O que se retira da série surpresa da primeira ronda?

A 14 de abril tiveram início os playoffs da NBA. Exatamente uma semana depois, os terceiros classificados do Oeste, Portland Trail Blazers, disseram adeus à temporada 2017/18, varridos pelos Pelicans em quatro jogos. O acontecimento, totalmente imprevisto pelos analistas, trouxe à baila algumas verdades difíceis de aceitar para a malta de Portland e inesperadas forças do contingente de New Orleans.

Anthony Davis é subvalorizado. Todos aqueles que seguem a NBA conhecem bem Anthony Davis. O miúdo que antes de chegar à NBA já ia aos Jogos Olímpicos e que se transformou num dos “unicórnios” da liga, um jogador com uma tremenda presença física, que ali dominância interior à capacidade de drible e lançamento exterior de fazer corar vários bases. Mas quando se chega à altura de o colocar na conversação para MVP, há sempre um “mas…”. Está na altura de parar com isso. Davis transportou uma equipa que perdeu um All-Star a meio da temporada para os playoffs. E se isso, mais o facto de ser o segundo melhor marcador da fase regular, o quinto melhor ressaltador e o líder em desarmes de lançamento, não chegava, o poste dos Pelicans colocou o seu nome na discussão com o que está a fazer nos playoffs. São 33 pontos, de média, nos quatro jogos que fez contra os Pelicans, para além de ter mantido o nível do lado defensivo. Anthony Davis é uma das grandes estrelas da liga, domina por completo qualquer zona onde esteja e vai colocando, época após época, os Pelicans no melhor lugar possível.

Não se esqueçam de “Playoff Rondo”. A carreira de Rajon Rondo começou a todo o gás, ajudando os Celtics de Paul Pierce, Kevin Garnett e Ray Allen a vencer o único título deste milénio. Porém, uma saída motivada pela reconstrução dos Celtics, mais as passagens problemáticas por Sacramento e Dallas fizeram com que se começasse a pensar num Rondo acabado. O base respondeu aos críticos, ia levando os oitavos classificados Chicago Bulls a derrotarem os líderes Celtics na temporada passada (até se lesionar) e foi magistral na vassourada dos Pelicans aos Blazers nesta primeira-ronda. Porque Rondo pode parecer algo distante durante os primeiros seis meses da temporada. Mas quando é “a doer”, Rondo é o general que qualquer treinador quer em campo. As assistências aparecem jogada sim, jogada sim. Os lançamentos que ele, supostamente não consegue concretizar, entram sempre nos playoffs. Porque Rondo foi feito para estes momentos e, aparentemente, para estes momentos apenas.

É altura de separar o “backcourt-maravilha” dos Blazers?
Fonte: Portland Trail Blazers

Defesa precisa-se! Em Portland, a cada época que termina com uma eliminação em quatro ou cinco jogos, surge sempre a pergunta: está na hora de separar Lillard e McCollum? A pergunta está sempre lá e a resposta é sempre a mesma: não! Mas 2018 trouxe um tipo de 4-0 diferente. Os Blazers não foram eliminados pelos Warriors, mas sim por uma equipa que ficou três lugares abaixo. Não há Curry, Thompson, Durant e Green para dominarem uma equipa de apenas duas estrelas. Lillard foi completamente obrigado a ver-se livre da bola pela defesa dos Pelicans, o que desde logo diminuiu a capacidade dos Blazers. Para além disso, Dame e CJ são auto-estradas sem portagem do lado defensivo e os Pelicans, com Rondo e Holiday, souberam usar muito bem esse fator. Há uns anos atrás, os Warriors tomaram a decisão de separar a dupla Curry-Ellis, que lhes oferecia ataque mas que comprometia defensivamente. E a aposta resultou. Provavelmente, os Blazers terão que fazer o mesmo para passarem de bons a excelentes. Porque por muito que o GM da equipa de Portland goste de se focar mais na viagem do que no destino, ninguém gosta de terminar uma boa viagem a ligar para o reboque com o carro desfeito numa qualquer árvore…

Cousins é necessário? Por muito boa que tenha sido esta primeira ronda para os Pelicans, decisões complicadas aproximam-se para este verão. Quando DeMarcus Cousins se lesionou, antes do jogo All-Star, muitos pensaram que esta seria mais uma temporada perdida para New Orleans. Mas Alvin Gentry soube contrariar as probabilidades e, com a ajuda do reforço Nikola Mirotic, fez desta uma bela equipa de playoff. Com Cousins, a história seria diferente. Talvez não em termos de resultado, mas de estilo de jogo. Nunca os Pelicans seriam capazes de defender tão agressivamente e com tanta capacidade para trocar e manter a pressão nos melhores jogadores dos Blazers, fator decisivo para estas vitórias. Talvez Mirotic não estivesse em New Orleans a distribuir triplos e Jrue Holiday não estivesse a ser o perfeito Robin do Batman Anthony Davis. Cousins é um All-Star, um jogador móvel e ao mesmo tempo dominante no interior. Mas, com o contrato a terminar, os Pelicans podem muito bem estar mais perto do sucesso sem ele…

Foto de Capa: NBA

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Tem 22 anos, é natural de Paços de Ferreira e adepto do SL Benfica. Desde muito pequeno que é adepto de futebol, desporto que praticou até aos 13 anos, altura em que percebeu que não tinha jeito para a coisa. Decidiu então experimentar o basquetebol e acabou por ser amor à primeira vista. Jogou até ao verão passado na Juventude Pacense e tem o Curso de Grau I de treinador de basquetebol desde os 19. O gosto pela NBA surgiu logo quando começou a jogar basquetebol e tem vindo a crescer desde então, com foco especial nos Miami Heat.                                                                                                                                                 O António escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.

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