5 desilusões da fase de grupos do Mundial de Clubes

Terminada a fase de grupos da edição inaugural do Mundial de Clubes em formato renovado, as opiniões continuam bastante divididas.

Por um lado, há muitas críticas ao excesso de jogos e à influência negativa na preparação da próxima época, principalmente por parte dos adeptos europeus. Por outro, é de louvar a oportunidade de ver o confronto entre diferentes estilos de jogo e a hipótese que as equipas de confederações menos cotadas têm de se mostrar ao mundo.

Com a fase de grupos do Mundial de Clubes concluída, analisamos os desempenhos menos conseguidos que ditaram a eliminação de cinco formações, que voltam desde já o foco para os respetivos panoramas nacionais.

5.

Wydad Casablanca  – Em jogos de preparação para o Mundial, a formação marroquina conseguiu manter a postura defensiva frente a FC Porto e Sevilha, saindo derrotada em ambas as ocasiões apenas por 1-0. As exibições davam a entender que a adaptação ao estilo de futebol das equipas europeias não seria o maior problema e levantavam as expetativas para os campeões africanos de 2022.

Se as derrotas frente a Manchester City e Juventus eram previsíveis, a saída do Mundial de Clubes sem qualquer ponto não deixa de ser algo desapontante. O último jogo do grupo era teoricamente o mais acessível e entre duas equipas já eliminadas. Frente aos emiradenses do Al Ain, o Wydad até entrou bem e marcou cedo. No entanto, acabou por permitir a remontada e foi inferior em praticamente todos os aspetos do jogo, abandonando o território norte-americano de mãos a abanar.

4.

Boca Juniors – Tal como os emblemas brasileiros, as duas equipas da Argentina entravam em campo neste Mundial de Clubes para reafirmar a América do Sul como uma potência futebolística, no que aos clubes diz respeito. O Boca não teve particular sorte no sorteio, caindo num grupo em que a diferença de golos conseguida no duelo com o Auckland City poderia ser um fator decisivo.

Depois de dois jogos bem disputados frente às equipas europeias, com o estilo de jogo agressivo e aguerrido tipicamente sul-americano, o Boca precisava de golear os neozelandeses e contar com uma ajudinha do campeão germânico. Nem uma coisa, nem outra aconteceu: os xeneizes mostraram-se desinspirados na última partida e disseram adeus à competição, com um empate que foi histórico para a equipa adversária.

3.

River Plate – Os vizinhos de Buenos Aires também não lograram a passagem às eliminatórias do Mundial de Clubes. Com um plantel recheado de jogadores de qualidade, alguns bem conhecidos do público Europeu como Acuña, Montiel, Lanzini ou Mastantuono (já anunciado como reforço do Real Madrid), los millonarios apresentavam-se como grandes candidatos ao apuramento no grupo E.

O empate entre Monterrey e Inter não augurava nada de bom e pressionava o River para conseguir os três pontos frente aos mexicanos. Num jogo com 40 faltas, muitas interrupções e pouca fluidez, nenhum dos 18 remates da equipa argentina encontrou o fundo das redes, atribulando as contas do apuramento para a fase seguinte do Mundial de Clubes.

Numa última jornada sem surpresas, o Monterrey derrotou os já eliminados Urawa Red Diamonds e o Inter reservou o bilhete de regresso a casa dos comandados de Marcelo Gallardo.

2.

Atlético Madrid – Com o PSG a apresentar-se como claro favorito do grupo, previa-se uma luta a dois entre Atlético e Botafogo pelo segundo lugar. A equipa francesa entrou no Mundial de Clubes com a mesma intensidade que demonstrou na final da Champions League, e os colchoneros não conseguiram travar a avalanche ofensiva. Alguma falta de concentração e de velocidade nas transições ofensivas ditou um resultado pesado para o coletivo da capital espanhola.

Depois de ter cumprido frente ao Seattle Sounders, o Atlético tinha ainda assim uma missão difícil, depois do Botafogo dar uma “reviravolta” nas contas do grupo, ao vencer o PSG. Faltou eficácia ofensiva e capacidade para desconstruir o bloco baixo da equipa brasileira. O tento solitário de Griezmann, já nos minutos finais, não foi suficiente para salvar a equipa de Simeone, que se viu eliminada do Mundial de Clubes apesar dos seis pontos amealhados.

1.

FC Porto – O sorteio foi simpático, Anselmi teve uns meses para implementar as suas ideias (incluindo dois encontros de preparação para o Mundial de Clubes), Rodrigo Mora chegava ao torneio em grande forma e como principal ameaça ofensiva. Em suma, existiam alguns fatores para considerar o FC Porto favorito para chegar aos oitavos de final. Nenhum deus serviu de muito.

Um empate a zeros frente a um Palmeiras bem mais desenvolto acabava por não ser uma entrada má na competição. Faltava claramente capacidade para construir jogo, com as oportunidades de golo dos dragões a escassear e o “chutão na frente” a imperar. A derrota frente ao Inter Miami (a primeira de uma equipa europeia contra um emblema da CONCACAF) voltava a deitar abaixo as esperanças dos portistas no Mundial de Clubes e a lançar a desconfiança sobre os planos do treinador argentino.

Com as contas do apuramento muito complicadas, o encontro com os egípcios do Al Ahly era acima de tudo uma oportunidade para limpar a imagem da equipa. Num jogo atípico, foi a defesa portista que falhou mais, resultando num resultado típico de videojogo (4-4), que levanta uma vez mais a dúvida sobre onde reside o problema: nas ideias de Anselmi ou nas peças de que este dispõe para as implementar?

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João Pedro Santos
João Pedro Santos
Licenciado e mestre em Biotecnologia pela Universidade de Aveiro, é atualmente estudante do Programa Doutoral em Engenharia Química e Biológica da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto. Tendo a música e o desporto como grandes interesses, dedicou-se recentemente à escrita de artigos de opinião para o projeto Bola na Rede.

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