📲 Segue o Bola na Rede nos canais oficiais:

WWE Deadline: Noite de surpresas e regressos em San Antonio

- Advertisement -

Cabia ao NXT organizar o último premium live event do ano da WWE, depois do Survivor Series, com o Deadline, evento caracterizado pelos tradicionais combates Iron Survivor, com regras únicas (25 minutos, quem conseguia um pin conquistava um ponto, quem sofresse um pin ia para uma penalty box e o vencedor era quem acabasse os 25 minutos com mais pontos) que ajudavam a determinar candidatos aos títulos principais. Um desses títulos principais também estava em jogo, num de dois combates por títulos da noite, para além de um duelo que passava apenas por vingança entre duas ex-amigas.

COMEÇAR COM A ENERGIA CERTA (E COM UMA SURPRESA)

Pela primeira vez na história da marca, o combate pelo título do NXT ia ser o primeiro da noite, com Ricky Saints a defender contra o antigo campeão, Oba Femi. Num combate que trazia algumas expetativas, os dois lutadores não desiludiram, com Femi a dominar no início, mas Saints a responder com momentos em que parecia que ia ser ele a vencer. Mas, depois de um primeiro Fall From Grace que não foi suficiente, já depois de um DDT com ajuda das cordas que não deu o triunfo ao campeão, o nigeriano acertou um segundo Fall From Grace (tipo Last Ride ou Batista Bomb) para vencer, com o reinado de Saints a durar apenas 62 dias.

Com este triunfo, Oba garante também um combate na próxima semana, no Saturday Night’s Main Event, contra a principal estrela da WWE, Cody Rhodes, no último show de John Cena. Pessoalmente, o resultado surpreendeu-me, uma vez que eu não esperava que o reinado de Ricky acabasse tão depressa. O combate em si agradou-me, com a produção e a forma como o combate foi filmado a ajudar também a diminuir a diferença de tamanho entre ambos em alguns momentos importantes. O final não chegou ao ponto que eu queria se a ideia era fazer uma mudança de títulos (preferia mais um minuto e meio de ação e o finisher a surgir quando menos se esperava). No final, Saints tentou usar a sua experiência para equilibrar o combate e foi uma boa história que contaram.

Nota negativa para esta ser a segunda vez que Saints tem um reinado que acaba demasiado rápido e para uma pessoa que já tinha tido o título que estavam a disputar. Não sei se está só a amealhar títulos antes de ir para o main roster, mas só defendeu este título duas vezes, ambas contra Trick Williams, antes de o perder novamente, e este reinado não teve assim tanto impacto.

Nota do combate: 4/5

MAIS UMA SURPRESA EM SAN ANTONIO

Seguia-se o primeiro dos dois combates Iron Survivor da noite, com as mulheres a darem o mote para um duelo com regras únicas. Kendal Grey e Kelani Jordan começaram, com um show de atleticismo que culminou com a campeã do Evolve a concluir os primeiros cinco minutos com um assentamento sobre Jordan, que foi obrigada a ir para a penalty box. Jordynne Grace foi a terceira a entrar, pouco antes de Jordan obrigar Grey a ir para a caixa, conquistando um ponto para ela própria. Lola Vice entrou com tudo, com mais um pinfall sobre Kendal, que depois voltou da caixa e conquistou o seu segundo ponto, às custas de Grace. Antes da entrada de Sol Ruca, última a entrar, Grace conquistou um ponto, com um pinfall sobre Jordan.

Kelani atacou o joelho de Ruca quando esta entrava, com Sol a ser ajudada pelos árbitros até aos bastidores, até regressar pouco depois, com um duplo Sol Snatcher em Jordan e Vice para conquistar dois pontos de rajada. Kelani Jordan também chegou ao segundo ponto, com mais um pin sobre Jordynne Grace, empatando com Sol Ruca e Kendal Grey a menos de cinco minutos do fim. Mas Jordynne e Lola também chegaram aos dois pontos, com um empate total a dois minutos do final. No último minuto, quando parecia que Kelani ia ganhar, Jordynne interrompeu, e, com Ruca fora de ação, Kendal Grey acertou o seu Flatliner voador em Lola Vice para mais uma vitória surpreendente.

