A época das chicotadas: 33 treinadores passaram pelos bancos da Liga

Cabeçalho Futebol Nacional2016/17 foi um ano de pesadelo e inquietação para muitos treinadores da Primeira Liga Portuguesa. Tudo porque nos bancos de suplentes teve lugar uma autêntica dança das cadeiras que bateu recordes menos lisonjeiros. Foram nada menos do que 19 as mudanças de treinadores efetuadas entre os emblemas do principal escalão, número que coloca a Liga NOS como o campeonato europeu onde mais se registam as célebres ‘chicotadas psicológicas’. Apenas duas alterações não se deveram aos maus resultados ou a divergências com dirigentes.

A escola portuguesa de treinadores tem estado em destaque nos últimos anos, lançando nomes como Mourinho, Marco Silva ou Leonardo Jardim, mas nem por isso os dirigentes dos clubes nacionais têm tido mais paciência para com os técnicos que por cá fazem carreira. E se tivermos por referência esta temporada, a mão que segura o chicote está mais pesada que nunca. Desde o início do século, apenas em 2009/10 se registaram valores comparáveis, chegando então a contagem às 18 alterações. A partir de então o número de chicotadas foi baixando consistentemente. De facto, a época que agora finda vem contrariar a tendência recente, visto que há quatro anos que o número não chegava à dezena.

Desde a primeira jornada, iniciada a 12 de agosto, até à 34.ª, concluída a 21 de maio, apenas cinco clubes mantiveram os treinadores: SL Benfica, FC Porto, Sporting CP e os dois Vitórias. Todos os restantes trocaram, pelo menos uma vez, de timoneiro e seis chegaram mesmo a conhecer três técnicos diferentes no espaço de meses.

Daniel Ramos SC Marítimo
Daniel Ramos foi o escolhido para suprir a primeira baixa da época e acabou por levar o Marítimo à Liga Europa
Fonte CS Marítimo

A verdade é que, olhando para os números, na maior parte das vezes a decisão de trocar de treinador no decorrer da época pareceu surtir efeitos. Dos clubes que procederam às alterações nas equipas técnicas, a maior parte conseguiu melhorar a média pontual. CS Marítimo, Rio Ave FC e CD Feirense são os principais exemplos, mas também Boavista FC, FC Paços de Ferreira e o GD Estoril-Praia de Pedro Emanuel conseguiram arrecadar mais pontos por jogo. No CF ‘Os Belenenses’, Julio Velázquez e Quim Machado mantiveram virtualmente semelhantes as suas médias pontuais, apesar do final de campeonato algo sofrível, partilhado com Domingos Paciência. Quanto a Moreirense FC e CD Tondela permaneceu praticamente tudo igual ao longo das respetivas campanhas, apesar das várias permutas, tendo contudo imperado o pragmatismo no final, culminando com a permanência.

Por outro lado, Jorge Simão no SC Braga, Jokanović e João de Deus no CD Nacional e Pedro Carmona no Estoril não conseguiram fazer melhor que os seus antecessores. GD Chaves e FC Arouca também não foram felizes com a sucessão de Jorge Simão e Lito Vidigal, apesar de os dois terem saído para abraçar novos projetos e não devido a maus resultados.

Se se trata de um novo padrão no futebol português ou apenas de um fenómeno excecional é ainda cedo para dizer, mas o que parece cada vez mais confirmar-se é que quando as coisas não correm bem a corda rebenta sempre pelo lado do treinador.

 

Todos os treinadores em 2016/17

SL Benfica: Rui Vitória

FC Porto: Nuno Espírito Santo

Sporting CP: Jorge Jesus

Vitória SC: Pedro Martins

SC Braga: José Peseiro; Jorge Simão; Abel Ferreira

CS Marítimo: Paulo César Gusmão; Daniel Ramos

Rio Ave FC: Nuno Capucho; Luís Castro

CD Feirense: José Mota; Nuno Manta Santos

Boavista FC: Erwin Sánchez; Miguel Leal

GD Estoril-Praia: Fabiano Soares; Pedro Gómez Carmona; Pedro Emanuel

GD Chaves: Jorge Simão; Ricardo Soares

Vitória FC: José Couceiro

FC Paços de Ferreira: Carlos Pinto; Vasco Seabra

CF ‘Os Belenenses’: Julio Velázquez; Quim Machado; Domingos Paciência

Moreirense FC: Pepa; Augusto Inácio; Petit

CD Tondela: Petit; Pepa

FC Arouca: Lito Vidigal; Manuel Machado; Jorge Leitão

CD Nacional: Manuel Machado; Predrag Jokanović; João de Deus

 

Foto de Capa: SC Braga

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Marco António Milho
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Nascido no Funchal, licenciou-se em Ciências da Comunicação, antes de passar pela redação do Diário de Notícias da Madeira. Dividido entre a rádio e a escrita, é amante incorrigível do jornalismo, do cinema, da história e do desporto em geral, onde o futebol e o basquetebol ocupam o lugar de destaque.                                                                                                                                                 O Marco escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.

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