Liga Espanhola: A constelação de estrelas está de volta!

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    Está de volta o campeonato espanhol! Com ele, retorna também a constelação de estrelas que inundam os relvados de nuestros hermanos com um futebol de registo digno de apoteose. A rivalidade entre Barcelona e Real Madrid continuará a ser o tema do dia, a culminar com o duelo individual entre, sem dúvida, os dois melhores jogadores do mundo: Cristiano Ronaldo e Lionel Messi.

    A época 2015/16 de La Liga promete ser bem animada e recheada de talento, com jogadores que representam o expoente máximo do futebol mundial, como Luis Suárez, Gareth Bale, Neymar, Kroos, Iniesta, Modric, James Rodríguez, Koke, Arda Turan, Griezmann, entre outros. Aliados a estes, contratações de peso, que dão ainda maior qualidade ao campeonato, tiveram lugar neste defeso: Jackson Martínez, Ferreira-Carrasco, Filipe Luís e Savic (Atlético Madrid), Danilo e Kovacic (Real Madrid) e Roberto Soldado (Villarreal) a destacar.

    UMA LUTA A DOIS PELO TRONO ESPANHOL

    Na luta pela conquista do ceptro espanhol, o Barcelona surge no topo da lista como o suspeito principal, favorito a levantar o troféu no final da época. Os catalães, atuais campeões em título, partem na pole position por razões óbvias: a equipa conseguiu manter a sua espinha dorsal de jogadores no plantel, a estrutura do corpo técnico da temporada transata, aliadas ao futebol que apresentou na conquista do triplete na época passada são fatores que confortam os adeptos culés.

    O tridente ofensivo composto por Lionel Messi, Luis Suárez e Neymar (122 golos no total combinado entre os três na época passada) – que já conseguiu deslumbrar os amantes do desporto rei – apresenta-se como a principal arma do Barça para a revalidação do título. A estrutura principal do Barcelona mantém-se, salvo a inevitável saída da lenda do clube, Xavi, porém a turma de Luis Enrique terá que melhorar, de forma significativa, os processos defensivos, pois este setor poderá ser fatal para a temporada catalã, como já se pôde verificar na Supertaça Europeia (triunfo ante o Sevilha) e na Supertaça Espanhola (derrota e empate face o Athletic Bilbao) – três partidas nas quais a equipa consentiu nove golos.

    Os blaugrana poderão, ainda, sofrer com a longa época que se avizinha, pois o seu plantel pode afigurar-se como curto para a competitiva disputa de todas as frentes – alguns dos jovens promovidos ainda acusam falta de experiência a um alto nível competitivo e as lesões costumam assolar alguns dos restantes jogadores e quando as figuras de proa são substituídas o futebol culé piora significativamente.

    A saída de Pedro Rodríguez, que, embora não fosse um titular indiscutível, sempre que chamado cumpria da melhor forma possível e assinalava constantemente exibições de elevado nível, é um autêntico revés para o timoneiro Luis Enrique. O técnico asturiano viu, no entanto, entrar no plantel o turco Arda Turan e o espanhol Aleix Vidal, duas contratações de peso para ajudarem na caminhada rumo à conquista da liga, mas que só poderão jogar oficialmente a partir de janeiro, particularidade devida ao castigo imposto pela FIFA.

    Cristiano Ronaldo e Bale são as principais armas de Benítez no ataque ao título Fonte: Facebook do Real Madrid
    Cristiano Ronaldo e Bale são as principais armas de Benítez no ataque ao título
    Fonte: Facebook do Real Madrid

    Por seu turno, a pré-época do rival Real Madrid fez-se de mudanças, que iniciaram logo no comando técnico. O presidente Florentino Pérez escolheu o espanhol Rafa Benítez para tomar o lugar outrora ocupado por Carlo Ancelotti como treinador principal dos merengues, com o intuito de voltar a dar alegrias aos adeptos, com a conquista de mais uma La Liga e, quiçá, da 11.ª Champions. Como seria de esperar, as entradas e saídas do plantel fluíram de forma constante.

    De destacar a transferência, a custo zero, do mítico guarda-redes Iker Casillas, após 25 anos de camisola blanca ao peito, saída há muito antecipada pelos adeptos e pela imprensa espanhola. A custo zero deu-se, também, a saída do centro-campista alemão Sami Khedira para a Juventus. No capítulo de entradas para a equipa, surge primeiramente Danilo, lateral brasileiro que trocou o futebol português pelos merengues e que promete uma luta intensa com Dani Carvajal pelo corredor direito do setor defensivo da equipa. Uma das transferências mais surpreendentes foi a do médio croata Mateo Kovacic para o clube da capital espanhola, sendo que a jovem estrela emergente custou cerca de 30 milhões de euros aos cofres dos vice-campeões espanhóis e terá concorrência de peso para garantir um lugar na equipa.

    Para a baliza chegou Kiko Casilla, que deverá ser suplente de Keylor Navas, caso o processo de David de Gea não avance. Os regressos de Casemiro, Cherysev, Lucas Vázques oferecem ainda mais opções a Rafa Benítez para a construção de um plantel candidato a vencer todas as competições que disputa.

