O FC Porto recebeu e venceu o AVS por 2-0, em jogo da 16.ª jornada da Primeira Liga. Eis os destaques do encontro.
Victor Froholdt: Perante uma primeira parte do FC Porto com muitas dificuldades em penetrar no bloco defensivo do AVS SAD – o que obrigou os dragões a explorarem sobretudo os corredores, mas com pouca capacidade para criar perigo – o internacional norueguês foi dos mais inconformados da equipa, a par de Rodrigo Mora. Com o objetivo de descoordenar o eixo defensivo adversário, Froholdt lateralizou em vários momentos e realizou trocas posicionais com Martim Fernandes no corredor direito, procurando confundir marcações, receber de frente para o jogo e criar superioridades nesse espaço. Além disso, com o FC Porto a apostar frequentemente nas alas, voltou a juntar-se a Samu nas chegadas à área (algo que tem sido recorrente nos últimos jogos dos dragões), com movimentos de trás para a frente, tentando anular a imposição física do AVS SAD na sua zona defensiva.
Samu Aghehowa: Provavelmente o jogador em melhor forma do FC Porto. Se, no início da presente temporada, parecia um corpo estranho, sobretudo pelas dificuldades com bola e na ligação ao jogo coletivo, a verdade é que o avançado espanhol tem evoluído de forma significativa nesse capítulo mais técnico – até mais do que na própria finalização. Tal como tem acontecido nos últimos encontros, voltou a servir de apoio na ligação ofensiva, beneficiando dessa evolução tanto em termos de confiança como de eficácia. Apontou o primeiro golo do FC Porto aos 48 minutos, com uma bela jogada individual, e bisou aos 64’, na conversão de uma grande penalidade.
Tunde Akinsola: Perante um AVS SAD remetido maioritariamente ao bloco defensivo e tendo em conta o contexto de jogar no Estádio do Dragão, o extremo nigeriano foi a principal referência ofensiva da equipa, sobretudo no ataque ao espaço. Tomané revelou-se importante ao baixar no terreno para ligar o jogo e lançar Akinsola no corredor direito, surgindo também com frequência nessa zona para tabelar tanto com Diogo Spencer como com o próprio extremo. Foi, claramente, o lado mais forte do AVS SAD ao longo do encontro e aquele que João Henriques poderá explorar com maior consistência no processo ofensivo.
João Henriques: No seu segundo jogo ao leme do AVS SAD e, e num contexto particularmente exigente na Primeira Liga, a equipa mostrou-se bem organizada no momento defensivo na primeira parte. Através de um 5-4-1 em organização defensiva, tornou-se muito difícil para o FC Porto encontrar espaços na zona central, obrigando os dragões a procurar soluções pelos corredores laterais. Ainda assim, apesar da insistência portista no cruzamento, a equipa sentiu dificuldades em criar perigo devido à forte imposição física dos três defesas centrais do AVS SAD, que foram vencendo a maioria dos duelos – com exceção de uma ocasião clara desperdiçada por Victor Froholdt, travada por uma boa intervenção de Simão Bertelli. No momento ofensivo, o AVS SAD também revelou dinâmicas interessantes, com especial destaque para a exploração do corredor direito, onde Tomané, Diogo Spencer e Tunde Akinsola se evidenciaram. Faltou dar sequência na segunda parte, mas já seria previsível que o FC Porto fosse mais agressivo na volta dos balneários. Ainda assim, fica a nota positiva para uma equipa que chegou a ser anti-competitiva nas jornadas anteriores.

