O Sindicato dos Jogadores deixou uma nota a apoiar a situação dos jogadores do Santa Clara, que jogou três encontros em seis dias.
O Sindicato dos Jogadores emitiu um comunicado durante esta sexta-feira, a sair em defesa dos atletas do Santa Clara, que realizaram três encontros em seis dias. O organismo liderado por Joaquim Evangelista assumiu que compreende a frustração dos jogadores dos açorianos:
«Uma luta de toda a classe, para a qual é precisa a mobilização de todos.
O Sindicato dos Jogadores manifesta total compreensão e solidariedade com a revolta do plantel do Santa Clara, relacionada com a falta de descanso e preparação adequada do próximo jogo frente ao Arouca, depois de um jogo com prolongamento para a Taça de Portugal.
O problema da sobrecarga competitiva e da má gestão dos calendários está na agenda do Sindicato dos Jogadores e da FIFPRO, a nível internacional, há vários anos, com estudos anuais que indicam a necessidade de medidas que protejam a saúde, física e mental, e o bem-estar dos atletas.
Nenhuma outra organização desportiva tem trabalhado esta matéria como o Sindicato dos Jogadores, procurando, por todos os meios políticos e institucionais ao seu alcance, colocar o tema nas prioridades da Liga, da Federação e do Governo.
Salienta-se, aliás, que a gestão dos calendários é feita exclusivamente pela Liga e as decisões sobre marcação ou adiamento de jogos regulamentadas entre clubes, não havendo dos protagonistas do jogo, infelizmente, um direito a intervir e vetar decisões que põem em risco a sua saúde e bem-estar, potenciando o risco de lesões.
Assim, o Sindicato dos Jogadores adere com total empenho às reivindicações dos jogadores do Santa Clara, acolhendo as suas preocupações e dando-lhes as boas-vindas a esta luta de toda a classe.
Esperamos que haja a capacidade da Liga e dos clubes envolvidos – Santa Clara e Arouca – para encontrar uma solução para este problema, mas também que haja uma reflexão séria em Portugal sobre a organização dos calendários e medidas que protejam os jogadores, sobrecarregados por: número de jogos; falta de descanso no intervalo entre jogos; viagens e períodos de concentração contínuos sem o respeito pelos períodos de repouso ou férias.
Todos estes problemas põem em causa os profissionais e a integridade da competição.
O Sindicato dos Jogadores desafia, ainda, os clubes lesados a aderirem a esta luta, de uma forma regular e concertada para uma efetiva mudança e não apenas a reagir, quando surge um problema.
A saúde dos jogadores estará sempre em primeiro lugar e, acima de qualquer valor, é irrenunciável e defendemos uma ação musculada de toda a classe para a defesa desse direito».