    De facto, já se nota o dedo de Benítez no futebol merengue. Durante a pré-temporada vimos um Real Madrid com ideias diferentes de outrora e percebe-se que o técnico espanhol pretenda dar uma maior coesão defensiva à equipa, pois a equipa consentiu vários golos na época transata quando apanhada em contrapé. De notar também o posicionamento agora adotado por Gareth Bale, uma posição mais central no terreno, principalmente quando se trata de defender, fator que pode ser decisivo para o sucesso e vitória em várias partidas, pois isto permite uma pressão defensiva mais acentuada ao adversário portador da bola e investidas para o contra-ataque em velocidade rompante, conduzidas pelos pés do galês, que terá, assim, maior destaque na equipa.

    Caso o português Cristiano Ronaldo faça mais uma época em alta rotação, pautada por golos atrás de golos, como já nos tem habituado, este Real Madrid, que conta ainda com a magia de estrelas como James Rodríguez, Toni Kroos, Luka Modric, Benzema e de outras de cariz mais defensivo como Sergio Ramos, Pepe, Varane, Marcelo, tem tudo para proceder a uma luta acesa até final pelo trono espanhol, com o campeão em título.

    ‘OUTSIDERS’ PODERÃO SURGIR NA CORRIDA PELO TÍTULO

    Certamente, a corrida ao título espanhol será, maioritariamente, disputada por Barcelona e Real Madrid, mas, no entanto, poderão surgir alguns outsiders ou intrusos nesta luta a dois. Nesta situação encontram-se o Atlético Madrid e o Valência, dois emblemas que têm vindo a crescer e a melhorar de forma significativa de rendimento em épocas recentes e que podem chegar à frente e ao topo da tabela nos momentos decisivos.

    A turma de Diego Simeone, que logrou a conquista de La Liga em 2013/14, tem feito vida a complicar as contas de Barcelona e Real Madrid em anos recentes e esta temporada promete continuar a fazê-lo… e tem os ingredientes necessários para tal. O Atleti viu sair peças fulcrais do seu onze inicial, como os atacantes Mario Mandzukic e Arda Turan, juntamente com o central brasileiro Miranda. Mario Suárez, sempre importante quando chamado a jogo, e o ponta de lança mexicano Raúl Jiménez, que não conseguiu impor-se e demonstrar o seu valor em Madrid, também já não se encontram às ordens de El Cholo Simeone. No entanto, a política de contratações adotada pelo Atlético Madrid no presente defeso fornece ao técnico argentino as armas necessárias para contrariar o poderio blaugrana e merengue.

    Para o ataque, chegaram Luciano Vietto, Ferreira-Carrasco e nada menos que… Jackson Martínez! Estes três jogadores juntam-se, assim, a Antoine Griezmann e Fernando Torres, num lote ofensivo que promete deslumbrar. Para colmatar a saída de Miranda, o central montenegrino Stefan Savic voou de Florença para Madrid. Para deleite dos adeptos colchoneros, o lateral brasileiro Filipe Luís regressou à capital espanhola, após uma época menos conseguida no Chelsea, para oferecer ainda mais soluções de enorme qualidade a Simeone, que esta época já fez saber que irá contar com o criativo Óliver Torres, que na temporada transata espalhou magia pelos relvados portugueses. O Atleti conta mais uma vez com um plantel equilibrado e com o rigor, disciplina e índice de trabalho que conhecemos de Simeone, a tarefa dos principais candidatos ao título não será fácil.

    Jackson Martínez agitou o mercado e promete golos com a camisola do Atleti Fonte: Facebook de Jackson Martínez
    Jackson Martínez agitou o mercado e promete golos com a camisola do Atleti
    Fonte: Facebook de Jackson Martínez

    Em Valência mora uma comunidade portuguesa. Seja de jogadores como André Gomes, João Cancelo, Rubén Vezo, que têm nacionalidade lusa, ou de outros, como Enzo Pérez, Rodrigo Moreno e Danilo, que já passaram pelos relvados do nosso país, todos estes às ordens do técnico Nuno Espírito Santo, que parte para a sua segunda época no comando do emblema ché, após uma estreia na qual alcançou o objetivo da qualificação para a Liga dos Campeões.

    O clube, que tem como principal acionista o empresário Peter Lim, continua a apostar na contratação de jovens jogadores e este ano viu chegar: o guarda-redes Matt Ryan, natural substituto do lesionado Diego Alves e que já está a justificar a confiança em si depositada; o promissor centro campista brasileiro Danilo, que teve uma excelente época de adaptação ao futebol europeu ao serviço do SC Braga, que despertou a cobiça dos maiores tubarões europeus; e os extremos Santi Mina e Zakaria Bakkali, que têm uma enorme margem de progressão. Um autêntico revés nas contas de Espírito Santo é a saída do patrão da muralha defensiva valenciana, que rumou ao Manchester City e permitiu um importante encaixe financeiro, que certamente permitirá a contratação de um substituto à altura do desafio, com o argentino Ezequiel Garay a ser o mais falado para o lugar.

