Ultrapassadas todas as burocracias que foram naturalmente atrasando a confirmação oficial de Sérgio Conceição como o novo treinador do FC Porto, eis que o “homem do leme” chega, finalmente, ao seu “Estádio de sonho”, como afirmou ontem Pinto da Costa, aquando da sua apresentação.
Sérgio, homem de fortes convicções e crença no (bom) trabalho que foi apresentando, dirigiu-se à comunicação social (e ao universo azul e branco em particular) bem ao seu estilo: direto, sem papas na língua, com um discurso autoritário e completamente diferente daquele adotado pelos seus antecessores. O olhar de Sérgio desafia guerra com quem com ele ou com os seus se atrever a “meter”. Isso agrada sobremaneira à exigente massa adepta que sempre viu na cordialidade com que NES enfrentava os “inimigos” uma autêntica ineficácia.
Não querendo entrar no campo das avaliações técnicas, ou seja, naquilo que Sérgio poderá acrescentar ao nível futebolístico, prefiro antes centrar a minha análise naquilo que foram as frases fortes do discurso do treinador. «Em maio os portistas vão estar felizes.» O FC Porto não vive uma fase famosa, bem pelo contrário. A conjuntura do futebol português até prevê o domínio para quem dele se apoderou por via dos seus fortes e longos tentáculos. Nesse sentido, creio que Sérgio se colocou numa posição fragilizada ao fazer uma promessa como esta, que indica claramente a conquista de títulos. Um eventual falhanço nesses objetivos servirão claramente como arma de arremesso por parte da sempre pronta crítica desportiva como forma de diminuir o trabalho do treinador. Qualquer tipo de percalço numa fase inicial da época deixará automaticamente os adeptos de pé atrás.