O Benfica estreou-se no Mundial de Clubes na madrugada desta terça-feira com um empate a dois golos, frente ao Boca Juniors, da Argentina, resultado que deixa tudo em aberto no Grupo C.
No onze benfiquista surpreendeu a presença de Renato Sanches e o fato de Dahl ser opção no lado direito, algo que nunca tinha sido visto. Com Leandro Santos no banco, ainda tem menos sentido a presença do sueco.
Que entrada do Benfica… conseguia recuperar rápido a posse de bola, ativava os seus melhores ativos, à cabeça Di Maria e Carreras, e acumularam algumas aproximações à área do Boca.
No entanto, o que se previa, não durou muito. Após os primeiros dez minutos, os argentinos foram, progressivamente, saindo das amarras do Benfica e aos 21 minutos acabaram por chegar à vantagem depois de um “túnel” a Florentino Luís do lateral Blanco e a finalização de Miguel Merentiel. E para piorar, seis minutos depois, aos 27, os argentinos voltaram a faturar num pontapé de canto, após muita passividade da defesa benfiquista.
Tendo uma montanha por escalar e com um resultado muito difícil para conquistar, a penalidade cometida sobre Nico Otamendi veio para ser uma lufada de ar fresco para o Benfica que estava a entrar numa aura negativa que dificilmente viria a sair.
Claramente que o plano de Bruno Lage falhou na primeira parte, a começar pela ideia de colocar Dahl pela direita. O sueco teve desconfortável e sérias dificuldades em fazer a diferença. Pavlidis, Bruma e Di Maria não pressionavam em nenhum momento e o Boca construiu como quis.
Vendo as dificuldades evidentes, as alterações, na volta dos balneários, foram naturais. Lage lançou Belotti e tirou Dahl com o objetivo de acrescentar agressividade no último terço e mudou o plano tático para o 4-4-2, tendo dois avançados de referência.
A questão é que a grande lacuna dos primeiros 45 minutos, não foi corrigida. O meio-campo não acrescentou nada, seja na ligação como nos duelos. Renato e Florentino são uma dupla que não tem impacto no jogo ofensivo.
Sem inspiração e, após a expulsão imatura de Belotti (72), foi preciso Otamendi, aos 84 min, subir ao “segundo andar” para levar o Benfica ao empate numa partida que era proibido perder. A partir desse momento os encarnados ganharam uma nova cara. A superioridade foi evidente até ao fim da partida, mas não foi suficiente, apesar dos argentinos ficarem reduzidos a dez unidades.
No final do jogo ficou na retina a pouca leitura de jogo de Bruno Lage, a falta de “fome” dos jogadores e a necessidade do individual para empatar. Não há um modelo coletivo.