Não há, seguramente, qualquer adepto do FC Porto que não recorde com carinho o nome de Aly Cissokho. O lateral esquerdo francês foi, na época 2008/09, um verdadeiro “abono de família” para os azuis e brancos quando, contratado no mercado de inverno ao Vitória FC pela módica quantia de 300 mil euros, se tornou um dos principais destaques dos dragões na segunda metade da temporada.
A partir daí todos conhecem a história: meses depois o então jovem Cissokho foi transferido para o Olympique Lyonnais por uns surpreendentes 15 milhões de euros. Porém, a haver alguma surpresa neste negócio seria apenas para quem nunca vira atuar o francês. Cissokho era rápido, dava largura ao ataque dos azuis e brancos e desequilibrava no último terço do terreno de jogo. Defensivamente não era tão forte, mas apesar de tudo conseguiu sempre manter a consistência e não comprometer nesses momentos do jogo.
No Olympique Lyonnais, inicialmente, o desempenho de Cissokho ainda se manteve em bom nível. O lateral esquerdo esteve durante três épocas em França, disputou 136 jogos mas, quando o seu rendimento começou a decair, acabou por se transferir para o Valencia CF por seis milhões de euros. Daí em diante…foi sempre a descer e, tendencialmente, de empréstimo em empréstimo.
Após passagens pelo FC Liverpool e Aston Villa FC, Cissokho acabaria por regressar ao FC Porto em 2015/16 mas, claramente, este já não era o mesmo jogador que havia encantado o Dragão. O poder de explosão não era igual e, acima de tudo, as garantias defensivas que dava à equipa eram de menos para aquilo que é exigível num clube dito “grande”. Continuaram os empréstimos e, atualmente, Cissokho alinha no Yeni Malatyaspor, atual 10º classificado do campeonato turco.
Uma história que, inicialmente, parecia um conto de fadas (com a exceção de uma transferência gorada para o AC Milan, segundo consta, por problemas dentários[?]), acabou por transformar-se apenas numa baforada de felicidade. Cissokho, que até se estreou pela seleção francesa em 2010 (e não mais voltaria à mesma), acabou por nunca cumprir com o futuro brilhante que se lhe augurava aquando da primeira passagem pelo FC Porto. Por isso, hoje com 30 anos, bem se pode dizer que este é mais um “perdido no tempo”.
Foto de Capa: FC Porto
Artigo revisto por: Jorge Neves