No padel português começam a surgir cada vez mais referências de uma modalidade que se tem emancipado e conquistado o seu espaço. Entre estes nomes, encontra-se Patrícia Ribeiro, durante vários meses a número 3 entre as portuguesas no Ranking. Depois de um 2025 turbulento e marcado por mudanças, a atleta conversa com o Bola na Rede sobre a estabilização necessária, o crescimento da modalidade e os desafios de um jogo cada vez mais universal em Portugal e no mundo.
«Foi um ano bastante positivo porque terminei o ano a jogar bastante melhor».
Patrícia Ribeiro
Bola na Rede: Qual o balanço que faz do ano de 2025?
Patrícia Ribeiro: Este ano de 2025 foi um ano de bastantes mudanças. Vivi quatro anos em Madrid e no início do ano, em março, decidi voltar a Portugal. Começaram aí as mudanças deste ano. Primeiro joguei com a Catarina Santos e estive a viver no Porto. A ideia era fazer um projeto longo, mas infelizmente não correu como esperávamos e tive de voltar a mudar tudo outra vez. Voltei a viver em Lisboa e comecei com outra parceira, a Clarinha Santos, e outro projeto. Acabou por ser um ano de muitas mudanças. Tive alguns resultados bastante bons e outros mais ou menos, mas chegou a um momento em que, com tanta alteração e mudança, me foquei em melhorar aspetos técnicos e aspetos táticos e não tanto nos resultados. Em termos de balanço, acho que até foi um ano bastante positivo porque terminei o ano a jogar bastante melhor e com coisas no meu jogo bastante melhores do que estavam. Acaba por ser um ano bastante positivo. Apesar das alterações e mudanças, agora já estou estável e em Lisboa, com uma equipa técnica a trabalhar comigo. O próximo ano será mais focado nos rankings e em resultados.
Bola na Rede: Num ano com tantas mudanças, como se sente por ter alcançado a estabilidade?
Patrícia Ribeiro: Foi complicado conseguir atingir essa estabilidade. Chega a um momento em que parece que, não diria que está tudo contra nós, mas que há várias coisas a puxar para outro lado. Recebi uma proposta de um clube e estou a treinar no AZ Sintra, uma academia que foi criada em Portugal este ano. É a primeira academia deste género em Portugal, com toda uma equipa e uma estrutura. Convidaram-me para integrar esse projeto e, num ano que não me estava a correr muito bem, acabou por ser um ponto bastante positivo. Foi esse projeto, essa equipa, o acreditarem em mim e quererem trabalhar comigo, que me acabou por dar estabilidade. Foquei-me nos últimos meses, desde o verão até agora, a trabalhar com eles e estabelecemos alguns objetivos de coisas a melhorar. Isso deu-me estabilidade num ano complicado.
Bola na Rede: Já o destacou como o ponto alto do ano. Qual o ponto mais complicado de ultrapassar?
Patrícia Ribeiro: Talvez o projeto com a Catarina Santos não ter corrido bem. Tinha bastante expectativa. Quando saí de Madrid, decidi separar-me da minha parceira de Espanha e fazer um projeto em Portugal com uma portuguesa. Estava com muita fé nesse projeto, achava que ia resultar bem e ser um projeto a longo prazo. Acabou por não ser e por não resultar bem. Foi um projeto de muito curto prazo, nem sei se chegou a três meses. Acabou por ser o ponto mais negativo do meu ano, mas acabou por se transformar num ponto positivo, porque tive as oportunidades que tive e este projeto em Sintra. Houve coisas que não correram tão bem, mas devido a isso tive outras coisas positivas no caminho.
Bola na Rede: Porque é que esse projeto não correu tão bem?
Patrícia Ribeiro: Por várias coisas. Não nos adaptámos uma à outra, tínhamos maneiras de jogar muito diferentes, maneiras de pensar o jogo bastante diferentes, a parte pessoal também é diferente. Mesmo assim, acho que isso não foi a parte pior, porque nos dávamos bastante bem fora de campo, mas dentro de campo o nosso jogo não encaixou. Tínhamos maneiras muito diferentes de ver o padel e foi melhor assim, senão íamos acabar por chatearmo-nos e ia dar mau resultado. Achei melhor pararmos de jogar e para as duas foi o melhor que fizemos.
