Rasteira de Paulo Baptista, tropeção colectivo…

O Sexto Violino

21 de Agosto de 2011: o então Presidente do Sporting põe em causa a arbitragem portuguesa e Paulo Baptista boicota o Beira-Mar-Sporting como represália. 3 de Fevereiro de 2014: o mesmo Paulo Baptista deixa passar um penálti claro na área da Académica a favor do clube de Alvalade. Coincidência? Quem acredita em contos de fadas dirá que sim, os Sportinguistas sabem que não. Acresce a isto que o Sporting-Académica se disputou menos de 24 horas depois de o Benfica ter sido brindado por Bruno Paixão com um penálti no período de descontos, que só não deu a vitória ao clube da Luz por incompetência de Cardozo.

Estas diferenças de tratamento não são de agora. Umas vezes o beneficiado maior é o Porto e outras o Benfica, mas o Sporting mantém-se de pedra e cal como o grande mais maltratado pelas arbitragens. O curioso é que, se se fizesse um inquérito a adeptos portugueses acerca de quais os clubes com maior poder no futebol nacional, estou convencido de que a grande maioria responderia sem grandes hesitações que essas equipas são o Porto e o Benfica. Por que razão se há-de negar, então, que essa influência também se estende às arbitragens? Apesar de esta conclusão ser óbvia, qualquer Sportinguista que se queixe de uma decisão de um árbitro é considerado lunático, acusado de disfarçar as insuficiências da sua equipa com desculpas esfarrapadas, etc. Não costumo fazê-lo, mas desta vez vou tomar a liberdade de falar por todos nós: sabemos melhor do que ninguém que a nossa equipa tem falhas e que está longe de ser perfeita. Mas a verdade é que, mesmo com um plantel “de tostões” e constituído maioritariamente por jogadores da formação, foi preciso anular um golo limpo ao Slimani para tirarem o Sporting do 1º lugar. No domingo, um penálti evidente contra a Académica passou em claro, situação que dificilmente aconteceria no Dragão ou na Luz. E, ao contrário do que muitos querem fazer passar, os Sportinguistas têm todos os motivos do mundo para desconfiarem dos Paulos Baptistas desta vida. Não é por acaso que, nos dois últimos campeonatos em que os árbitros dos jogos foram decididos por sorteio e não por nomeação, o vencedor foi o Sporting. Hoje em dia, a arbitragem, com o seu líder Vítor Pereira à cabeça, opõe-se vigorosamente à proposta de Bruno de Carvalho de fazer regressar o sorteio.

Contudo, independentemente de tudo isto, o Sporting podia e devia ter feito mais para ganhar em casa a uma Académica inofensiva, que tinha sido goleada na primeira volta e na qual apenas sobressaíram o guardião Ricardo (exibição fantástica), um voluntarioso Makelele e pouco mais. Não quero que pareça que caio em cima de Leonardo Jardim à primeira oportunidade, mas defendo que a dupla de extremos foi mal escolhida. Até percebo a titularidade de Wilson Eduardo (o golo em Penafiel podia funcionar como tónico), embora a sua substituição tenha pecado por tardia. Já a titularidade de Mané pareceu-me bastante precipitada, mesmo tendo em conta a gradual afirmação do luso-guineense. Mas colocar ambos simultaneamente no onze foi imprudente, porque nenhum é ainda referência no ataque do Sporting. Mesmo tendo em conta as suas limitações (quem não as tem?), Diego Capel tem de ser sempre titular.

William esteve algo preso na primeira parte, Adrien confirmou que o seu momento de forma já foi mais fulgurante e André Martins continua a não ter um papel bem definido. Não é 10 mas também não é 8, não é extremo mas cai muitas vezes para a direita (sem no entanto criar desequilíbrios), não tem tido grandes rasgos de criatividade nem municia o avançado. Parece-me ser aqui que reside o principal problema do Sporting neste momento, pelo que só posso desejar que Shikabala consiga colmatar esta lacuna. Montero já esteve melhor do que em jogos anteriores mas continua sem marcar, e o infeliz Slimani teve o golo nos pés (e na cabeça) pelo menos duas vezes.

Na próxima jornada há derby com o Benfica. Se este empate com a Académica tem algum lado menos negativo, é com certeza o facto de os Sportinguistas continuarem plenamente conscientes de que o objectivo não é o título. Por outro lado, fica a amargura de saber que a hipótese de ir à Luz na liderança não é agora mais do que uma miragem. Em caso de vitória encarnada, o atraso passará a ser de 5 pontos. Com ou sem razões de queixa da arbitragem, a verdade é que uma equipa que quer vencer o campeonato não pode tropeçar tanto em casa, e estes resultados vêm lembrar-nos de que o Sporting ainda não está no ponto. Espera-se por isso que, com cabeça e sem precipitações, o clube possa continuar a crescer de forma sustentada.

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João V. Sousa
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O João Sousa anseia pelo dia em que os sportinguistas materializem o orgulho que têm no ecletismo do clube numa afluência massiva às modalidades. Porque, segundo ele, elas são uma parte importantíssima da identidade do clube. Deseja ardentemente a construção de um pavilhão e defende a aposta nos futebolistas da casa, enquadrados por 2 ou 3 jogadores de nível internacional que permitam lutar por títulos. Bate-se por um Sporting sério, organizado e vencedor.                                                                                                                                                 O João não escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.

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