A escolha da vencedora surpreendeu-me totalmente, tendo em conta que Grey já tem o título do Evolve e não está assim há tanto tempo no NXT. Mas foi uma surpresa positiva, uma vez que Grey tem um potencial enorme e vale a pena explorá-lo já, mesmo que uma vitória sobre Jacy Jayne em janeiro seja improvável.

Quanto ao combate, gostei do facto de Ruca ter voltado rapidamente da sua lesão kayfabe, tendo ainda bastante tempo para brilhar, e achei que Jordan e Jordynne foram as estrelas, devendo continuar a sua feud. Sol a determinada altura tem de parar de fingir uma lesão no joelho e Vice não foi assim tão memorável. Mas o combate foi muito bom e o final foi super intenso e não foi repetitivo, uma vez que veio primeiro do que os homens.

Nota do combate: 4.5/5

POUCO MAIS DO QUE UM COMBATE DE TV

No combate mais previsível (à partida) da noite, Ethan Page defendia o seu título norte-americano contra uma das estrelas mais populares da AAA, Mr. Iguana. Iguana tentou envolver La Yesca nos primeiros instantes, até Page se fartar e atirar a mascote para fora do ringue. O lutador da AAA foi sempre utilizando a sua agilidade, mas o combate acabou relativamente rápido, com um Twisted Grin do campeão, que manteve o título.

No final, isto ficou bastante longe do combate que Page tinha tido contra El Hijo de Dr. Wagner Jr há uns meses. Foi um duelo que podia ter ficado num episódio normal do NXT, e, a estar neste cartaz, devia ter sido o que antecedia o main event. Não fizeram nada de errado e tiveram boas sequências, mas acabei a encolher os ombros no final.

Nota do combate: 3/5

FINAL INSATISFATÓRIO

No único combate sem títulos ou oportunidades por títulos em jogo, Tatum Paxley procurava vingança contra a antiga colega dos Culling, Izzi Dame. Num duelo marcado pelo conflito de Paxley perante uma pessoa que considerava ser sua amiga, Izzi dominou os instantes iniciais, até Tatum perceber o que estava em jogo e começar a atacar sem piedade. Depois de uma manobra na mesa de comentários, Shawn Spears mostrou a Paxley as bonecas de ambas as lutadoras, antes de arrancar a cabeça da boneca de Tatum. Izzi não perdeu a oportunidade e conseguiu a vitória com o seu finisher.

O final do combate foi muito insatisfatório para mim e fez Paxley parecer uma idiota. Se eles já não tivessem feito o tease em várias outras ocasiões anteriores, o final podia resultar melhor, mas Tatum já tinha chegado à conclusão que Izzi estava apenas a manipulá-la e ser distraída por bonecas fez pouco sentido. O combate em si foi melhor do que eu estava à espera (e mérito para Izzi Dame, que tem vindo a melhorar no ringue), mas a nota é prejudicada pelo final e pela forma como Tatum Paxley perdeu.

Nota do combate: 3.25/5

UM OBSTÁCULO SUPERADO E UM REGRESSO

O Iron Survivor masculino era o combate principal da noite e começou da forma mais enérgica possível, com Leon Slater e Je’Von Evans, parceiros de equipa e que já tinham tido um combate bastante elogiado na TNA. Evans conseguiu o primeiro ponto antes da entrada de Myles Borne, que tinha escolhido o seu momento de entrada depois de uma vitória no último NXT. Dion Lennox foi o quarto a entrar e conquistou um ponto com uma manobra em Je’Von. Por fim, entrou Joe Hendry, que conquistou rapidamente um ponto às custas de Borne. A cinco minutos do fim, Slater também fez um pin em Hendry, deixando Borne como o único sem pontos, por pouco tempo, até ao assentamento em Lennox.

Nos dois minutos finais, Evans saiu da penalty box, onde tinha ficado preso por Lennox para começar uma série de ataques dos cinco lutadores, num ritmo altíssimo. E no final, Je’Von Evans apanhou Myles Borne num small package a três segundos do final para se tornar no Iron Survivor. Depois do combate, destaque para o regresso de Tony D’Angelo, que atacou Evans antes do final do evento.

Este foi o main event do Deadline, e, como eu já imaginava, não foi o melhor dos dois Iron Survivors. Mas foi um excelente duelo, com os últimos três minutos a serem intensos e o último minuto e meio a ser altamente frenético. Por outro lado, este foi um final semelhante ao das mulheres e isso era evitável.

