CS Marítimo 0-1 CF União da Madeira: Foi cá um bailinho!

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As equipas estavam separadas por quatro pontos na tabela classificativa. À entrada para esta segunda volta do campeonato, o Marítimo da Madeira era décimo, com 21 pontos, e o União da Madeira era 15.º, com 17 pontos. O Marítimo vinha moralizado depois de uma fulgurante vitória diante do Moreirense, na última jornada, por 5-1, e o União desejava repetir a vitória com que se estreou na Liga NOS, vindo de uma derrota por 1-0 com o Rio Ave.

Tarde nublada e, com o cair da noite, a humidade aumentava, a temperatura descia e por isso mesmo foi um início de jogo explosivo. Antes, e enquanto madeirense, não posso deixar de frisar o arrepio que me veio à espinha dorsal com o ambiente escaldante e de alegria que se vivia no Caldeirão! Que “monumento” ao futebol da Madeira.

Primeiros 15 minutos de jogo intensos no Funchal, com ambas as equipas a procurarem o golo. Ainda não se tinham jogado dois minutos e já o União tinha criado minutos de jogo. Comandou o Marítimo, sempre com lances pela esquerda do ataque, com combinações entre Edgar Costa e Rúben Ferreira. Uma delas resultou num livre, e a outra num canto; nenhuma das situações criou grande perigo para a baliza de André Moreira. Aos 10 minutos de jogo aparecia Amilton, irreverente, poderoso, explosivo, dinâmico e irrequieto. Arrancou pela direita do ataque azul e amarelo e cruzou para a área de baliza defendida por José Sá. Voltava o União a tomar conta do jogo, sobretudo pela direita, muito por culpa de um Briguel muito lento, que foi, por duas vezes, ultrapassado por Danilo Dias.

Ivo Vieira ficou insatisfeito com o resultado final
Ivo Vieira ficou insatisfeito com o resultado final

Aos 23 minutos de jogo, depois de uma poderosa arrancada de Amilton pela direita, e depois de ter visto um cartão amarelo aos 17 minutos, Raúl Silva trava, na opinião de João Capela, em falta o avançado do União e recebe guia de marcha para os balneários. Era a quinta expulsão em dezoito jornadas.

Com a expulsão de Raúl Silva, Ivo Vieira tinha de mexer na equipa, e aos 25 minutos de jogo substituía Éber Bessa por Dirceu. Na sequência da substituição e na cobrança de um livre da direita, Joãozinho coloca a bola na área, Gian chuta para as redes de José Sá, mas João Capela invalida o golo por fora-de-jogo.

Aos 35 minutos, depois de um livre na direita marcado por Briguel, Dirceu cabeceou por cima da baliza de André Moreira mas com algum perigo. E 30 segundos depois, Marega, na única situação ao longo desta primeira parte, tira três adversários do caminho, com um drible genial, e já dentro da área do União rematou para defesa apertada de André Moreira. Continuava a dar Marítimo, insistia e não desistia, e Fransérgio, pelo centro do terreno, guardou a bola por tempo a mais e não conseguiu criar perigo para a baliza adversária.

Ao cair do pano na primeira parte, Joãozinho ganha a bola no bico direito da área e remata forte com a bola a sobrevoar perigosamente a baliza da equipa da casa. Na resposta, livre pela esquerda do ataque verde-rubro, com cruzamento de Tiago Rodrigues, e a bola a viajar direitinha para as mãos do guardião azul e amarelo.

Na segunda parte, foi a vez de o Marítimo entrar determinado na obtenção do golo que lhe desse a vantagem. Marega primeiro e Baba depois tentavam inaugurar o marcador. Marega ainda caiu na área adversária e ficou a pedir penalti, mas João Capela mandou jogar. Depois, foi a vez de Baba tentar a sua sorte, mas a bola a sair por cima da baliza de André Moreira. Na resposta, e depois da alteração ao intervalo feita por Norton de Matos, que trocou Gian Martins por Cádiz, o União, pela esquerda do ataque, através de um excelente trabalho de Danilo Dias, tendo pela frente um Briguel apático, cruza a bola para a área, e José Sá decide oferecer a bola a Cádiz, que não perdoa e inaugurava o marcador.

Jogavam-se quatro minutos e o União colocava-se na dianteira do marcador. Empolgados pelo golo, os jogadores azuis e amarelos voltaram a ter hipótese de marcar, uma vez mais, o golo: primeiro Shehu, depois de muita confusão na área do Marítimo e de uma mão que João Capela não assinalou, rematou para defesa apertada de José Sá. Na mesma jogada, Danilo Dias voltou a provocar perigo à baliza da equipa da casa. Carregava no acelerador o União, e Ivo Vieira percebia que Briguel era o elemento menos dentro de campo, substituindo-o pelo regressado Patrick Vieira.

À hora de jogo, depois de um canto na esquerda, Baba cabeceava por cima da baliza do União da Madeira. Continuavam a insistir os dez verde rubros presentes em campo. Deyvison lança Marega pela direita, que criava perigo para a baliza do União. Só dava Marítimo, e, numa excelente combinação ofensiva, Marega rematou muito perigosamente.

