Foi sem espinhas que o Sporting bateu o Club Brugge na Champions League. Fica com os seis destaques do triunfo leonino por 3-0.
Gonçalo Inácio: Uma aula ao nível do passe. Num jogo em que atrair o adversário para explorar espaços era fundamental, a capacidade técnica para colocar bolas e no passe longo foi uma das chaves para justificar a superioridade leonina. Sempre que o jogo exige mais construção a partir de trás, aparece para resolver.
Luis Suárez: Foi um dos mais importantes jogadores no setor ofensivo e venceu o duelo contra Ordóñez, um desses centrais que não é fácil de bater pelo físico. Fê-lo pela inteligência e capacidade associativa, permutando com os colegas, circulando a toda a largura e combinando (principalmente com Trincão). À frente da baliza tenta sempre mais uma artimanha, mas o gesto técnico no golo é sublime.
Geny Catamo: O Sporting procurava, tendencialmente, atrair à esquerda para sair à direita com os movimentos de Iván Fresneda de frente para trás e com uma exibição agitadora de Geny Catamo. Encontrou o contexto certo para brilhar. Soube jogar mais por fora, a encarar o lateral adversário, ou meter-se por dentro para lançar passes. Fulcral o timing no golo de Luis Suárez.
Geovany Quenda: É, novamente, o grande substituto de Pedro Gonçalves à esquerda. Está, em comparação com o ano passado, mais desenvolto e orgânico a jogar a pé natural. Acrescentou variabilidade ao seu jogo, aparecendo por dentro, mas tendo também capacidade de se desmarcar por fora para cruzar. Quando a inteligência e o entendimento do jogo balizam as decisões, o pé natural ou contrário deixam de ter tanta importância.
Francisco Trincão: Naquilo que eram as ações com bola, até ao golo – mais um belo gesto técnico de quem já não tem medo de puxar para si a responsabilidade – era o mais discreto dos avançados leoninos. Ainda assim, a capacidade de deslocamento no ataque, para ludibriar marcações, e a ligação direta com Luis Suárez valeram vários lances de perigo. Nem sempre de bola no pé se fazem os jogos.
Raphael Onyedika: Foi uma exibição algo apagada dos principais nomes do Club Brugge. O médio nigeriano tinha um papel híbrido importante, mas viu o Sporting conseguir superar-se coletivamente. Como médio, defensivamente, descia para a linha defensiva para pegar num dos avançados do Sporting (Quenda na primeira parte, Francisco Trincão na segunda). Coincidência – ou não – foi no lado contrário, mais vazio, que foram construídos todos os lances de golo.

