Numa missão quase impossível, Portugal enfrentou a Bélgica, após perder na primeira jornada e empatar na segunda com a Itália, a necessidade de vencer era intrínseca a este duelo. Além disso, dependia da vitória das espanholas e tinha que anular uma desvantagem de seis golos.
No entanto, a vontade de fazer história era notória. À entrada para a última jornada do Grupo B, o treinador Francisco Neto fez apenas uma alteração, forçada, em relação ao empate tardio perante as transalpinas com a colocação de Catrina Amado por Ana Borges que foi expulsa.
Tendo, desde logo, a vida complicada mesmo antes da árbitra sueca, Tess Olofsson, apitar o início do jogo, a equipa das quinas viria a entrar com o pé esquerdo, pois aos três minutos sofre o primeiro golo da partida através da melhor marcadora de sempre da seleção belga, Tessa Wullaert.
A partir daí, ao longo da primeira parte, as dificuldades para produzir oportunidades tornou-se evidente. Portugal, ao longo da competição, foi muito débil para criar desde trás, recorrendo, em excesso, à bola longa e sem grande êxito, e principalmente contra uma seleção como a belga que ganha todos os duelos aéreos, esta estratégia nunca resultaria. Com jogadoras com qualidade como temos, à cabeça Kika Nazareth, há que criar condições para que os talentos se insurgem.
Dos balneários saltaram Lúcia Alves, Andreia Jacinto e ficaram por lá, Catarina Amado e Andreia Norton. Alterações que fizeram efeito, quase imediato, com uma oportunidade de Ana Capeta, aos 48 minutos, a deixar claras as intenções de Portugal para esta segunda parte. No entanto, foi a Bélgica que, de facto, colocou a bola dentro, mas devido a uma falta cometida por Detruyer sobre a Andreia Jacinto que acabou por anular a vantagem das belgas.
Esta alteração manteve Portugal dentro do jogo e isso foi notório até aos 88 minutos, quando o empate foi alcançado com o golaço de Telma Encarnação, que na minha opinião teria de ser titular nesta equipa, após uma das melhores assistências da competição, com Kika Nazareth a protagonizá-la.
Mas a igualdade foi “sol de pouca dura”. Aos 90+6´, a Bélgica voltou a marcar, através de uma jogada de insistência, por parte de Cayman, que revelou as fragilidades defensivas das navegadoras.
E assim terminou a participação de Portugal no Europeu 2025, onde as expectativas lançadas, antes do início da competição, não foram consumadas, deixando patente as necessidades, evidentes, de evoluir em todos os momentos do jogo.