César Boaventura reagiu ao comunicado do Sporting que menciona o seu nome. Em causa as consequências da final da Taça de Portugal.
César Boaventura apresentou queixa na Procuradoria-Geral da República contra Matheus Reis e avançou com uma queixa-crime contra Frederico Varandas. Visado pelo Sporting no mais recente comunicado dos leões – cujo excerto podes ler em baixo – o empresário respondeu.
Num longo comunicado, que também podes ler na íntegra em baixo, César Boaventura critica a ação do Sporting, ataca as ações do seu presidente, Frederico Varandas, e aponta à justiça por «declarações públicas ofensivas e abusivas contra a minha pessoa».
Eis o comunicado do Sporting:
- No âmbito do processo disciplinar instaurado contra o jogador Matheus Reis – na sequência de uma participação disciplinar apresentada pelo SL Benfica e por César Boaventura com base num vídeo em que alegadamente profere determinadas declarações junto ao autocarro da equipa – o Conselho de Disciplina juntou aos autos os contratos referentes à contratação dos jogadores Matheus Reis, Viktor Gyökeres, Morten Hjulmand e Geovany Quenda, incluindo os respectivos contratos de transferência, contratos de trabalho e contratos de intermediação com agentes de futebol.
- Não fosse a pronta intervenção da Sporting SAD no sentido de os documentos serem imediatamente desentranhados dos autos, o SL Benfica e César Boaventura teriam tido – presumindo que não tiveram – acesso a documentos confidenciais com segredos comerciais do Sporting CP e dados pessoais dos jogadores devido à decisão do Conselho de Disciplina da FPF de juntar aos autos elementos totalmente irrelevantes e desconexos com o objecto do processo disciplinar. Pergunta-se: a que propósito se expõem contratos confidenciais num processo disciplinar com base num vídeo?
Eis a resposta de César Boaventura:
Sobre o comunicado emitido pelo Sporting Clube de Portugal a 15 de julho de 2025
Na sequência das insinuações proferidas pelo Sporting Clube de Portugal, que envolvem direta e levianamente o meu nome, impõe-se esclarecer o seguinte:
1. A minha participação no processo disciplinar referido foi feita ao abrigo dos direitos que qualquer cidadão tem quando entende estar perante factos com relevância disciplinar e pública. Em momento algum solicitei, nem sequer tive acesso, a quaisquer documentos internos do Sporting CP.
2. Qualquer menção a alegada exposição de contratos de jogadores ou informação interna é matéria da exclusiva responsabilidade do Conselho de Disciplina da FPF. Tentar colar o meu nome a essa situação é, no mínimo, ingénuo. Ou então, revelador de má-fé deliberada.
3. Rejeito categoricamente a insinuação de que alguma vez tenha tentado aceder a dados confidenciais ou segredos comerciais de clubes terceiros. A minha conduta profissional é pública, transparente e, acima de tudo, legal.
4. Agora, o que é verdadeiramente curioso e aqui não resisto a alguma ironia, é ver o Sporting CP, no meio de um processo disciplinar sobre um vídeo junto a um autocarro, a preocupar-se mais com o meu nome do que com os reais problemas internos que atravessa.
5. Aliás, parece que alguém em Alvalade descobriu uma nova forma de comunicação, sempre que há falhanços na gestão desportiva ou negócios mal conduzidos (como a venda do jogador Viktor Gyökeres, que até hoje ninguém percebeu se foi concluída, cancelada ou esquecida…), lança-se um comunicado com o nome “César Boaventura” lá metido, talvez na esperança de criar uma nuvem de fumo.
6. Quanto à presidência do clube, compreendo o incómodo, gerir um clube da dimensão do Sporting exige muito mais do que vídeos motivacionais ou frases de autoajuda. É preciso saber negociar, assumir responsabilidades e parar de usar terceiros como saco de pancada para esconder lacunas de liderança.
7. Por tudo isto, reservo-me o direito de agir judicialmente contra o Sporting CP ou qualquer dos seus representantes que continuem a utilizar o meu nome de forma abusiva, insinuosa ou caluniosa.
Face à gravidade das insinuações proferidas pelo Sporting Clube de Portugal, informo que já foi apresentada participação disciplinar junto do Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de Futebol, por violação dos deveres de respeito e verdade desportiva.
O comunicado emitido pelo clube no meu entender comete uma infração aos artigos 112.º, 136.º e 138.º do Regulamento Disciplinar da FPF, por declarações públicas ofensivas e abusivas contra a minha pessoa.
A justiça faz-se nos locais próprios, não em comunicados que tentam desviar atenções dos verdadeiros problemas internos de quem os publica.
Não contem comigo para encobrir incompetências ou disfarçar negócios que correram mal».