José Mourinho realizou a antevisão do Chelsea x Benfica. Águias ainda procuram o primeiro ponto nesta edição da Champions League.
José Mourinho fez a antevisão do duelo entre o Chelsea e o Benfica da segunda jornada da fase de liga da Champions League. O treinador destacou a importância da vitória.
«Mais do que os primeiros 20 minutos, espero duas equipas a querer ganhar. Não acredito que o Chelsea jogue para outra coisa que não seja ganhar. Jogam em casa e perderam o primeiro jogo. Por uma questão de cultura de clube, não há adversário ou estádio onde não queremos ganhar. Temos de defender bem, mas o objetivo é ganhar o jogo. Perderam em Munique, mas num calendário mais difícil. Perdemos pontos onde pensavam que íamos somar e temos de ir à caça de pontos. Temos de ir por eles».
«A dimensão europeia [do Benfica] não significa pensar em ganhar uma competição europeia no imediato. Estamos longe disso e pensar faz mal. Estamos numa fase em que cada ponto é fundamental e num formato em que temos pouca experiência. É um pouco estranho, não podes controlar o destino contra muitas equipas. Os três pontos contra o Qarabag seriam a partida e a construção para a qualificação. Estamos numa situação mais complicada, mas temos de partir para cada jogo com a vontade de conseguir. Já joguei aqui pelo Tottenham, Manchester United e Inter e não pensei com quem estava a jogar. I’m not a blue anymore. Sou vermelho e quero ganhar».
«Foi um não trabalho. Era a coisa que os jogadores precisavam, com três dias entre os jogos. Chegámos ao jogo com o Gil Vicente em grandes dificuldades, jogadores com luzes vermelhas na data. Tivemos três dias de não trabalho. O trabalho de organização tática é mais passivo que ativo. Gostaria de ter treinado no Seixal, mas não foi possível por logística. O treino é aberto e não posso treinar taticamente. Ou era 15 minutos ou para as câmaras que aí instalei. O treino vai ser de ativação. Temos de tentar estar no melhor possível, acredito muito mais no trabalho de campo, mas os princípios de organização vamos ter. Temos boas possibilidades de discutir o jogo».
«Regresso a Stamford Bridge? Eu vivo aqui, quando estou em Londres passo o dia aqui. Conheço bem o Chelsea, já vim aqui com três clubes diferentes. É um estádio onde não sentirei antagonismo, em princípio, que também não me faria mal nenhum. Consigo isolar-me desse contexto».
«Pedro Neto? Gostava. É um dos melhores alas do mundo. O Roberto [Martínez] é um privilegiado, tem o Pedro e quatro ou cinco jogadores de perfil semelhante. Não temos tanto esse perfil. Gostaria de o ter, mas está numa realidade diferente do ponto de vista económico. É para esquecer. Desejo o melhor, que não tenha lesões e que amanhã não faça o melhor jogo».
«O Benfica não jogou tantas vezes aqui. São um par de jogos, quatro jogos apenas. Não me agarro muito. As equipas portuguesas não têm tanto resultado contra equipas inglesas, porque as equipas inglesas são fortes, com mais tempo útil. Em Portugal há muito tempo de paragem e pouco tempo útil».
«0-0? Não assinava. Se calhar ao minuto 88 assinava três vezes. Depende do jogo. O empate é ótimo se o adversário for muito melhor. Aí assina-se com grande alegria. Não estou a falar de jogos a eliminar, mas a pontos. Qualquer ponto é um ponto que serve e ajuda a atingir objetivos. Vamos jogar».
«Lukebakio? Vai jogar de início. Não sei quanto tempo. No outro tipo 60 e pouco minutos, veremos amanhã consoante o que o jogo pede e como ele se adaptará. Prefiro que comece do que guardá-lo para 30 minutos».