Em desvantagem, as bancadas começavam a vaiar os jogadores de ambas as equipas. Foram várias as vezes em que os adeptos do Marítimo – os mais fervorosos, pelo menos – chamaram a Danilo Dias traidor. O caldo estava entornado com Toni Silva no chão, num claro anti-jogo ao qual já assistimos, sobretudo no jogo diante do Sporting Clube de Portugal. E ao longo de cinco minutos o que menos interessou foi o futebol, com claro destaque para a confusão vinda das bancadas mas também de dentro do relvado.
Voltando ao futebol, aos 74 minutos, Cádiz isola-se frente a José Sá, tenta fazer a “cueca” ao guardião verde-rubro mas sem efeito.

Luís Norton de Matos saiu satisfeito com a conquista dos 3 pontos
Luís Norton de Matos saiu satisfeito com a conquista dos três pontos

Estava melhor e por cima do jogo o União. Aos 80 minutos, Breitner remata com defesa apertada de José Sá. Ainda na sequência do lance, a defensiva do Marítimo não consegue afastar para longe, e Paulinho remata com a bola a bater com estrondo no poste direito da baliza de José Sá. Continuava a pressionar o União, que tentava ampliar o resultado, e Joãozinho quase marcava.
Aos 85 minutos, Paulinho arranca pela direita, cruza para a área e aparece Patrick Vieira in extremis a cortar para canto. Na sequência do lance, Norton de Matos aproveita a paragem na partida e lança o miúdo Rúben Andrade, trocando-o pelo ex-Marítimo Danilo Dias, que deixava o relvado sobre um coro de assobios e impropérios. Aos 88 minutos, o venezuelano Breitner remata e a bola vai ao poste da baliza dos da casa. Na resposta, Marega cai na área, reclama-se, num uníssimo coro, penalti, mas João Capela mandou jogar.

Na última jogada digna de registo, o Marítimo podia ter empatado. Mas perdeu tudo! E perdeu tudo porque Dirceu e Rúben Ferreira decidiram manchar ainda mais o jogo para os da casa. Dirceu porque, sem qualquer motivo, decidiu rasteirar Amilton com violência. Rúben Ferreira porque decidiu responder às provocações do médio do União e perdeu a compostura, sendo expulso.
No final, claro está, a festa do lado dos visitantes e a frustração dos da casa, com João Capela a ser muito contestado. Vitória nas duas partidas entre ambas as equipas a pertencer a um União que vai fazendo o campeonato com as armas que tem e que, deste modo, parte de novo moralizado para o dérbi da próxima jornada diante do Nacional da Madeira.

A Figura
Jhonder Cádiz – Num jogo onde as figuras foram os que decidiram ir tomar banho mais cedo, deixo nota positiva para Cádiz, que entrou ao intervalo e que, logo no início da segunda-parte, resolveu a partida a favor do União.

O Fora-de-Jogo

Briguel – Apático, por diversas vezes foi ultrapassado pela ofensiva unionista. Foram vários os lances onde se denotou a “não presença” do capitão do Marítimo dentro de campo. E com a expulsão de Raúl Silva pior ficou.

Sala de Imprensa

Luís Norton de Matos – O treinador do União da Madeira surgiu na sala de imprensa a realçar a importância dos três pontos alcançados diante do Marítimo. Norton de Matos referiu que o União “teve oportunidades suficientes para resolver o jogo mais cedo” e desse modo “ter poupado estes nervos finais”. À pergunta do BnR sobre o factor “campeonato interno”, no que diz respeito às três equipas da Madeira, Norton de Matos referiu que foram apenas “três pontos ganhos a um clube rival, não inimigo” e que são esses três pontos que lhe interessam enquanto treinador do União da Madeira, não esquecendo a importância que esta vitória tem para com a massa adepta azul e amarela.

Ivo Vieira – Chateado, Ivo Vieira chegou à sala de imprensa, onde aproveitou para “dar um murro na mesa”. Falando de uma forma geral, Ivo Vieira acusa as equipas adversárias de se aproveitarem do excelente relvado de que o Marítimo dispõe e de se “atirarem para a piscina, querendo sacar o máximo de cartões possíveis” aos verde-rubros. O treinador do Marítimo aproveitou ainda para lançar uma farpa ao União e ao comportamento de alguns jogadores azul e amarelos. “Os cartões vermelhos são mais festejados do que os próprios golos”, disse. Concluindo, Ivo Vieira destaca que os jogadores do Marítimo sentem-se injustiçados e que, desse modo, perdem um pouco a compostura e a inteligência dentro de campo porque, segundo o técnico do Marítimo, “são seres humanos.” Já questionado pelo BnR sobre a possível transferência de Marega, Ivo Vieira preferiu referir que perdeu três jogadores para o próximo jogo e “rematou para canto”, dizendo que só o presidente do Marítimo, Carlos Pereira, pode responder a essa questão.

Óscar Góis
Óscar Góishttp://www.bolanarede.pt
O Óscar é o enviado especial do BnR na Madeira e sofre de clubite aguda pelo clube ao qual se dedicou: o Camacha. Foi internacional de andebol, mas agora prefere o vinho. É defensor de CR7 e do Manchester United.                                                                                                                                                 O Óscar escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.

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