«Não quero jogar um torneio com qualquer pessoa, porque valorizo a parte de estar bem, estar tranquila, divertir-me e passar um bom tempo».
Patrícia Ribeiro


Bola na Rede: A dupla com a Clarinha Santos trouxe maior conectividade e sinergia?
Patrícia Ribeiro: Sim. Com a Clarinha tenho muito mais ligação dentro de campo. É uma jogadora muito jovem e a parceria tem muitos desafios. Ela tem 19 anos e eu tenho 39, ou seja, sou quase uma mãezinha dela. Dou-me muito bem com ela, já antes tínhamos uma grande relação, e dentro de campo também nos damos bastante bem. Ela ser mais jovem traz outros desafios, mas são desafios que já sabia que ia ter. Por ser tão nova traz outra loucura ao jogo e às vezes uma certa irresponsabilidade. Já nos fez ganhar jogos, também já nos fez perder alguns. Falta-lhe a estabilidade que vem com a idade. Temos uma ligação dentro e fora do campo e é bastante fácil jogar com ela e conviver com ela. É uma parte bastante importante do padel. Muitas vezes, as pessoas esquecem-se que passamos o ano a viajar e fora de casa com a nossa parceira. Se não temos uma boa relação fora de campo, torna-se complicado aguentar dentro de campo.
Bola na Rede: Neste tempo com a Clarinha Santos, sente que a ensinou mais que aprendeu ou aprendeu mais do que a ensinou?
Patrícia Ribeiro: Boa pergunta. Acho que aprendemos as duas e estamos as duas a crescer. Apesar de ter 39 anos, jogo padel há pouco tempo. Comecei a jogar meio a brincar aos 30 e a sério aos 35. Acabamos por ter ambas de evoluir muito e aprendemos muito as duas. Ela aprende algumas coisas comigo, pela minha experiência no ténis e pela minha idade, e eu aprendo a levar as coisas um bocadinho menos a sério e a estar mais descontraída. Aprendemos bastante as duas e está-nos a fazer crescer enquanto jogadoras.
Bola na Rede: Qual o impacto que a lesão da Clarinha Santos teve no seu rendimento pessoal?
Patrícia Ribeiro: Foi um momento complicado, sem dúvida. Foi um momento negativo, mas são coisas que não conseguimos controlar, por isso é que não quero destacá-lo como um momento negativo da minha época. A lesão foi um momento delicado e levou-me a tomar opções. Ela teve dois momentos. No primeiro, quando chegámos à Tailândia, estávamos inscritas em dois ou três torneios e não pudemos jogar. Aí nem podia jogar com outras pessoas porque já estávamos inscritas. Depois tivemos o Europeu. Ela conseguiu jogar, mas com o esforço, voltou a ter uma recaída. Foi complicado, tínhamos dois torneios onde já estávamos inscritas e não pudemos jogar, mas depois tinha a possibilidade de jogar com outra parceira. Optei por não jogar porque faltava muito pouco para terminar a época e estava bastante focada na melhoria do meu jogo na parte técnica e tática. Foquei-me a treinar bastante e em tentar ver o lado positivo de passar tantas horas em campo e não a competir. Obviamente que baixei imenso no ranking, porque tinha bastantes pontos a defender no final do ano, mas foi uma opção minha. Foi complicado, a Clarinha pôs-me completamente à vontade em jogar com outras pessoas, porque ela não sabia o que tinha nem quanto tempo ia estar parada. Era tudo uma incógnita. Foi complicado, mas acabei por aproveitar o tempo para treinar e para passar mais tempo em casa. Normalmente não o temos porque estamos sempre a viajar. Foquei-me no treino e nas melhorias que tinha em campo.
«Vamos a qualquer clube de padel e os campos estão cheios desde as 9h até às 23h ou à meia-noite. As pessoas divertem-se muito».
Patrícia Ribeiro


Bola na Rede: Dentro e fora de campo, quais os principais desafios de um desporto que é jogado em dupla?
