Tiago Silva não poupou nas críticas contra António Miguel Cardoso. O médio português assumiu ainda que não pretendia deixar o Vitória SC.
Tiago Silva falou pela primeira vez sobre a sua saída do Vitória para o Al Rayyan. O médio de 33 anos garantiu que não pensava em sair do clube vimaranense:
«Nunca tive vontade de sair do Vitória, nunca mesmo. Quando saí do Olympiacos tinha 28 anos e assinei cinco com o clube com o propósito de terminar lá. Pensava para mim mesmo que aos 33 anos ia acabar a carreira, num emblema de grande dimensão, para depois desfrutar da família e não me foi permitido que isso acontecesse. Desde o início que tentaram quase empurrar-me dali e muitas pessoas dentro do clube me diziam para ter atenção, pois o presidente queria que eu saísse. Sei que não é bonito de se dizer, no entanto já foi dito também coisa que não se devia dizer, ainda por cima num dia em que nem sequer se devia ter falado de outros assuntos, sem ser sobre o Vitória e o aniversário do clube. Por isso, esta é a altura ideal para falar sobre isso», afirmou ao jornal A Bola.
Tiago Silva falou depois das declarações de António Miguel Cardoso, que falou na existência de uma vaidade entre alguns jogadores do Vitória SC:
«Não sei até que ponto não posso ser vaidoso dentro do clube. Nunca fiz nada sozinho, como é óbvio, mas sinto que tive um papel importante em tudo isso. Depois levarem isso para o lado negativo, não gostei. Senti-me mal, senti-me atacado. Podia ter falado mais cedo, logo quando saí e decidi não fazê-lo, porque não queria desestabilizar o grupo. Acho que foi inapropriada a forma como foi feito, no dia em que foi feito e o timing utilizado. Depois de uma vitória com o Estrela da Amadora, sendo que é um campo no qual é sempre muito difícil jogar e do empate com o SC Braga que é sempre um dérbi aceso, tendo em conta que o clima não estava bom, parece que o empate foi quase uma vitória e aproveitaram-se destes fatores para falar, prejudicando a imagem dos jogadores que saíram que, talvez, foram os que garantiram os resultados que fizeram com que se mantivesse no cargo. Para mim é de uma ingratidão gigante e tenho pena de ter de estar a falar sobre este assunto, mas havia muitos mais que ainda podia abordar», atirou.