Je’Von Evans é a melhor coisa do plantel masculino do NXT, mas a escolha do vencedor parece-me altamente questionável, em termos de história. Evans deve obviamente ser campeão em 2026, mas um TV special como o New Year’s Evil não é o palco adequado para isso e Je’Von já perdeu muitos combates por títulos e não precisa necessariamente de outra derrota. Quanto ao regresso de D’Angelo, foi algo tímido, mas é mais um rival para Femi, juntamente com Dion Lennox, que teve várias interações com o campeão na antecâmara desta luta.

Nota do combate: 4.25/5

No geral, foi um excelente premium live event para terminar o ano na WWE. Fiquei a pensar que o Iron Survivor é das melhores estipulações que a WWE tem atualmente, mas acho que ficaria melhor em fevereiro, antes do Stand and Deliver, para que os vencedores desafiassem pelos títulos no maior evento do ano no NXT, em vez de ser num evento televisivo em janeiro. Também achei que este combate se adequa muito mais ao Survivor Series do que o WarGames (até pela palavra Survivor) e seria melhor para atribuir candidatos a títulos do que, por exemplo, o Elimination Chamber. Posto isto, não me surpreende se Triple H acabar por ‘roubar’ este conceito ao NXT, trazendo-o para o main roster.

Quanto ao evento, estes combates correspondem sempre no NXT e faziam com que eu tivesse expetativas altas para este evento e acabaram por ser correspondidas. Tanto os Iron Survivor challenges como o combate pelo título do NXT ajudaram a que esta fosse uma grande noite, com o duelo entre Paxley e Dame a ser aquilo que precisava de ser, com exceção do final, e o combate de Ethan Page a ser um pouco um encolher de ombros. Mas foi muito melhor do que o WarGames e a nota final merece ser alta.

Nota final: 93/100

Bernardo Figueiredo
Bernardo Figueiredohttp://www.bolanarede.pt
O Bernardo é licenciado em Comunicação Social (jornalismo) na Universidade Católica de Lisboa e está a terminar uma pós-graduação em Comunicação no Futebol Profissional, no Porto. Acompanha futebol atentamente desde 2010, Fórmula 1 desde 2018 e também gosta de seguir ténis de vez em quando. Pretende seguir jornalismo desportivo e considera o Bola na Rede um bom projeto para aliar a escrita ao acompanhamento dos desportos que mais gosta.

Subscreve!

Artigos Populares

Antigo internacional inglês fala sobre Viktor Gyokeres e compara-o a Darwin Núñez: «No Benfica também marcava muitos golos»

Jermaine Pennant comentou a temporada de Viktor Gyokeres no Arsenal e destacou as diferenças entre a Primeira Liga e a Premier League.

Benfica já tomou decisão em relação ao futuro de Carole Costa

O Benfica já decidiu e vai apresentar renovação do contrato a Carole Costa. A defesa portuguesa está a cumprir a sexta época ao serviço das águias.

Iñaki Williams: «Para mim, jogar na Arábia é uma m****»

Iñaki Williams manifestou o seu desagrado pelo facto da Supertaça de Espanha voltar a ser disputada na Arábia Saudita.

Boston Celtics batem Utah Jazz com Neemias Queta em bom plano e Derrick White como MVP

Os Boston Celtics venceram os Utah Jazz fora de casa por 129-111, em mais um jogo de NBA. Neemias Queta foi utilizado e voltou a corresponder.

PUB

Mais Artigos Populares

5 momentos no futebol lá fora em 2025

Mais um ano no mundo do futebol que acaba e é tempo de fazer um balanço. No futebol internacional, 2025 foi um ano de viragem em alguns setores.

Alverca acerta empréstimo de médio para o Athletic do Brasil

Gian Cabezas está na porta de saída do Alverca. O médio colombiano de 22 anos está a caminho do Athletic, que é treinado por Rui Duarte.

Luis de la Fuente aborda opções ofensivas da Espanha e destaca Samu Aghehowa: «Estamos muito contentes com o que temos»

Luis de la Fuente concedeu uma entrevista em que abordou a fase final do Mundial 2026 e a possível lista de convocados da Espanha.