José Mourinho foi um dos primeiros convidados da Benfica FM, falando sobre a sua carreira e a sua rotina diária.
José Mourinho esteve presente na Benfica FM, onde falou sobre a sua carreira e a sua rotina. O treinador do emblema da Luz recordou que não lê jornais, preferindo outras atividades, como estar com a família:
«Não não, de todo. Ler jornais não. A primeira coisa que faço… Bem, durmo tarde. Não durmo sem dar a volta pela família. Se estiver com ela [dou a volta] de um modo, senão de outro modo. Não durmo sem o meu filme ou o meu episódio de alguma série que esteja a seguir. Mas o mais relaxado possível. Mas de manhã, quando o despertador toca, sofro. É um momento de sofrimento, tenho ali dois ou três minutos de sofrimento. Ponho ali no limite, não tenho tempo para ficar mais um bocadinho».
O luso admitiu que acorda sempre com vontade de treinar:
«É inquestionável. É uma das coisas que eu e os mais próximos nos questionamos. Não gosto de generalizar, mas às vezes há a sensação de que a nova geração, seja jogadores ou treinadores, não gosta muito de treinar nem de futebol, ou daquilo que o futebol pode dar. E honestamente, continuo igual. Não consigo vislumbrar o dia em que tenha mudado alguma coisa. Não consigo. E recordo sempre uma conversa que já tive quando estava no Real Madrid, em 2012/13, com Sir Alex Ferguson, e antes do jogo perguntava-lhe como era a evolução das coisas. E ele disse-me ‘esquece, para gente como nós é igual. O dia-a-dia é igual, a paixão, o nervosismo antes do jogo, a alegria depois de ganhar, a tristeza depois de perder… Para nós não muda nada’. Já vamos em 2025 e ele tem razão…».
José Mourinho admitiu que os treinadores de carreira são cada vez mais raros:
«Se calhar não é entre os bons e os excelentes, é entre os jogadores e treinadores de momento e os jogadores e treinadores de carreira. E os de carreira há cada vez menos. Ancelottis, Fergusons… Começam a ficar mais raros. Aparecem rapidamente e desaparecem muito rapidamente. Estava em Istambul e um treinador muito bom pediu-me para estar três dias comigo a conversar. Uma das coisas que ele queria muito saber era sobre a fadiga, porque ele cansava-se muito. Cada vez que tinha oportunidade, aproveitava uma semana internacional para desaparecer. E eu disse-lhe ‘podemos estar aqui a falar de muitas coisas, mas sobre isto vai ser difícil explicar-te. Porque se precisas de descansar com 40 anos…».