«A primeira vez que joguei Champions, como adjunto do Bobby Robson, o formato era muito diferente. Estamos neste formato agora. Quando fui campeão europeu pela primeira vez foi o formato que durou mais tempo, com grupos de 4 e jogos a eliminar. Depois alargou-se para dar de comer a mais gente e a dar mais clubes a federações mais importantes. Há tanto tubarão económico na Europa que é cada vez mais difícil para as equipas portuguesas. O Benfica é gigante, muito maior que clubes economicamente mais fortes que o Benfica. No futebol europeu há clubes economicamente muito poderosos, mas podemos vencer. Vamos jogar, divertir, competir e tentar ganhar».
«Sempre serei blue. Faço parte da história do Chelsea e o Chelsea da minha. Ajudei o Chelsea a ser um clube maior e o Chelsea ajudou-me a ser melhor treinador. Há muitos clubes com medo do que aconteceu no passado e em transformação contínua. Parece que querem apagar as pessoas que fizeram história nos clubes. Mostra que o Chelsea é um grande clube».
«O Chelsea é uma máquina vencedora. Não tem tido tantos troféus. Houve transformações, novas equipas, novos treinadores. Eu sou o maior até alguém ganhar mais».
«Regressar ao Chelsea? Nunca se sabe. Depois de 25 anos, esperava voltar a Portugal para a seleção nacional e não para o Benfica e aqui estou. Não tenho projetos de carreira. Não tento pensar no que pode acontecer ou não. Onde quer que esteja vou dar o melhor. Recentemente saí e estou no Benfica e muito feliz. São muitos anos de idade e no futebol e o Benfica é um clube gigante e uma responsabilidade enorme por várias razões. Vamos para amanhã. Antes do jogo será o meu Chelsea, durante o meu Benfica».
«Quando um membro do Chelsea me insultou eu reagi e só viram a minha reação. O resultado foi 1-1, o golo foi no último minuto. O treinador Sarri foi um excelente treinador e o Chelsea portou-se bem. Disse para não despedirem o treinador, toda a gente pode ter comportamentos menos bons. Nas ruas pedem-me fotos e atenção».
«Tinha diferentes opções, mesmo na Premier League. Foi o Chelsea, um casamento feliz. A segunda vez foi porque foi muito boa a primeira. Sou importante na história do Chelsea e o Chelsea é importante na minha. Tive muitas decisões».
«Investigações ao Chelsea? E o Manchester City. Não sei quais as multas. Vou tentar entender».
«Não estudei este modelo. Mesmo um, vendo de fora, estava com questões. O Chelsea tinha perdido identidade como clube, mas na última época pareceu-me de volta ao rumo certo. Deram responsabilidade ao Enzo Maresca, ele impôs as suas ideias. A Conference League é fácil para os tubarões e o Mundial de Clubes, mesmo que a Champions League seja mais importante, esse símbolo e a competição significam muito. Parabéns ao Chelsea. Mesmo para os adeptos, sinto a confiança. Vivo aqui, o meu filho vem cá quase todas as semanas e sabe que o sentimento é diferente. O período menos bom foi de dúvida e agora está de volta ao rumo».
«O Joe Cole fala sempre bem de mim. Mesmo que cometa erros, ele é o meu menino. Alguns desses rapazes são meus, sempre nos apoiámos. Vou sempre dizer que é o melhor jogador da história. É gratificante ouvir essas palavras. A Champions League é mais importante que o Mundial de Clubes, não vejo porque não poderá ganhar».
«Como pessoa nada muda. Estou em Portugal e agora aqui, perto de casa. Tenho dormido imenso no centro de estágios e imensa coisa para fazer. Só tive uma sessão de treinos com o plantel completo. Nas outras é o grupo que jogou, que não jogou, a recuperar. Não tenho tido tempo para nada, só para preparar jogos. Quarta-feira vamos chegar a Lisboa e é o primeiro dia que vou dizer ‘Até amanhã’. É muito complicado entrar em clubes a meio da época».
O Chelsea x Benfica joga-se esta terça-feira, 30 de setembro, a partir das 20h. Lê a antevisão de Enzo Maresca, treinador dos blues, ao jogo.