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A união fez a força | Belenenses 0-2 União de Santarém

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O Belenenses recebeu a União de Santarém, em jogo relativo à nona jornada da Liga 3. A turma de Carlos Fernandes deslocou-se ao Restelo para arrancar uma vitória tremenda e surpreendente por 2-0, com bis de Tomás Castro, deixando os adeptos da casa incrédulos com o desfecho final.

Num jogo marcado por um magnífico primeiro golo do camisola 49 da equipa visitante – que, com um toque de calcanhar sublime e intencional, surpreendeu Guilherme Oliveira – o Belenenses não conseguiu dar continuidade a uma entrada forte e autoritária. A ocupação de espaços da equipa de Santarém foi realmente eficaz. Através de um bloco médio-baixo, conseguiu retirar: largura, recorrendo tanto a uma linha de 5 como a uma de 6 elementos, muito pela ajuda dos extremos; profundidade, devido a uma exibição muito completa da tripla de centrais composta por Nuno Reis, Jaime Simões e Pedro Pereira; espaço entrelinhas, com Idrissa Camará e Marco Grilo a controlarem o meio-campo, e com Pedro Pereira, quando necessário, a subir para impedir que David Rebelo recebesse a bola sem marcação. Em momentos de maior aperto, os visitantes contaram ainda com a presença de Nuno Hidalgo, o qual, com um par de defesas, foi também fundamental para a definição do resultado final.

Nuno Hidalgo
Fonte: Pedro Barrelas/Bola na Rede

A identificação das referências foi muito bem trabalhada. David Rebelo, começando na ala, era vigiado por David Monteiro, mas, após movimentos de aproximação para zonas interiores, passava a ser imediatamente perseguido por Pedro Pereira, podendo o ala-direito dos visitantes preocupar-se com as investidas ofensivas de Evandro, lateral-esquerdo dos azuis do Restelo. Tendo sempre como principal missão impedir a chegada pelos corredores laterais no último terço, até porque foi a partir dessas zonas – em especial pelo lado direito – que o Belenenses começou por tentar agredir a defesa da União, Tomás Castro procurava impedir a potencial superioridade oferecida pela projeção de Miguel Bandarra. Das poucas vezes que Eduardo Love baixou no terreno, ao invés de procurar o ataque ao espaço, Jaime Simões perseguia-o, transmitindo a intenção clara de Carlos Fernandes em não permitir qualquer nesga de espaço à equipa de Tiago Zorro.

Jaime Simões
Fonte: Pedro Barrelas/Bola na Rede

Conhecendo bem o adversário que defrontava e reconhecendo-o como, provavelmente, o clube com o plantel mais valioso de toda a Liga 3, o técnico da União de Santarém admitiu saber que a formação caseira ia entrar forte, pelo que terá preparado o jogo com uma mentalidade mais cautelosa. Dessa forma, a própria posse de bola, durante, sensivelmente, os primeiros 30 minutos, não tinha a intenção de agredir, mas antes de fazer a equipa defender-se, diminuir o ritmo de jogo, de certa forma adormecer o rival e tentar tomar o controlo da partida. A equipa não pretendia partir no 1×1, de modo a não potencializar uma transição rápida mortífera do Belém. No máximo, a UDS procurava, a partir do meio-campo contrário, explorar o ataque ao espaço e um futebol mais direto, sem se expor em demasia.  

As compensações defensivas e articulação entre os vários setores foi também nota de destaque no trabalho da equipa de Carlos Fernandes. A equipa visitante fez jus ao nome, e demonstrou muita união. Ainda que, por vezes, pudessem existir microfissuras na estrutura da turma de Santarém, elas eram imediatamente corrigidas por outros colegas. Em último caso, quando necessário, os defesas-centrais, quase em pronto-socorro, aliviavam o perigo já no interior da área, com grande domínio do jogo aéreo. A reação à perda, ainda que a União evitasse efetuar uma longa troca de passes em áreas delicadas do terreno de jogo, foi também importante em determinadas ocasiões, demonstrando, claro, uma enorme vontade em levar dali um resultado positivo.

David Monteiro
Fonte: Pedro Barrelas/Bola na Rede

Se a coesão defensiva é nota de destaque, o momento ofensivo da UDS, ainda que mais vertical e com menos passes efetuados, demonstrou a capacidade da formação de Santarém em ligar jogo, sair de forma controlada, demonstrando, não só qualidade técnica individual, mas, também, perceção clara da forma de jogar da equipa e conhecimento das dinâmicas coletivas. O lance do segundo golo, onde Tomás Castro e Gonçalo Águas, encontrando-se no mesmo flanco, combinaram, é demonstrativo da qualidade do desdobramento ofensivo da equipa.

A diferença de eficácia entre uma e outra equipa foi clara. No entanto, mais do que isso, acredito que o resultado se deve à disponibilidade no momento defensivo, concentração, comprometimento e humildade que uma e outra equipa demonstraram. Tal como o mister Carlos Fernandes afirmou, “não há vencedores nem vencidos nesta Liga 3 até que seja facto”. Não se pode, independentemente do lugar ocupado na tabela classificativa, da experiência dos jogadores ou da história do clube, entrar para jogo a pensar que já está ganho.

Cesinha
Fonte: Pedro Barrelas/Bola na Rede

Como tal, se, por um lado, este desafio serviu para os atletas do Belém perceberem que nenhum jogo está ganho antes de ser disputado, para os jogadores de Santarém foi demonstrativo de que, com sacrifício, dedicação e compromisso, os três pontos podem ser conquistados em qualquer encontro.

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