    Nuno Espírito Santo já demonstrou que consegue colocar o Valência a praticar um futebol atrativo e a vencer e o facto de manter praticamente todo o plantel da época transata sob o seu comando poderá afigurar-se importante, numa temporada que será fulcral para se perceber se este Valência consegue ombrear com Barcelona, Real Madrid e Atlético na luta pelos lugares cimeiros da tabela. O clube ché começou a nova caminhada de forma positiva, com uma vitória caseira por 3-1 sobre o Mónaco no play-off da Champions. Resta saber se a senda vitoriosa é para continuar.

    COM A EUROPA EM VISTA

    Na luta pela qualificação para as competições europeias, são várias as equipas que pretendem cimentar o seu lugar e ocupar as vagas de acesso à Europa. No topo da lista, surge o Sevilha, vencedor da Liga Europa em duas épocas consecutivas, clube andaluz que pode, até, surpreender, um dos emblemas já aqui citado e disputar as quatro posições cimeiras de La Liga. O conjunto de Unai Emery tem assinalado, decerto, melhores resultados nas competições europeias, porém as suas exibições no campeonato espanhol também não ficam atrás.

    Os blanquirrojos perderam jogadores fundamentais como o goleador Carlos Bacca, Aleix Vidal, Mbia e Fernando Navarro. Não obstante, reforçou-se de forma meticulosa e bem pensada, o que lhe pode valer uma época de sonho por terras de nuestros hermanos. Konoplyanka, Steve N’Zonzi, Krohn-Dehli, Immobile, Adil Rami, Mariano e Kakuta, todos adquiridos por uma quantia acessível são armas para o arsenal de Emery, que tem ainda à sua disposição jogadores como Carriço, Beto, Krychowiak, Banega, Denis Suárez, Vitolo, Reyes e Kévin Gameiro. O Sevilha promete luta até ao fim, situação que se verificou na Supertaça Europeia frente ao Barcelona, na qual reduziu um resultado de 1-4 para 4-4, saindo, no entanto, derrotada, mas de cabeça erguida, no final do jogo.

    Outro dos candidatos do costume para estas posições em La Liga é o Villarreal. O submarino amarelo contará nesta época com uma frente de ataque renovada, situação causada pelas saídas de Luciano Vietto, Giovani dos Santos, Uche, Cani e Joel Campbell. Para os seus postos, o emblema comandado pelo técnico espanhol Marcelino Toral fez valer os milhões de euros adquiridos para as contratações de Roberto Soldado (16M) – que pretende ressurgir no futebol espanhol, após épocas de eclipse em Inglaterra -, Samuel (8M), Samu Castillejo (8M) e Cédric Bakambu (7,5M). Mariano Barbosa, Victor Ruiz e Leo Baptistão são também reforços.

    Por seu turno, o Athletic Bilbao promete mais uma época a bom nível, que lhe poderá valer mais uma vez a entrada nas competições europeias. O emblema basco inicia a nova temporada com os índices motivacionais em alta, após um expressivo triunfo sobre o Barcelona na Supertaça Espanhola (5-1 no agregado das duas mãos), que permite encarar o campeonato de uma forma mais promissora. Com a veia goleadora de Aritz Aduriz no seu expoente máximo e jogadores da qualidade de Mikel San José, Iraizoz, Laporte, Beñat, Iturraspe, Susaeta e Muniain, a turma de Ernesto Valverde irá animar o campeonato.

    Outros clubes como o Celta de Vigo (onde Nolito se exibe numa forma tremenda como figura de proa), o Málaga, o Espanhol, a Real Sociedad ou o Rayo Vallecano poderão intrometer-se e tornar ainda mais interessante esta luta pelas competições europeias.

    No que diz respeito à segunda metade da tabela, afigura-se uma luta intensa e imprevisível, tanto na luta pela manutenção, como na tentativa de uma consolidação prematura de lugar de desafogo face à linha de água. Equipas como Levante, Getafe, o histórico Deportivo, o Granada e o Eibar procurarão fugir o mais cedo possível do embate pela despromoção, enquanto que os recém-promovidos Bétis, Sporting Gijón e Las Palmas tudo farão para que esta não se torne numa curta passagem pelo escalão máximo do futebol espanhol e para se imporem e consolidarem um lugar em La Liga.

    Os dados estão lançados. Que comece a rolar a bola e que a constelação de estrelas que se encontram no futebol espanhol nos deslumbre com mais uma época de futebol magistral ao mais alto nível.

    Fonte: Facebook oficial da Liga BBVA

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    Fernando Gamito
    Fernando Gamitohttp://www.bolanarede.pt
    O Fernando Gamito é um estudante de comunicação e apaixonado pelo futebol, seja a praticar ou a discuti-lo fora das “quatro linhas”, o que o faz apostar num futuro no jornalismo. Ler jornais desportivos e jogar Football Manager são outras das suas principais preferências. Em Portugal, o seu coração bate pelo Sport Lisboa e Benfica. Lá fora, torce por Barcelona e Chelsea.                                                                                                                                                 O Fernando escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.