Depois de mais um Clássico do nosso futebol há um nome que fica na retina: Iker Casillas. Após a defesa milagrosa no jogo com o Sporting no estádio do Dragão que afastou o clube de Alvalade da luta pelo título, o guarda-redes espanhol do FC Porto fez mais uma exibição portentosa e “deu” um ponto à equipa e manteve-a viva na disputa pelo campeonato.
Iker Casillas é “só” uma lenda do futebol espanhol e mundial, o jogador mais titulado do planeta, o jogador com mais internacionalizações pela seleção espanhola e com mais presenças na maior competição de clubes a nível europeu, a Liga dos Campeões.
O espanhol sempre foi exímio entre os postes e inseguro fora deles e, com o avançar da idade, essas dificuldades ao nível dos cruzamentos e das saídas vão-se acentuando e a agilidade que lhe conferia a excelência entre os postes e no um para um também se vai deteriorando. Não é, portanto, o Guarda-Redes que já foi e a sua primeira temporada de azul e branco teve o condão de o confirmar.
No entanto, apareceu, nesta temporada, transfigurado e está a realizar uma época soberba (dizem-no os números, ilustram-no as exibições), sendo que, ainda assim, este facto não pode ser dissociado de um meritório comportamento defensivo de toda a equipa. É, ou tem sido, um “portero” (como dizem os espanhóis) efetivo e, até à data, não se pode assacar-lhe quaisquer responsabilidades nos (poucos) golos sofridos pela equipa.
Mas mais do que a falta de responsabilidade pelos golos sofridos têm que lhe ser atribuídas as “culpas” pelas exibições superlativas que têm permitido ao FC Porto somar muitos pontos à custa das suas monstruosas defesas. No passado sábado, quando a equipa parecia claudicar foi, mais uma vez, San Iker quem resgatou a equipa e salvou o pontinho que mantém o sonho vivo. Foram duas defesas do outro mundo a remates de Mitroglou.
Ainda assim, se me é permitido fazer um reparo, não gostei de assistir à sua lentidão na reposição da bola em campo na segunda parte numa epidemia que se estendeu a toda a equipa e que me deixou surpreendido e desiludido. A dada altura a equipa acomodou-se em cima de um empate que mantinha as coisas iguais e deixou de procurar a vitória sendo que deixa, assim, de depender de si própria para chegar ao título. Ressalvo que o comportamento de Casillas pode estar intimamente ligado ao que se passava em campo e às dificuldades que a equipa vivia e com a intenção de baixar o ritmo de um jogo que se estava a tornar de sentido único. Não é uma critica direta ao guarda-redes do FC Porto mas sim à atitude dos jogadores e equipa técnica.
Grande exibição e grande temporada do guarda-redes espanhol. Que assim continues Iker.
Foto de Capa: FC Porto