O mercado de inverno surge, muitas vezes, como uma oportunidade cirúrgica: corrigir lacunas, acrescentar soluções imediatas e preparar o terreno para os meses decisivos da temporada. No Sporting, Rui Borges poderá olhar para janeiro não como uma revolução, mas como um ajuste fino a uma equipa competitiva, exigente e com ambições claras em todas as frentes.
Tendo em conta as necessidades do plantel leonino, que neste momento padece de opções atacantes, deixamos um TOP 5 de jogadores que poderiam encaixar como reforços do Sporting no mercado de inverno:
5.


Maxloren Castro – É um daqueles nomes que começa a circular de forma discreta, mas que merece atenção quando o olhar se fixa no potencial e não apenas no imediato.
Extremo de perfil moderno, destaca-se sobretudo pela forma como procura o duelo individual. Recebe aberto, encara o adversário sem hesitação e ataca o espaço interior com uma combinação de corpo, aceleração e leitura que não se ensina facilmente. Não é apenas um jogador rápido, é alguém que percebe quando deve mudar o ritmo e como pode manipular o defensor para criar vantagem.
Maxloren Castro é um ativo em crescimento e não integraria de imediato o plantel principal do Sporting. Com tempo, exigência e oportunidade, pode passar de alternativa a peça diferenciadora. Há jogadores que pedem paciência; Castro pede, sobretudo, atenção.
4.


André Luiz – Tem sido uma das figuras mais consistentes e, ao mesmo tempo, mais discretamente influentes do Rio Ave. Não é o tipo de jogador que faz levantar um estádio, mas a equipa respira de outra forma quando ele está em campo. Há futebolistas que brilham; André Luiz faz a engrenagem rodar.
Com bola, não vive apenas do drible. A sua principal virtude está na tomada de decisão, simples, eficaz e ajustada ao contexto. Procura associações curtas, aparece em zonas de finalização e tem uma relação interessante com o golo, mesmo não sendo um finalizador puro. É um jogador que entende bem o jogo coletivo e que raramente compromete.
Nesta temporada, o extremo de 23 anos leva já cinco golos e cinco assistências em 16 jogos ao serviço do Rio Ave FC, e começa a ser associado aos três grandes de Portugal.
3.


Wesley – Do ponto de vista tático, Wesley encaixa sobretudo em equipas que pedem extremos agressivos, capazes de dar largura de forma consistente, mas que não abdiquem do compromisso defensivo. Já mostra vontade de pressionar e de fechar linhas, embora seja precisamente aí que ainda tem margem para evoluir.
Não é um jogador limitado à transição. Sente-se confortável em ataque organizado, especialmente quando encontra espaço para acelerar logo após o primeiro toque. É nesse momento, quando arranca com o jogo à sua frente, que revela o melhor do seu futebol.
A mudança precoce para o Al-Nassr colocou-o num contexto competitivo exigente, mas também irregular em termos de minutos. Entre estrelas feitas e objetivos imediatos, Wesley vive uma fase de aprendizagem e adaptação, onde o crescimento pode ser silencioso, mas não menos relevante.
Este contexto tem alimentado alguma discussão no mercado, sobretudo porque vários relatórios apontam Wesley como um possível alvo do Sporting CP. Fala‑se numa operação em torno dos 15 milhões de euros, um valor que muitos veem como arriscado, tendo em conta a utilização irregular do jogador no Al‑Nassr.
2.


Breno Bidon – Este jogador é daqueles médios que não precisam de gestos exuberantes para se fazer notar. O impacto está na forma como organiza, equilibra e dá sentido ao jogo. Há jogadores que chamam a atenção pelo drible, Bidon é mais pela forma como pensa antes de agir.
Atuando preferencialmente como médio de construção, destaca-se pela leitura do espaço e pela capacidade de oferecer sempre uma linha de passe limpa. É daqueles que parecem estar um segundo à frente da jogada, seja para receber orientado, seja para acelerar com um passe vertical que quebra linhas. Não força o risco, mas também não se esconde dele quando o contexto pede ambição.
Sem bola, mostra uma maturidade invulgar para a idade. Pressiona com intenção, fecha espaços interiores e posiciona-se de forma a condicionar a saída adversária. Não é um destruidor de jogadas, mas um médio que entende como orientar o jogo para zonas favoráveis, algo que muitos treinadores valorizam mais do que entradas duras.
O médio de apenas 20 anos, está avaliado em 12 milhões de euros e neste ano de 2025, já participou em 56 partidas pelo Corinthians.
1.


Luis Guilherme – O extremo brasileiro chegou ao West Ham em 2024 carregado de expectativas. Era visto como uma das grandes promessas brasileiras da sua geração, depois de se destacar nas camadas jovens e de conquistar espaço no Palmeiras. Canhoto, técnico, rápido e com uma criatividade que salta à vista, aterrou na Premier League com a etiqueta de talento de futuro.
A realidade londrina, porém, revelou-se bem mais dura do que o previsto. As suas presenças ao longo da época, na maioria traduziram-se em minutos residuais, quase sempre já com o jogo encaminhado. Sem golos, sem assistências e sem continuidade competitiva, ficou claro que ainda não encontrou o espaço necessário para mostrar o que realmente vale num campeonato tão exigente como o inglês.
É precisamente aqui que surge a possibilidade Sporting CP. Luis Guilherme poderia encontrar o ambiente ideal para crescer, com mais minutos e um enquadramento tático que favorece jogadores com o seu perfil. Para os Leões, seria um investimento de risco calculado. Um talento já testado no Brasil, ainda por revelar na Europa, mas com características que encaixam na Liga Portuguesa.
Se tiver tempo, espaço e uma integração faseada, o cenário pode transformar-se no que tantas vezes falta a jovens promessas: a passagem do potencial para a produção real dentro de campo.

