Em entrevista com o Bola Na Rede, Litos Boaventura refletiu sobre o seu currículo no futebol e revelou os seus objetivos para o futuro.
Litos Boaventura concedeu uma entrevista ao Bola na Rede na qual relembrou os seus primeiros passos na sua carreira no futebol. O jovem treinador de 32 anos foi adjunto de José Faria no Estrela de Amadora na temporada passada e treinou Tiago Gabriel e Danilo Veiga, que agora estão a brilhar no Lecce.
«Quase que há duas formas de começar uma carreira de treinador em Portugal e no mundo: a via académica e a via de ex-profissional, do ex-jogador de futebol. Eu joguei na formação mas quando cheguei a sénior percebi que já não ia muito longe e as minhas ambições não me permitem ficar muitas vezes parado no mesmo sítio. E surgiu a oportunidade de entrar em contexto de formação como treinador, quando estava na faculdade e logo no meu segundo ou terceiro ano como treinador de formação, surge o convite para integrar a equipa técnica do Paulo Gomes no Sub-17 do Salgueiros. Mais tarde ele vai para a equipa sénior do Rio Tinto e eu vou com ele, como analista. E com 20 anos, ali no meio dos jogadores eu era mais um. Eu estava tanto tempo no balneário da equipa técnica como no balneário dos jogadores. Costumo dizer que eu cresci um bocadinho dos dois, vim da parte académica, mas também vim de jogador porque eu integrava os treinos com os miúdos como o jogador extra muitas vezes. No Salgueiros, fizemos uma campanha tremenda e surgiu uma possibilidade de fazer meio ano como treinador principal da equipa do Sub-19. Era uma coisa pouco profissional mas fizemos uma época tremenda, juntamos ali um grupo muito engraçado e na época seguinte acabamos por subir ao campeonato nacional. Acabou por surgir uma oportunidade não num contexto clube, que era o que eu procurava mas acabou por surgir a oportunidade de trabalhar na Academia de Barcelona no Dubai, e posso dizer-te que o insight que tive sobre a metodologia do Barcelona foi o que me manteve lá da primeira para a segunda época. Depois a minha filha nasceu e tivemos que voltar para Portugal. E foi aí que surgiu o Vianense, também na possibilidade de diretor da formação coordenador da formação e abracei essa possibilidade. Foi um trabalho difícil porque é fora de um grande centro urbano e é sempre mais difícil em termos de recrutamento mas queríamos fazer do Vianense um Gil Vicente de Viana. Mas entretanto na segunda época acabei por sair e, duas semanas mais tarde, o Estrela surge pela porta do sub-19 também e eu sabia que as pessoas estavam e iam continuar a estar atentas ao meu trabalho. Ainda por cima foi numa altura em que a SAD tinha acabado de pegar em alguns escalões de formação, nomeada pelo sub-19. Tenho que te dizer que foi de sucesso porque nós chegamos e em 15 jogos que eu fiz no, ganhamos 15 vezes. E na altura há ali um conflito com o treinador da equipa B, o treinador da equipa B sai, fica um lugar de vaga falta há 7 jornadas para o fim e acharam por bem que precisávamos ganhar os 7 jogos e ganhamos os 7 jogos também na equipa B e subimos ao Campeonato de Portugal. Na época seguinte aceitei assumir os sub-23 porque era uma divisão que apesar de continuar a ser uma extensão da formação, tinha uma visibilidade que eu achei que era necessário para a minha carreira na altura e era um desafio diferente para mim e aceitei. Depois o Zé (José Faria) assume a equipa principal na saída do Filipe Martins e convidou-me para nós segurarmos o barco na transição. Aceitei com todo o gosto fui um dos que foi ajudar o Zé, na altura também o Daniel Rosente. Quando surge o convite definitivo para o Zé ficar ele constrói ali uma equipa técnica e faz-me esse convite».
«Em relação àquilo que são os próximos passos, aquilo que eu quero é cimentar-me como treinador principal mas obviamente que não fecho a porta a ser adjunto de alguém que me possa levar para outro tipo de patamares ou quem eu reconheça a competência e possa aprender coisas diferentes. Mas sinto-me muito capaz e tenho muita gente pronta para formar uma equipa técnica bastante competente portanto agora depende da oportunidade. Obviamente não fecho a porta à Liga de Relação também, mas na minha visão, acho que neste momento aquilo que se adequava às minhas capacidades seria uma Liga 3 e é para aí que trabalho».
Lê também a análise do técnico à evolução de Tiago Gabriel e Danilo Veiga no Lecce.

