Final da CAN: A solução estava no banco

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O dia tão aguardado pelos amantes do Desporto Rei finalmente chegou – o dia da Final. Após 3 semanas extremamente competitivas, onde decorreram jogos bastante emotivos e com resultantes surpreendentes, eis que se irá decidir quem irá substituir a Costa do Marfim como detentor da Taça das Nações Africanas, com as seleções do Egito e dos Camarões a terem a oportunidade de participar no jogo de todas as decisões. Nas próximas linhas, irei dar conta do que ocorreu na Final da 31.ª edição do CAN.

Antes do início do jogo marcado para as 19h de Portugal, as duas seleções chegavam a esta partida com um percurso um pouco semelhante. Dum lado, encontrava-se o Egito, vencedor do grupo D com 7 pontos conquistados e tendo eliminado Marrocos e Burquina Faso no seu percurso até ao último jogo da prova. No outro lado, tinha-se os Camarões, o segundo classificado do grupo A com 5 pontos amealhados e superando o Senegal e o Gana no caminho para a Final. Com ambos os lados a sofrerem poucos golos nos seus respetivos jogos – os egípcios sofreram apenas 1 golo, ao passo que os camaroneses foram buscar a bola ao fundo das suas redes somente duas vezes nos 5 encontros realizados, a previsão para a Final seria dum jogo bastante fechado e com escassas oportunidades de golo para os dois conjuntos.

Com um ambiente bastante eletrizante protagonizado pelos adeptos presentes no estádio Stade de l’Amitié e digno de uma partida de caráter decisivo como é uma final dum torneio importante, Egito e Camarões entraram em campo com a perfeita consciência de que este era um encontro em que a concentração e capacidade de sofrimento seriam fulcrais para levar de vencida o seu adversário. Os primeiros 15´ da Final foram marcados sobretudo pelo estudo mútuo dos dois conjuntos, com a bola apenas a ser jogada no meio-campo. Contudo, seria aos 21’ que o marcador iria ser inaugurado pelo Egito, com Mohamed Elneny, jogador do Arsenal, a rematar de ângulo reduzido dentro da área camaronesa e a ser feliz.

Este duro revés não deitou abaixo a esperança camaronesa em querer vingar a Final perdida de 2008, precisamente frente ao Egito. Aos 30’, o selecionador dos Camarões, o belga Hugo Broos, viu-se obrigado a substituir o lesionado Adolphe Teikeu por Nicolas N´Koulou, o que parecia ser mais um rude golpe nas intenções dos Leões Indomáveis (alcunha da seleção camaronesa) em levar para casa o ambicionado troféu. Até ao apito do árbitro para intervalo, assistiu-se às tentativas dos Camarões em repor a igualdade no marcador, embora sem os efeitos desejados. O intervalo chegaria com o 1-0 a favor do Egito.

A final da CAN conheceu uma partida muito disputada Fonte: CAN
A final da CAN conheceu uma partida muito disputada
Fonte: CAN

O conhecido avançado camaronês do público português, Vincent Aboubakar, entrou no início da 2.ª parte para ajudar os seus colegas de seleção em busca do golo do empate. Como seria de esperar, os Camarões assumiram rapidamente as despesas do jogo, embora com o Egito a tentar as transições rápidas para ampliar a sua vantagem no marcador. A forte pressão exercida pelos camaroneses teria resultados imediatos: aos 58’, o defesa Nicolas N´Koulou iria empatar o encontro, após um excelente cruzamento de Christian Bassogog. Com o golo do empate garantido, os Camarões não quiseram abrandar o ritmo do jogo, e foram à procura do golo que lhes desse a liderança do jogo. Nesta altura, os egípcios sentiram imensas dificuldades para manter o adversário longe da sua área, contando apenas com as iniciativas individuais de Mohamed Salah. Apesar dos minutos inquietantes após o golo do empate, o ritmo de jogo desacelerou e até final do tempo regulamentar, ambos os conjuntos não quiseram arriscar perder o jogo nos últimos minutos. No entanto, Vincent Aboubakar não quis levar o jogo a prolongamento e fez o 1-2 aos 88’, com o excelente trabalho individual.

O Egito partiu desenfreadamente à procura do 2-2 e que levasse a discussão do troféu até ao prolongamento. Aos 90+1’, Mohamed Elneny teve uma ocasião de ouro para empatar de novo a partida, através de um livre à entrada da área camaronesa, embora tenha sido mal aproveitado. Pouco depois, o árbitro apitaria para o final do encontro e os Camarões punham fim a um jejum de 17 anos sem vencer o CAN (a sua última conquista tinha sido em 2002) e conseguiam vingar a final perdida de 2008. Quem estaria certamente contente com esta vitória na Final era o famoso avançado Samuel Eto’o, que assistiu à Final disputada em Libreville.

Para terminar, a vitória acabou por sorrir à seleção que melhor jogou durante as três semanas da competição e venceu adversários mais complicados até ao jogo de atribuição do troféu. Ironia do destino ou não, o certo é que a solução do jogo estava no banco de suplentes, com o belga Hugo Broos a ser feliz com as substituições feitas, embora com a de N’Koulou ter resultado dum infortúnio de Teikeu. A 31.ª edição do CAN é dos Camarões, que com esta conquista irão marcar presença na Taça das Confederações, disputada na Rússia.

 Foto de capa: CAN 

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O Guilherme é licenciado em Gestão. É um amante de qualquer modalidade desportiva, embora seja o futebol que o faz vibrar mais intensamente. Gosta bastante de rir e de fazer rir as pessoas que o rodeiam, daí acompanhar com bastante regularidade tudo o que envolve o humor.                                                                                                                                                 O Guilherme escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.

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