Jonas e Pizzi: uma questão de dependência ou de equilíbrio?

sl benfica cabeçalho 1

Não é preciso ver muitos jogos do Benfica para perceber que o estilo de jogo da equipa encarnada gira à volta de dois jogadores: Pizzi e Jonas. Estes são os “jokers” da equipa: dois jogadores com um QI elevado que têm a capacidade de tomar a decisão certa na hora exacta, dois jogadores capazes de resolver um jogo com um simples gesto técnico, seja este um remate, uma assistência para golo, um passe a rasgar ou uma finta desconcertante.

No entanto, perante a maior influência do médio transmontano e do avançado brasileiro, certamente que muitos adeptos colocarão uma questão: será que a equipa está muito dependente deles?

Ora, eu sempre parti do princípio de que uma equipa equilibrada tem de ter um colectivo forte, mas também tem de ter individualidades que façam a diferença. Onde é que eu quero chegar com isto? Quero dizer que, para que o Jonas e o Pizzi façam a diferença nos resultados da equipa, os restantes colegas de equipa têm de contribuir para tal.

Por exemplo, na equipa do Benfica no final dos anos 90, jogadores como João Pinto e Poborsky faziam a diferença nesse aspecto, mas não chegavam para todas as encomendas. E isso acontecia porque os seus colegas de equipa não faziam o complemento necessário para formarem um colectivo forte.

Vejamos o exemplo da equipa do Benfica 2009/2010: essa equipa tinha três jogadores com maior capacidade de definir os lances: Dí Maria, Aimar e Saviola. Eram eles as peças mais importantes do famoso “rolo compressor” e também eram eles que forneciam as munições para Óscar Cardozo finalizar. No entanto, por detrás da fantasia e virtuosismo deste três jogadores estava uma dupla bastante trabalhadora no meio-campo: Javi Garcia e Ramires.

A influência de Jonas é inquestionável Fonte: SL Benfica
A influência de Jonas é inquestionável
Fonte: SL Benfica

Na minha opinião, a maioria das grandes equipas europeias constroem equipas à volta de jogadores deste perfil, jogadores com uma elevada capacidade de definição dos lances, jogadores que transformam o difícil em fácil. O Barcelona tem Messi e Iniesta, o Real Madrid tem Ronaldo e Modric, a Juventus tem Dybala e Pjanic, o Chelsea tem Hazard, etc.

Na minha opinião, acho que este é um principio que tanto de aplica no futebol, mas também noutras modalidades como o futsal ou o basquetebol. Ora, passando isto para a nossa equipa actual, eu acho que a equipa de Rui Vitória está bem equilibrada nesse aspecto.

Jogadores como Jonas e Pizzi não teriam a influência e a preponderância que têm os seus colegas de equipa não fizeram o seu trabalho em campo. Se não fosse o “trabalho silencioso” de jogadores como Fejsa, Salvio, Cervi ou Jiménez, a influência de Jonas e Pizzi não seria suficiente para construir uma equipa vencedora.

Portanto, eu não creio que a forma como Pizzi e Jonas sobressaem na nossa equipa não seja uma questão se dependência, mas sim o fruto do forte sentido colectivo da nossa equipa.

Foto de Capa: SL Benfica

Tiago Serrano
Tiago Serranohttp://www.bolanarede.pt
O Tiago é um jovem natural de Montemor-o-Novo, de uma região onde o futebol tem pouca visibilidade. Desde que se lembra é adepto fervoroso do Sport Lisboa e Benfica, mas também aprecia e acompanha o futebol em geral. Gosta muito de escrever sobre futebol e por isso decidiu abraçar este projeto, com o intuito de crescer a nível profissional e pessoal.

Subscreve!

Artigos Populares

Dário Essugo estreia-se com a camisola do Chelsea

O Chelsea venceu esta segunda-feira o Los Angeles FC por 2-0 na primeira jornada do Mundial de Clubes 2025. Dário Essugo estreou-se.

Adrian Bajrami: «Estamos bem preparados»

Adrian Bajrami falou antes do encontro entre o Benfica e o Boca Juniors, relativo à primeira jornada do Mundial de Clubes 2025.

Bruno Lage e o Mundial de Clubes 2025: «Estas competições vencem-se no compromisso»

Bruno Lage falou antes do encontro entre o Benfica e o Boca Juniors, relativo à primeira jornada do Mundial de Clubes 2025.

Já é conhecido o árbitro do Inter Miami x FC Porto

Já é conhecido o árbitro que vai dirigir a partida entre o FC Porto e o Inter Miami, para o Mundial de Clubes 2025. Cristián Garay foi o eleito.

PUB

Mais Artigos Populares

Ana Borges troca o Sporting pelo Benfica

Ana Borges vai ser confirmada em breve como nova jogadora do Benfica. A defesa terminou recentemente contrato com o Sporting.

Textor critica Artur Jorge: «Que não volte e faça uma revisão da história»

John Textor, dono do Botafogo, abordou a saída de Artur Jorge e criticou o técnico português. Eis o que disse.

Pedro Neto e Enzo Fernández dão a vitória ao Chelsea frente ao Los Angeles FC no Mundial de Clubes 2025

O Chelsea bateu o Los Angeles FC por duas bolas a zero, em jogo da primeira jornada da fase de grupos do Mundial de Clubes 2025.