Patrícia Ribeiro: Tem muitos desafios. Fora de campo, passamos muito tempo juntas a viajar, nos torneios, nos hotéis. É muito complicado ter um momento a sós. Mesmo quando não treinamos juntas durante a semana, no fim-de-semana, quando são os torneios, estamos mais tempo juntas e é quando há mais stress e um ambiente mais tenso. Estamos 24 sobre 24 horas juntas e, se não temos uma boa relação, é complicado. Na minha idade, uma das coisas que valorizo muito é ter uma parceira com quem me dou bem. Não quero jogar um torneio com qualquer pessoa, porque valorizo a parte de estar bem, estar tranquila, divertir-me e passar um bom tempo. Isso reflete-se dentro de campo, porque se não estamos bem fora, também não estamos bem dentro. É um desafio. Dentro de campo, somos sempre diferentes e temos maneiras de jogar diferentes. É sempre complicado aceitar porque é que a parceira tomou uma decisão quando tínhamos combinado fazer outra coisa completamente oposta. São pequenas coisas que são complicadas. Se uma não está num dia tão bom, porque acontece, temos dias maus e cometemos muitos erros, é difícil lidar com isso e estarmos concentradas e focadas no campo. Sentimos que a nossa parceira não está a fazer por mal, mas está num dia em que não consegue jogar ou não está bem. Este desporto acaba por ser complicado por isso. Não dependemos só de nós, muito pelo contrário. Temos de estar bem e também de conseguir por a parceira bem. Para mim, é essa a parte complicada, porque há dias em que sinto que tenho de puxar pela minha parceira e nem me posso focar tanto em mim, e às vezes é ao contrário. Se eu estou num dia pior, a minha parceira não se pode focar tanto nela e, em vez de pensar no que tem de fazer e na tática, tem de puxar pela parceira. É o que torna esta desporto desafiante e engraçado, ao mesmo tempo. Se fosse jogado individualmente seria muito mais fácil. Eu joguei ténis e é mais fácil porque só dependemos de nós.
Bola na Rede: Começou no ténis e só mais tarde chegou ao padel. Quais as principais diferenças entre o ténis e o padel?
Patrícia Ribeiro: Fui jogadora de alta competição de ténis até aos 19 anos e deixei de jogar devido a uma tendinite crónica que tinha no cotovelo. A grande diferença, para mim, é aquilo que acabámos de falar. O ténis é jogado individualmente e o padel como dupla, o que o torna muito mais desafiante. No ténis era mais fácil porque só dependia de mim, só tinha de estar focada em mim e na tática que tinha de fazer, e aqui não, há mais fatores. Obviamente que a exigência física do ténis é muito maior porque temos um campo muito grande para correr, vem tudo muito rápido. É fácil de perceber porque no padel conseguimos ver jogadores ao mais alto nível perto dos 50 anos e no ténis isso é completamente impensável. Vê-se logo a diferença física. O padel sendo jogado em dupla é um desporto mais social, que várias pessoas praticam e muito mais fácil de aprender. Uma pessoa que nunca jogou nenhum dos desportos, se pegar numa raquete de padel com mais três amigos vai-se conseguir divertir dentro de um campo de padel. Uma pessoa que nunca jogou ténis é impossível que se divirta dentro de um campo de ténis. É um desporto muito mais complicado, muito mais exigente e muito mais difícil de aprender. Uma pessoa que comece a jogar ténis já em adulto muito dificilmente vai atingir o nível competitivo, enquanto no padel facilmente consegue chegar a esse nível. São as grandes diferenças, principalmente a dimensão social.
Bola na Rede: Pegando precisamente nessa parte, como é feita a transição do padel social para o padel competitivo e quais as diferenças?
Patrícia Ribeiro: Muita gente não transita do padel social para o padel profissional. Em Portugal e Espanha, que é onde tenho mais referências, há muito padel social. Vamos a qualquer clube de padel e os campos estão cheios desde as 9h até às 23h ou à meia-noite. As pessoas divertem-se muito. Ainda não há muito padel competitivo. Em Portugal está a começar a crescer, mas acho que a transição é o que nos falta. A transição não é fácil, obviamente. Entra aí o querer competir, treinar mais e fazer as coisas bem. Quando comecei a jogar, bastava treinar duas ou três vezes por semana e jogar, mas agora já não. O padel evoluiu muito no mundo e em Portugal. Para chegar à parte competitiva já é preciso abdicar de muita coisa e é preciso ter nutricionista, fisioterapeuta, preparador físico. É preciso uma equipa por trás para ser competitivo. Há também torneios da federação em níveis mais baixos, que considero ser padel social, mas que acaba por ser competir alguma coisa a nível federado. Não deixa de ser social, porque são pessoas que treinam duas ou três vezes por semana, mas gostam de competir e acabam por jogar torneios federados a nível mais baixo. Falta um pouco de competição, porque em Portugal o padel é gigante em termos de jogadores, campos de padel e atletas. O que nos falta mais é o trabalho de transição, principalmente com os jovens, para começarem na brincadeira e quererem depois levar isto mais a sério e chegarem à competição.
