Bernardo Silva é um dos capitães do Manchester City para a nova temporada e falou sobre os desafios e a responsabilidade de liderar a equipa.
Em entrevista à imprensa inglesa, Bernardo Silva comentou os desafios de assumir a braçadeira de capitão do Manchester City. O internacional português falou sobre a importância de dar o exemplo:
«Acho que a grande tarefa, não só minha, mas de todos os capitães, é criar o equilíbrio certo no balneário. Diria que o equilíbrio certo é o bom comportamento e respeito em termos de chegar a horas, ter um bom desempenho nos treinos e dar o melhor de si pelo clube. Quero jogar todos os jogos e o jogador que está na minha posição também quer jogar todos os jogos. Acho que tem de haver esse equilíbrio entre ter muito respeito e ter um ótima relação no balneário, mas ao mesmo tempo competir uns contra os outros».
Bernardo Silva fez uma análise à época menos positiva dos cityzens em 2024/25:
«Na minha opinião, a estabilidade de uma equipa e a forma como ela defende são a base necessária para vencer jogos e conquistar títulos. Tenho um jogo em mente, acho que foi contra o Tottenham na Taça da Liga, quando o nosso quarto defesa central se lesionou. John, Manuel, Ruben e Ake ficaram de fora. Foi aí que as coisas começaram a correr mal. Obviamente, não foi só isso, porque uma equipa com a nossa experiência, com a nossa qualidade, mesmo assim, não pode cair tão facilmente como caímos. Por isso, há muita, diria eu, culpa. Não sei se essa é a palavra certa, mas culpa em todos os outros jogadores, no treinador, em todos, por não terem feito melhor para superar esta situação. Mas aprendemos muitas coisas. Eu aprendi muitas coisas».
O extremo de 31 anos admitiu ainda que não gosta de perder e recordou a sua formação no Benfica:
«Sou mau perdedor. Detesto perder. Joguei 12 anos no Benfica, que é um grande clube em Portugal. Ensinam-nos a não ficarmos felizes quando não ganhamos. Talvez não seja muito agradável de se ver de fora, mas gosto de pensar que é preciso que os jogadores se sintam mal quando perdem. É preciso sentir-se mal consigo mesmo, é preciso sentir-se mal com o desempenho e é assim que lido com isso. Provámos o sabor da derrota e, quando se prova o sabor do sucesso e da derrota, sabe-se que é muito melhor. Não gostámos da última temporada. Não gostámos. Foi muito frustrante, muito doloroso para quase todos nós, diria eu, e estamos de volta com aquela vontade de voltar a lutar pelos títulos».
«Não se trata de ganhar ou perder, trata-se de competir pelo título. Nem sequer tentámos. Acho que emocionalmente estamos definitivamente de volta. Vamos ver se temos qualidade, tudo isto é muito bonito, mas no final a qualidade em campo fará a diferença».
Por fim, Bernardo Silva falou sobre a tradição da guarda de honra:
«Honestamente, não dou tanta importância a isso como as outras pessoas. Não é uma tradição em Portugal. Quando ganho um título, não preciso que os outros batam palmas. Na minha opinião é, de certa maneira, uma hipocrisia. Mas se as pessoas querem fazê-lo, que o façam. Não bati palmas ao Liverpool porque não é assim que festejo derrotas», finalizou.