, do duríssimo qualificador, encontrou um tenista a jogar em casa perante o seu público. O australiano Dane Sweeny. Num encontro que demorou pouco mais de uma hora, o português dominou o adversário, vencendo por 2-0, com o duplo parcial de 6-2.
No derradeiro jogo, onde estava apenas a uma vitória de entrar, pela primeira vez, num quadro principal de um Grand Slam, Jaime defrontou Mark Lajal. Num encontro onde já se esperava que fosse extremamente equilibrado, foi o jovem português a vencer por 2-1 com os parciais, 4-6, 6-2 e 4-6.
Numa das maiores vitórias da sua, ainda curta, carreira, o português fez o icónico festejo de uma das suas inspirações, Viktor Gyokeres, goleador do Sporting.
Muito já tinha feito Jaime Faria. Mas não quis ficar por aqui e na estreia no quadro principal do Open da Austrália, arrasou Pavel Kotov, tenista já mais experiente nestas andanças, por 3-0 com os parciais 6-1, 6-1 e 7-5. A maior vitória da sua carreira.
Após a grande vitória na primeira ronda, Jaime teve o privilégio de defrontar nada mais nada menos que Novak Djokovic. O tenista com mais venceu Grand Slams de sempre.
O próprio Jaime já admitiu ser a sua grande inspiração e o seu GOAT.
Num encontro disputado na emblemática Rod Laver Arena, Jaime Faria, sem medos, jogou olhos nos olhos com Djokovic.
O sérvio venceu por 3-1, com os parciais 6-1, 6-7 (4), 6-3 e 6-2. Mas a notícia aqui é o set ganho pelo português, o primeiro tenista nacional a conseguir esta proeza.
A grande exibição do tenista do Centro de Alto Rendimento do Jamor valeu bastantes elogios de Djokovic: «Ele jogou um ténis incrível no final do segundo e início do terceiro set. Eu tive de controlar a tempestade. Ele serviu dois primeiros serviços em todo o encontro e isso não é fácil. É um rapaz grande, muito jovem. Eu disse-lhe na rede que o futuro é brilhante e que ele deveria continuar», referiu após o encontro.
Espera-se um ano recheado de vitórias para os portugueses, onde acredito que será a afirmação, mais uma, de Nuno Borges enquanto tenista de top 30 para cima e a época de confirmação que temos um novo jovem tenista para o futuro do ténis nacional.