«Há claramente mais gente a querer jogar padel. É uma loucura».
Patrícia Ribeiro


Bola na Rede: Estando dentro do mundo do padel, como viu o seu crescimento em Portugal e no estrangeiro nos últimos anos?
Patrícia Ribeiro: Obviamente que é muito bom. A evolução do padel de ano para ano é uma loucura. Quando comecei, os prémios dos torneios eram super baixos ou nem sequer havia e agora já se está a pagar bastante mais dinheiro em Portugal ou fora. É muito bom viver este momento de crescimento, mas infelizmente, com a minha idade, não vou estar a jogar no momento mais alto da modalidade. Acredito que o padel vai chegar aos números do ténis, em termos de praticantes acho que vão ser bastante mais, e em termos de prémios. Também em termos de patrocinadores, é possível chegar a esses valores. Eu já não vou estar a jogar nessa altura, mas é um orgulho fazer parte deste momento, ser jogadora da seleção, sentir a evolução do padel de ano para ano e fazer parte dela. Tento fazer com que mais jovens, principalmente no feminino, onde estou mais envolvida – no masculino também, mas há sempre mais jovens – queiram jogar padel e sigam o meu exemplo. Eu comecei tarde e tudo é possível. É o que eu e a Ana Catarina Nogueira, também numa fase final do padel, a Sofia Araújo, que felizmente ainda tem muitos anos pela frente, queremos dar como exemplo. São as nossas duas grandes jogadoras e as que atingiram muito no padel. São exemplos e mostram às jovens todas que vale a pena acreditarem. Graças a elas, também aos irmãos Deus e a todos nós que fazemos parte da seleção, existe esta evolução. Há claramente mais gente a querer jogar padel. É uma loucura. Felizmente, na comunicação social já há mais atenção ao padel, já aparecemos nos jornais. Via-se pouco o ano passado. Faz parte da evolução e ajuda-nos a nós atletas e também ao crescimento do padel no país. A nível mundial, a passagem do World Padel Tour, focado em Espanha, para o Premier começou a levar o padel para o mundo inteiro. No ano passado, joguei em 20 e tal ou 30 países, foi uma loucura. Deixou de ser um desporto jogado em Espanha para ser um desporto jogado em todo o mundo. Este ano joguei na China, na Tailândia, na República Dominicana. Há uns anos era impensável, nem sabiam o que era o padel. Só foi possível pela expansão.
Bola na Rede: Sente que é a modalidade do mundo em maior crescimento?
Patrícia Ribeiro: Sim, sem dúvida. Obviamente que é a modalidade em que estou dentro, mas sinto que é a modalidade em maior crescimento do mundo. Via países que não tinham ideia do que era o padel e agora é uma loucura com toda a gente a jogar padel.
Bola na Rede: Quais as principais diferenças entre o padel masculino e o padel feminino, tanto no jogo como na forma como são encarados?
Patrícia Ribeiro: Acho que a diferença já é menor. Nos prémios ainda há uma diferença grande entre os masculinos e femininos, mas é mais ligeira. Estão cada vez mais a aproximar-se e vejo isso como um aspeto positivo. Isto em Portugal e no Premier. Na FIP [Federação Internacional de Padel], onde jogo, o Prize Money é igual. Está cada vez mais próximo e em Portugal já há torneios onde o Prize Money é, felizmente, igual. Em termos de números de jogadores, no estrangeiro não se nota tanto a diferença entre o número de homens e mulheres a jogar torneios. Existe, mas é muito ligeira. Em Portugal, isso infelizmente ainda se nota bastante. Por isso, acabo por entender que os prémios não sejam iguais em Portugal, porque somos menos e temos menos jogos para fazer. Consigo entender aqui, mas no Premier faz-me um pouco confusão os prémios não serem iguais. Temos o mesmo número de jogos e tanta gente a assistir ao padel feminino como ao masculino. Antes não se via isso, víamos bancadas cheias no masculino e mais vazias no feminino. Neste momento, isso já não é uma realidade. Mesmo em Portugal, já há muito público a assistir ao padel feminino. É um aspeto positivo porque antes não se via.
