Apesar das sete alterações promovidas por ambos os treinadores, nenhuma das equipas alterou a sua estrutura tática habitual. No Sporting, a principal nota de novidade esteve na disposição ofensiva, com Maxi Araújo a surgir no lado direito do ataque, posição pouco habitual para o uruguaio.
Adotando uma mentalidade agressiva e forte nos duelos, a equipa do Santa Clara foi a primeira a aquecer as luvas do guarda-redes. Nesse momento, o Sporting revelava dificuldades nos duelos individuais, sobretudo no corredor esquerdo, zona onde a equipa se mostrava excessivamente passiva e pouco agressiva na disputa dos lances.
Depois do golo sofrido, concretizado por João Simões, o Santa Clara subiu linhas e passou a pressionar mais adiantado, aproveitando a falta de agressividade do Sporting sem bola. Foi precisamente pelo lado esquerdo da defesa leonina que o Santa Clara encontrou espaço com maior frequência, acabando por chegar ao golo do empate. Os açorianos terminaram a primeira parte por cima, com mais ocasiões criadas.


Matheus Reis sentiu muitas dificuldades quando colocado na lateral, posição onde não se sente tão confortável como quando atua como central. Faltou-lhe dimensão física para percorrer todo o corredor, revelou limitações ofensivas e não teve velocidade para se impor nos duelos. Alisson voltou a ser curto, e começa a ser legítimo questionar se não estará na altura de Rui Borges olhar para Flávio Gonçalves com outros olhos.
O encontro recomeçou bastante equilibrado e assim se manteve durante grande parte da segunda parte, com o Sporting a assumir maior iniciativa rematadora. Já o Santa Clara conseguiu fechar muito bem os espaços e explorar as fragilidades do Sporting em transição.
Com o passar do tempo, tornou-se evidente que Trincão e Hjulmand passaram grande parte do encontro ao lado do jogo. Trincão demonstrou dificuldades em assumir o desequilíbrio no último terço, raramente conseguindo ligar o jogo ofensivo ou criar vantagem no um-para-um.


O médio dinamarquês revelou-se pouco influente na organização, com dificuldades em impor ritmo e em controlar os espaços centrais, ficando aquém do impacto que normalmente oferece à equipa. As dinâmicas funcionaram melhor à direita, onde Fresneda voltou a mostrar consistência e crescimento, confirmando a boa sequência de exibições.
O Sporting acabou por escapar à eliminação na Taça de Portugal, vencendo no prolongamento, na sequência de uma grande penalidade envolta em alguma polémica, cuja decisão demorou cerca de doze minutos a ser tomada. Já no tempo extra, o golo solitário de Ioannidis ditou o desfecho do encontro. Os leões contam com várias baixas de peso no plantel, e Rui Borges terá de procurar soluções para melhorar a performance da equipa no próximo jogo, diante de um adversário que se perspetiva complicado. Apesar das lesões e das ausências de jogadores ao serviço das respetivas seleções na CAN, o Sporting continua a dispor de atletas com qualidade para dar garantias ao treinador leonino; no entanto, será fundamental colocar as peças certas nos lugares certos