Bola na Rede: É possível depreender pelas suas palavras a ligação ao padel. O futuro depois de jogadora continuará a passar pelo padel?
Patrícia Ribeiro: Sim, provavelmente continuará a passar pelo padel. É um desporto de que gosto muito. Gosto muito de desporto e o padel já faz parte da minha vida. Gosto bastante de ensinar e possivelmente ser treinadora ou acompanhar os jogadores nos torneios passará pela minha vida quando deixar de jogar. Não sei bem em qual vertente ainda. Gostava de continuar ligada ao padel feminino porque ainda há falta de treinadoras femininas. Há muitos treinadores masculinos. Um treinador pode saber de padel masculino e feminino, mas muitas vezes não sabe falar tão bem com as atletas femininas. É mais complicado hormonalmente, somos mais instáveis e no banco há que saber falar com uma atleta feminina. É diferente de falar com um atleta masculino. É uma coisa que falta no padel. Sendo um desporto recente, há falta de treinadores. É uma coisa que esta a melhorar, há cada vez mais formações de treinadores, mas é uma falha que temos. Faltam treinadoras femininas ou treinadores masculinos com maior sensibilidade para falar com atletas femininas. Por isso, gostaria de me focar um bocadinho mais no padel feminino.
«O Cristiano Ronaldo estar ligado ao padel ajudou à evolução enorme».
Patrícia Ribeiro


Bola na Rede: Já é possível falar em estruturas profissionais no padel e com acompanhamento constante?
Patrícia Ribeiro: Onde eu estou agora, no AZ Sintra, estão a tentar começar a ter isso. Temos toda a estrutura montada e tenho tudo lá, desde nutricionista, fisioterapeuta, preparador físico, vários treinadores, o principal e outros. Temos um responsável do projeto que trata dos patrocínios, um responsável das redes sociais. Em Portugal é o primeiro, mas acredito que, surgindo este e as coisas correndo bem, vão surgir mais. É importante termos essa estrutura e poder viajar com essa estrutura. Obviamente que não toda, porque os prémios estão a melhorar, mas ainda são insuficientes para levar uma equipa atrás. Não conseguimos viajar sempre com o treinador, mas é para isso que o padel está a melhorar e os prémios vão subindo. A ideia é essa estrutura também poder viajar como no ténis, onde qualquer jogador viaja com a equipa técnica.
Bola na Rede: Fora do padel, temos visto figuras no desporto, nomeadamente no caso do futebol com o Diogo Dalot ou o Cristiano Ronaldo, por exemplo, a falar de padel, investir no padel, mostrar que jogam padel. Estas figuras são importantes no crescimento do padel?
Patrícia Ribeiro: Sem dúvida. O Cristiano Ronaldo estar ligado ao padel ajudou à evolução enorme. É uma pessoa muito importante em Portugal e no mundo e estar a investir no padel e a dar visibilidade a jogadores, apostar neles e ajudá-los, é uma mais-valia. Não só em Portugal, mas também lá fora, há cada vez mais jogadores de futebol a investir no padel. O crescimento do padel também se deve muito a essas pessoas que ajudaram a dar visibilidade. Às vezes, a visibilidade acaba por ser mais importante que a parte monetária.
Bola na Rede: Para concluir, e aproveitando o aproximar do novo ano, que objetivos tem para 2026?
Patrícia Ribeiro: A verdade é que ainda não delineei objetivos específicos. A posição no ranking, por exemplo, ainda não foi estabelecida, mas para mim é o menos importante. Gostaria de continuar no projeto que tenho, confiar nele e trabalhar bem. Acredito bastante nos projetos no padel. Só trabalhando bem como dupla e muitos meses é que os resultados aparecem. O meu objetivo é continuar o meu projeto e ganhar mais torneios FIP’s para chegar ao Premier. Já estive lá e, entretanto, este ano, com tantas mudanças e por minha opção tomei a decisão de não o jogar. A minha ideiaé voltar lá. É lá que jogam as melhores do mundo e nós queremos jogar com as melhores do mundo. O objetivo é começar o ano a jogar FIP’s, ter melhores resultados e ter pontos suficientes para voltar a jogar no Premier.

